sexta-feira, 22 de julho de 2011

Thiaguera

     Não lembro a primeira vez que vi Thiago, porque ele sempre fez parte da minha vida, em vários momentos e fases. Primo da minha melhor amiga Flavia, acho que conheci Thiago antes dos 15 anos. Depois fiquei muito amiga de sua única irmã Juliana, que tem o humor fino, de sarcasmo inteligente e que tem uma potência vocal tremenda, infelizmente inexplorada. Moreno, de sorriso largo e branco, sincero e os olhos... imensos, azuis e profundos.
  Inegavelmente lindo e com talento musical acima da média, ainda adolescente tocava bateria numa banda rock`n`roll, Gigawats, com ele entrei no mundo do Led Zepellin e tantos outros clássicos, conheci o mundo rock santista. Apesar de toda a sua beleza e carisma, nunca houve nada além de amizade entre nós - depois acabei namorando com o primo dele e irmão mais novo de Flavia, Pedro, mas essa é outra história, já que no fim viramos todos uma grande família.
     Thiago Frederico Vieira de Almeida Ribeiro sempre foi um rebelde, seu pai partiu precocemente, quando ele era um menino de 12 anos, talvez por isso fosse um eterno inconformado, procurando uma forma de amenizar sua dor. Apesar de muito assediado pelas meninas, sempre foi de namorar sério, por longo tempo, uma de cada vez. Na adolescência bebia como um jovem adolescente. Mas essa fase nunca passou e ele bebia cada vez mais. Também era hipocondríaco ao extremo e tomava remédios para dor de estômago, azia, dor de cabeça e todas as suas incontáveis dores. Sua vida social intensa, tocando sempre na noite, no lendário Bar do Torto, o levava a beber cada vez mais - e não era mais socialmente. Era um tímido irremediável e o álcool o liberava para falar qualquer besteira, sem pudores. Bêbado boa praça, era o que todos queriam sentado na mesa, nem que fosse só para sorrir... e por aguentar noites após noites de bebedeiras, recebeu o apelido que passou a identificá-lo: Thiaguera!
  Cada vez que encontrava Thiago, em festas de família, em shows, em nossas viagens para sua casa de Paúba, litoral norte de São Paulo, percebia que ele já não ficava sóbrio. Bebia logo pela manhã, mas eu pensava que era porque estávamos em viagem, ou festa...quando ele passou dos 30, constatei que era viagem sem volta. Mesmo assim, continuava adorável e lindo! Começou a andar com um pessoal mais MPB e tornou-se um virtuose da percussão, para alegria de sua mãe, a sambista Elenira Ribeiro. Era lindo ver mãe e filho tocando juntos. O último show emblemático de Thiago foi no Sesc Santos, com Elenira.
  Quando eu tive depressão profunda, quase morri por overdose de ansiolíticos, após minha recuperação, encontrei Thiago em Paúba, com um grupo muito legal de amigos: Conrado, Beto Berman e mais um monte de músicos de Santos, foi um fim-de-semana inesquecível. Quando cheguei em Paúba com Dora, ele já (ou ainda) bêbado, me deu um abraço forte e disse: "Que bom você aqui! Vamos brindar à vida!".
 
