domingo, 26 de junho de 2011

Falem Bem ou Falem Mal

   Em mais uma reunião, com mais advogados, sempre o mesmo: que tudo o que faço pode ser usado contra mim, que me exponho demais escrevendo aqui, que a Justiça é lenta ... falam tanto, mas só escuto blábláblá e que minha vida não está mais em minhas mãos, está nas mãos de terceiros, que não me conhecem e vão pelo que está no papel. E o que mais me impressiona é como todos estão tão arraigados dentro desse sistema falido! Ouvi dia desses de uma advogada que me precipitei. Que a reversão da guarda era coisa certa, faltava pouco tempo para Dora voltar a viver comigo: um ano! Para o sistema judiciário 1 ano é pouco tempo! Na vida de uma criança é uma eternidade e quanto menor a criança mais lento é o tempo.
  E assim continuo sem advogados constituídos e Dora sendo devidamente alienada por uma família PhD nisso: avô mentiroso (que dizia não saber onde Dora morava enquanto estava sob seus domínios o tempo todo)  José Hércules Golfeto, psiquiatra infantil; avó megera (que deixou minha bebê de 3 meses aos prantos para aprender a lidar com frustração) Ed Melo Golfeto, psicóloga e o pai (bem, esse nem mora lá com ela, talvez seja o que  menos tem poder sobre essa alienação toda), Jonas Golfeto, ator.
  Liguei hoje na casa dos avós e Dora atendeu. Meu coração disparou e eu disse: "Dora!", ela perguntou quem estava falando, "a mamãe, Dorinha", ela desligou na minha cara.... eu só queria lembrá-la que dia 21 de junho é aniversário da Raquel, sua melhor amiga (será ainda?) e o irmão gêmeo Pedro. Para ela ligar para a Raquel, porque Raquel sente muito a falta dela. Ei, outra parte que está lendo isso, peça para Dora ligar para Raquel, ela costumava saber o número, pois se falavam todos os dias.
  Falei com muitos advogados, sempre, no mínimo, 2 horas para contar toda essa saga, isso me deixa tão cansada, sei todas as datas e acontecimentos na ponta da língua. É tão cansativo repetir tudo e sempre a mesma resposta, que será um processo longo e doloroso e oneroso. Mais longo? Mais doloroso? Mas oneroso? O tempo vai passar mais rápido que tudo isso.
  E vou parar de escrever por que? Eu escrevo para Dora ler. Ela vai crescer e ler tudo o que a mãe escreveu e saber a minha verdade. E se alienada já está, depois muda de ideia, quando chegar a adolescência, que falta pouco. Adoro adolescentes, que mudam de ideia mais rápido do que de roupas. Sempre abertos ao novo, achando que vão mudar o mundo. Ao mesmo tempo a melhor e a pior fase da vida. Falta  pouco para Dora chegar nessa fase e quero ver como os avós septuagenários vão conseguir conviver com a rebeldia adolescente... ou enchê-la de remedinhos para controlar a rebeldia, vai saber...
  Já me disseram que deveria ser mais objetiva em meus escritos, colocar os fatos na ordem cronológica. Bem, fique claro, não escrevo para juízes verem, afinal, nem processos são lidos na íntegra. Comecei a escrever para amigos próximos lerem, depois para Dora ler e agora vejo que tem muita gente lendo, em várias partes do mundo. É muita responsabilidade, é muita exposição. Mas não me importo, um dos poucos talentos que tenho é saber escrever. Então escrevo e continuarei escrevendo até o dia em que o Mal de Alzheimer não me permitir mais escrever.

  Ah, tem gente que lê e não entende também. Um tal de Nilson Falcão, de uma ong, fez um post no blog dele cheio de julgamentos sobre a matéria do Profissão Repórter, resumindo bem resumidamente, diz que não amo Dora, que meu ódio é maior que o amor, que Dora é um troféu, que me faço de vítima e heroína nesse blog e blá, blá, blá... pior que admiraram a postagem "equilibrada e esclarecedora"! É tão lamentável que pessoas que não sabem nada de minha vida ou da vida de Dora sintam-se na propriedade de comentar um fato que conheceram bem mal e porcamente pela Rede Globo. Pior é que isso tudo ficou tão exposto graças à outra parte, que fez questão de cravar uma matéria na Globo, atrás de divulgação da própria imagem.
  Mas é isso! É liberdade de expressão, é democracia, é a internet atingindo pelo bem e pelo mal. Como disse, não imaginava o efeito dominó disso tudo, não sabia que leriam o que escrevo até em Cingapura! E viva a era digital!

Um comentário:

  1. Adriana, desde que li esse post fiquei arrasada...a Dora desligar o telefone?! O que devem estar dizendo para a sua menina? O que será que a Dora está pensando? Que crueldade dessa família paterna!!
    Ter esperanças com um poder judiciário como o do nosso país é quase uma piada mesmo...advogados que cobram fortunas para um processo de regulamentação de visitas, fora os custos do processo...e esperar anos pela solução. Sei disso pq tbem tenho um ex-marido problemático e mal resolvido com nossa separação, e assim conheci bem esse sistema judiciário.
    Força!! Torço por vc!!
    Um beijo grande!!

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