Olhos que nunca perderam o brilho

  Em novembro de 2005 eu  já vivia meu calvário de ver Dora apenas em Visitário Público. Para minha sorte, Pedro (o primo do Thiago) começou a trabalhar num quiosque na praia da Enseada, no Guarujá, onde tenho apartamento e morava na época, e ficou por tempo indeterminado como meu hóspede. Me conhecendo muito bem, Pedro levou seu filho João, de 2 anos,  para passar uma semana comigo, ele sabia que o vazio de não ter a filha que sempre tive era uma dor dilacerante e, muito sabiamente, trouxe uma criança para eu exercer a função de mãe, com os mesmos cuidados que tinha com Dora. E João era um menino carente de mãe (mas essa também é outra história).
  Num sábado de manhã, quando me preparava para mais uma ida doída para São Paulo, ver minha filha encarcerada, me ligou Vera, mãe de Pedro e Flavia. Era para dizer que acordou rezando por mim, por Pedro e Thiago e que logo recebeu um telefonema dizendo que Thiaguera estava internado.E para avisar Pedro, porque Thiago passaria por uma operação muito séria, correndo risco de morte. Confesso que foi um soco no meu estômago, mais um. Pedro saiu mais cedo do trabalho e foi ver Thiago.
  Thiaguera teve pancreatite, seu pâncreas estava necrosado, seu estômago também não estava muito bom, seu coração parecia fraco e seus rins estavam pifando... e eu não podia ir ao hospital, porque precisava ver Dora. Pedro foi e quando nos encontramos à noite, falou que a situação era crítica e que Thiago não tinha a menor noção do que estava acontecendo: "Dri, você acredita que ele falou que assim que sair do hospital vai passar no quiosque para tomar uma cerveja?" . Acredito.
  Eu não sabia o que fazer, então lembrei da última namorada de Thiago, que ele ainda amava, Gaia Rondon. Conheci Gaia por ser namorada dele, pessoa inteligente, afetuosa, mas não tinha como ligar para ela e contar o que estava acontecendo. Pedi para outra amiga em comum, Tatiana, fazer isso por mim. Tati me retornou a ligação: "Dri, a Gaia falou que essa história é passado, morreu para ela!", expliquei que quem poderia morrer era o Thiago e que esse era o momento de não se arrepender pelo que não disse ou não fez. Então Gaia foi até o hospital. Eu não estava lá, mas os dois se declararam e perdoaram mutuamente e fizeram juras de amor e ele prometeu que sairia dessa e nunca mais beberia. Thiago tinha 33 anos.
  Na operação seu coração parou 3 vezes, numa delas por 20 minutos. Isso traria lesões cerebrais irreversíveis. Ficou em coma. Houve reza de todos os lados, Thiaguera conseguiu reunir evangélicos e espíritas, católicos e umbandistas, daimistas, judeus, muçulmanos, todos os credos rezavam por ele. Quando não havia mais esperança - seus rins também pararam de funcionar - me ligaram e fui até sua casa, ficar com João (filho de Pedro) e Laura (filha de Juliana e sobrinha de Thiago), para os adultos seguirem até o hospital. Elenira já estava sob efeitos de calmantes, avisando os amigos de São Paulo que seu coraçãozinho estava muito fraco e havia sido desenganado pelos médicos. Ver aquela mãe ali, meio dopada, meio conformada, partiu ainda mais meu coração massacrado. Eu também sou mãe! Thiago é meu amigo! Sua família é minha família, que me agregou tão fraternalmente...
  Fiquei  no apartamento com as crianças. Eu, a mãe afastada judicialmente da filha, responsável por duas crianças ao mesmo tempo! Tendo a sensatez de não chorar e desabar na frente delas. E então, quando eu esperava apenas a hora da morte, chega Lúcia tão feliz. Os órgãos dele voltaram a funcionar, reagiu. Alguns dizem que foi milagre, por tanta reza de todos os credos. Eu acho que foi para dar uma lição aos preconceituosos.
  Thiago saiu da UTI, mas ficou num estado de dependência total, comia e respirava por aparelhos. Não se mexia, não falava, apenas movimentava seus lindos e imensos olhos e, por vezes, chorava. Seu corpo tão frágil também sentia falta do álcool. Como eu vivia com insônia, por conta do processo que se tornara minha vida, ficava no quarto do hospital com ele, por algumas noites. Na primeira, ele ficou muito nervoso e tirou um tubo. Eu tinha colocado Chico Buarque para ele ouvir. Fez uma cara de contrariado. Mudei para Rolling Stones. Tranquilizou-se e dormiu.
  E então pensei nessa coisa efêmera e sutil que é a vida. E eu não podendo nem falar ao telefone com minha filha. E Elenira não podendo escutar a voz aveludada e doce do filho. Desde essa época o pai torturador de Dora (isso não pode ter outro nome a não ser tortura) não permitia contato que não fosse no Visitário, onde deliciava-se com seu sadismo mórbido.  Alguém ainda tem dúvidas do por quê eu fugi desse lugar e dessa pessoa nefasta? Nem quando eu tentei contar o que estava se passando com Thiago, se comoveu, acho até que ficou satisfeito por mais esse sofrimento na cabeça e no corpo de alguém que teve depressão.
  Até que Thiago teve alta do hospital e seu tratamento passou a ser Home Care.Estava em casa no Natal de 2005, era um sábado e eu acabara de voltar do Natal mais triste de todos, no Visitário (já postado nesse blog). Estava desolada. Pedro ainda insistiu muito para que eu fosse passar a noite de Natal na casa de Elenira, como já havia feito em tantos anos. "Dri, pensa, a Dora está viva, o Thiago está vegetando. Vamos dar uma força pra tia Elenira". Pedro parecia um anjo querendo me tirar do inferno. Também tão lindo, com olhos profundamente azuis. Mas não fui, me sentiria pior estando tão triste dentro de um cenário ainda mais trágico.

Amigos de Fé

   Além de triste, ficou muito caro tudo isso! Remédios, enfermeiros, fraldas geriátricas... e então, seus "amigos de bar" realizaram diversos shows e bazares em prol de Thiaguera. Michel Pereira, proprietário do Torto, dedicava uma noite por mês com renda revertida para o Thiago. Solidariedade de toda parte. Será que Thiago tinha um mínimo de noção de como era querido? De como atingira o coração das pessoas com sua música, amizade e desajuste? Sim, ele era um desajustado, com tanto talento e beleza, poderia ter mudado o mundo de outra forma. Mas não, foi por sua própria dor, sua ferida exposta que transformou tantas pessoas e tantos lugares.
  Quantos não pararam de beber depois dessa  história? E o que dizer de Gaia? Ficou ao lado de Thiago, segurando sua mão e dizendo que o amava. Quanta redenção! E eu... após ver tanto sofrimento, depois do Natal fatídico, decidi não ver mais a Dora  no Visitário. Mas um mês depois, porque mesmo avisando que não iria, o pai sádico e cruel, levava Dora até lá, para mostrar que a mãe não foi, tive que ir ver minha filha. O próprio perito forense, meu querido Sidney Shine, disse que era melhor eu ir, que para  Dora não importava se era Visitário Público ou Disneylândia, ela só queria ver a mãe. Então fui, no dia 28 de janeiro, mais de um mês depois. E foi nesse dia, que depois conto melhor, que "em atitude tresloucada", fugi com Dora do Visitário.
   E assim cometi um grande erro. E após o grande erro, consegui o direito de levar minha filha para casa, nos finais de semana! E fui com Dora ver Thiago e sua amiga Laurinha, que não entendia e nem acreditava que aquele corpo magro e frágil era do seu querido tio.
  Então, após mais de 3 anos ensinando o que é amor desinteressado, amizade verdadeira e resignação, Thiaguera partiu, no dia 18 de janeiro de 2009, pouco antes de Miranda nascer. E deixou saudade e incríveis lembranças em todos os que tiveram a sorte de participar de sua louca e curta vida. Essa história jamais será esquecida, assim como a música, o sorriso e os olhos de Thiaguera.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Subversiva

   Seria muito cômico, não fosse tão trágico. No processo me acusam de ser subversiva!
   Vejamos o que significa isso: até o século XV, a palavra subversão era relacionada aos reinados. Subversivo era aquele que ia contra os desígnios do Rei. Pessoa que causava transtorno, revolta, ira! Para  pessoas que se consideram reis ou rainhas, o subversivo é o que não segue suas normas ou vão contra suas verdades únicas.
   No uso moderno, o termo refere-se a tentativas de destruir estruturas de autoridade, é um termo mais ligado ao clandestino, alguém que quer acabar com as bases da fé no status quo. Para o filósofo chinês Sun Tzu, que viveu há mais de 2 mil anos e é autor do aclamado "A Arte da Guerra", as ações indiretas, de subversivos, são as que determinam o futuro da guerra. Simbolicamente comecei ler esse livro em 2005, quando minha filha foi arrancada de mim pela  primeira vez e fiquei perdida, sem chão, busquei leitura que me norteasse. Tão sem chão e perdida estava que fui assaltada um par de vezes, numa dessas o livro foi junto na bolsa. Preciso tê-lo de novo!
  Então, sou uma subversiva. Nos anos de chumbo da ditadura no Brasil, os estudantes, os intelectuais, as cabeças pensantes, os que iam contra aos generais, eram chamados de subversivos. Foram presos, torturados, mortos! É isso que fazem com subversivos. Imagino que seu eu fosse jovem nos anos 70, seria uma dessas presas. Porém, estamos em 2011, não vivemos na Ditadura, mas há 7 anos venho sendo torturada e, enquanto não me verem morta, os ditadores da atualidade não me darão paz em vida, só a paz eterna! Quem sabe assim reinará tranquilidade na estrutura familiar tão bem construída? A mãe subversiva  morta.
  Ir contra toda e qualquer forma de autoritarismo é pura subversão. Ir contra ao sistema judiciário falido, que todos sabemos que precisa de uma virada de página geral, é ser subversiva. E que poder tem a subversão! Dia desses num cartório de Fórum, o próprio diretor do cartório, quando eu questionei o que fazer para parar com tanta papelada de processo, respondeu, irônico, porém enfático: "botando fogo em tudo isso aqui!" Fantástica resposta subversiva.
  Se nos tempos modernos a subversão segue paralela com atos clandestinos, nossa, como cometi o crime da subversão! Será que uma mãe subversiva não tem direito à maternidade? Bom, se essa mãe cometeu o erro fatal de ter uma filha com o oposto da subversão, uma pessoa enquadradinha, egoísta, totalmente preocupada com a imagem e com o que os outros estão pensando, sim, ela vai perder esse direito porque o oposto da subversão não suporta novas ideias, não suporta a liberdade. E o oposto vai tentar de todas as formas "legais" enquadrar a subversiva! Já que a tortura foi embora junto com o AI-5, resta tortura  psicológica, alegações falsas, metralhadora midiática. E assim conseguem aniquilar uma subversiva. O enquadrado não consegue suportar a libertária subversiva. Então tenta aprisioná-la de forma torpe, usando a filha para prendê-la. Em visitários públicos, no cárcere infantil. É isso que o enquadrado exige novamente: que eu e minha filha voltemos a nos ver em Visitário Público. Não satisfeito com toda a tortura já cometida, com todo o mal causado, o enquadrado tenta enquadrar, de todas as formas, a mãe subversiva. É a solução moderna de prender pessoas de espírito livre! Pobre Dora, uma menina tão talentosa e sensível, corre o risco de tornar-se aberração. Será aquela que apareceu no Fantástico, no Profissão Repórter, que tem a mãe subversiva e o pai torturador! Não, minha filha, não vou permitir que te apontem na rua. Você será sempre talentosa, popular e sensível. E, se tudo der certo, muito subversiva!
 Porque as minhas ideias já foram plantadas. E numa cabecinha muito especial, diria mesmo genial. Que o mundo seja infestado pela praga da subversão, só assim poderia  mudar alguma coisa nessa realidade tão caótica e ostensiva do século XXI.

Meu Lamento

   Tenho uma sensação estranha: parece que não sou de nenhum lugar ou estou no tempo errado.  Me sinto tão sozinha o tempo todo, mesmo numa mesa para almoçar, rodeada de gente.  Certas noites tenho tanto sono, que não consigo concluir uma conversa, em outras meus pensamentos são tantos e tão rápidos, que não consigo dormir.
  Isso até me lembra um pouco o último filme que assisti no cinema, “Meia-noite em Paris”, do Woody Allen. O protagonista de 2010 viaja todas as noites para sua época preferida, os anos 20. Conhece todos os que importaram no movimento cultural que fervilhava em Paris e no mundo. Numa conversa com as lendas do surrealismo, tenta explicar o inverossímil, mas logo é compreendido: “Normal, você está vivendo em duas dimensões”.
   Me sinto assim, como em duas realidades. Numa estou tranquila, morando em Santos, trabalhando no que eu gosto e no que sei fazer, cuidando de uma filhinha maravilhosa, inteligente e carinhosa, como se tudo seguisse o curso certo. Na outra sofro de saudades, de vazio, de arrependimento, de revolta, de indignação, sinto-me de mãos atadas, sem ser dona da minha própria vida, a mercê de pessoas que não conheço. Sinto muita solidão. Porque nessa realidade triste não tenho minha companheirinha, não tenho minha menina para cuidar, para amar, ensinar, rir, ouvir, falar. Nessa realidade só tem um imenso e infinito vazio.
  Talvez numa terceira realidade eu encontre respostas para tudo o que está acontecendo. Mas lendo o processo, a única explicação que encontro é que a outra parte um dia enlouqueceu, acreditou na sua loucura e encontrou advogados dispostos a nutrir a insanidade.  Foram muitas as mentiras e elas continuam, sem parar. Mesmo estando com minha filha, vendo como ela é encantadora e bem cuidada, são capazes de escrever coisas do tipo “Dora não tinha nem cama para dormir, suas roupas eram sujas, não tinha amigos, não tinha vida social, usava nomes falsos” e por aí vai. Meu único consolo é que Dora vai ler tudo. Ah, quando ela souber os fatos, o que pensará dessa família nefasta e mentirosa? Como lamento tudo isso.

 A volta

Mas não é meu lamento
Que trará Dora
Talvez só o tempo
Que é meu inimigo agora
Esse tempo que eu quero que passe
Mas passando, me aproxima da morte
E um dia ao ver sua face
Sei que poderia ter tido melhor sorte

   Me faltou sorte e malícia. A outra parte, além de parecer um esquizofrênico, ainda arrumou advogados que alimentam essa doença. Esquizofrênico é aquele que vê o que não existe e ouve vozes no silêncio. Mais ou menos isso. Segundo uma, da legião de advogados que consultei, o advogado da outra parte faz o que o cliente quer, a culpa é do cliente de procrastinar o processo com fatos falsos.
   Pode até ser, mas se um cliente pede absurdo, como destituir o poder familiar da mãe, cabe ao advogado trazê-lo para a realidade.  Se o cliente que não vê a filha há 4 anos e 5 meses diz que ela está suja, sem cama para dormir, mudou de escola mais de 4 vezes, para não criar vínculos e que morava de favor na casa de estranhos, cabe ao advogado pedir as provas. Mas não, o advogado da outra parte escreveu tudo isso, o juiz leu e cedeu às mentiras! Agora cabe a mim provar que são mentiras. Mostrar as 2 escolas em que Dora estudou, 2007 e 2008 na Ethos, de Paraty, 2009 e 2010, Dino Bueno, em Santos.  Tenho que  mostrar fotos do quarto, aliás, é só mostrar o vídeo do Profissão Repórter,  mostra um quarto bem bonitinho, por sinal. E, sim, meus contratos de aluguel, já que também está escrito que morávamos de favor na casa de estranhos...
    Estou bem cansada de há 7 anos ficar provando que o pai nefasto é um mentiroso! Que mente até no próprio currículo, dizendo ser formado em Letras, pela USP! Porque demora tanto tudo isso, ninguém vai comprovar nada, juiz nem lê o calhamaço de processo. Por isso a outra parte se empenha tanto em colocar todos os emails lá, para encher de páginas e páginas inúteis, que nunca serão lidas.
   E ainda leva minha filha para Ribeirão Preto para dificultar mais as coisas. Isso que dá uma pessoa ter dinheiro e tempo de sobra. Será que não há mais nada a ser feito naquela vida vazia? Já que não trabalha tempo o suficiente e mesmo assim não é capaz de cuidar da filha, tendo que deixá-la aos cuidados dos avós e da irmã ( sim, Dora também fica com a tia), vai ler um livro edificante, vai procurar um grande amor, vai fazer trabalho voluntário com crianças carentes e perceber o inferno que faz da própria vida, da filha e dos pais (não acredito que esses avós estejam tranqüilos fazendo isso com a neta, a nãos ser que sejam todos irremediavelmente loucos).
   Pobre Dora, há mais de 5 meses afastada de tudo! Fazem exatamente a crueldade da qual me acusam: na sua possessividade deixam Dora sem amigos! E o juiz aceitou a justificativa que Dora precisa ficar afastada da mãe até criar vínculos com a família do pai, daí a suspensão de visitas. Absurdo! Quer dizer que para criar vínculo com um tem que ficar afastado do outro? O juiz concorda com isso? Quem vai pagar a conta do sanatório para esse bando de gente maluca? Desculpem-me os profissionais sérios e éticos, mas se tem categorias que eu duvido, e muito, são as de psiquiatras e psicólogos. Experiência própria! É que tenho os péssimos exemplos da avó megera, a vingativa Ed Melo Golfeto, e do avô psiquiatra mentiroso, o pedante José Hércules Golfeto.  O pai de Dora? É só um pobre menino rico, que não teve amor e nem atenção, agora sente que tem o poder, porque possui a filha. Só posso ter pena desse infeliz. Teve a chance da redenção e de mostrar nobreza de caráter. Mas preferiu continuar sendo ele mesmo. E por Dora tenho amor e compaixão, tão novinha tendo de lidar com toda essa insensatez do mundo dos adultos.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brevidade

   Não pensei que fosse possível sentir mais indignação. Mas quanto mais me afundo em processos, mais vejo como tem advogado sem ética nenhuma. Vão lá, escrevem qualquer coisa, sem prova alguma, com suposições estapafúrdias da outra parte, daí o Juiz lê, acredita, o promotor assina embaixo e assim são destruídas algumas vidas.
   Erros grotescos de tempo e espaço, fáceis de derrubar, porém, ainda não houve juiz para me ouvir. Para poder sanar tudo isso eu precisaria ter um dia de 48 horas. Ou viver no processo. Mas, mesmo com toda a minha lucidez, a outra parte e sua corja vivem me tirando de louca, imagine se eu entro 100% nesse processo? Não teria como escapar da loucura. No fundo ainda acho que os loucos são os outros. Acredito ainda que a outra parte está perdendo o pouco de sanidade que lhe restava. No fim veremos quem ficará louco de pedra e quem vai precisar de muitos remédios para viver.
   Quando isso irá mudar? Não acho que só aconteça comigo, já que conheço algumas pessoas que também sofreram armações, injúrias e difamações. E calúnia! Que é bem pior. Ser acusado de crime ou da possibilidade de cometê-lo é cruel. Porque o que perdura é a dúvida. Eu poderia correr atrás de processar toda essa gente podre. Mas a vida é tão curta e tenho tanto para fazer. Tenho tanto para produzir. Inclusive produzir provas. Tenho tanto amor para dar.
  Não sei quanto tempo irei viver, pode ser que eu morra sem conseguir ver Dora. Presenciamos a brevidade da vida a todo instante. Mesmo assim existem pessoas que agem como se fossem eternas ou imortais. Pode ser que eu sofra um acidente antes de conseguir falar com minha filha. Por isso escrevo para deixar meu legado de informações, que Dora cresça no meio de barbárie e mentiras. Mas quando puder ler tudo o que escrevo para ela, vai entender o que é amor e ética e, principalmente, o que é verdade.
  Querem apagar a vida e a mãe de Dora. A outra parte fala de alienação parental e tão cego por seu ódio mortal, seu desejo insano de vingança, seu alter ego inflamado, não percebe que ele, mais do que qualquer um, com ajuda da família de psicólogos e psiquiatra, aliena Dora da vida que ela teve. Sempre baseado em mentiras apresentadas descaradamente para o sistema judiciário. Mas Dora sempre lembrará da mãe querida, que sempre lhe deu tudo o que precisava: amor, disciplina, carinho, conforto, amizades e segurança. Será que a outra parte e sua família doente acreditam que estão protegendo Dora? Que serão capazes de me apagar da vida dela? Acreditam que impedindo Dora de falar comigo conseguirão tirar-me do coração e da mente dela? Muito triste e perturbador tudo isso. Muito doentio também.

domingo, 10 de julho de 2011

Heroína

   Tenho escrito menos por aqui e já me questionaram sobre isso. Inclusive dei preferência por escrever temas leves e grandes paixões (como o Santos F.C. e a banda Pixies) porque tem me doído muito alguns últimos acontecimentos. Para começar hoje completam 5 meses que Dora foi arrancada da sua vida, sem levar uma foto, uma roupa ou boneca preferida. Chamam isso de alienação parental, tem muitos sites e ongs sobre esse tema e não é a primeira vez que isso acontece. Dora já havia sido arrancada de mim em outras duas ocasiões, devidamente programadas pela família Golfeto. Outro fator que me afastou do blog é que tenho trabalhado muito e, para quem não sabe, trabalho escrevendo e, por vezes, me dói fisicamente, tenho tendinite  no braço direito. Quando o ato de escrever torna-se uma dor e não um prazer, prefiro guardar meus pensamentos só para mim. Tem ainda o fator exposição. Tenho me exposto muito por aqui e advogados dizem que não devo dar munição para a outra parte, que quer manter o litígio até Dora completar 18 anos.
   Mas parei, principalmente, porque num desses blogs de uma dessas ongs sobre alienação parental, escreveram sobre o "Caso Dora". Duro saber que minha filha virou um caso, exposta midiática e sucessivamente. O homem que escreveu (ah, a esmagadora maioria dessas ongs e sites é feita por homens, que criticam sistematicamente as mulheres) duvida do meu amor por Dora. Julga sem dó nem piedade minhas atitudes. Pior, algumas pessoas postaram me criticando mais ainda, me chamando de egoísta, irônica e doente! Que minhas filhas são minhas vítimas
   Um dos comentários foi postado por "anônimo" - como me irrita essa gente que se esconde no anonimato. Mas tenho para mim que esse anônimo é da outra parte, talvez do pai da outra parte, pelo jeito que escreve colocando tudo, repentinamente, em caixa alta, como se estivesse gritando. E escreve quis com z. Quem maltrata mais a gramática é o Golfeto pai, apesar que o Golfeto filho também não é lá muito primoroso na escrita. O anônimo, tal qual o Golfeto pai,  fala de psicoterapia, querendo pegar no emocional, com muito erro de concordância e ortografia. Inclusive, como pode um médico escrever tão errado? Enfim, a questão aqui não é correto uso da língua portuguesa, mas é que também me dói mesmo ver que uma pessoa estuda tanto e não aprende nem a escrever direito, dói porque pessoas assim se formam e continuam ensinando errado, é tipo um círculo vicioso.

Minha Miranda, Minha Dorinha

   Bom, esse anônimo sabia datas de audiências e mentia da mesma forma que a outra parte, distorcendo fatos e acrescentando alguns do tipo "o pai sofreu tanto que há 2 anos faz terapia" e que eu, mesmo com ordem de perito (mentira), não faço tratamento. Agora o que mais me deixou mal, mal mesmo, foi escrever sobre minha filha Miranda! Só um anônimo covarde escreveria isso. O avô psiquiatra de Dora também adora falar com propriedade de assuntos que desconhece. Assim como o anônimo, quando afirma saber que faço a mesma coisa com Miranda (afastar do pai) e que  sabe muito mais do "Caso Miranda" do que do "Caso Dora". Diz que são duas crianças vítimas de uma mãe muito doente. Aliás, sei não se não dá para processar esse ancião, cassar o CRM dele, afinal, fica usando de seus conhecimentos psiquiátricos para tentar me desestabilizar! Escreveu vários emails mandando eu me tratar! Coitada da Dora, na casa dessa gente...que ainda se mete a falar de Miranda! Indignação é pouco para o que eu sinto. Deixem Miranda fora disso!
   Não, esse anônimo do mal não sabe nada, nem imagina! Sabe detalhes da outra parte e nada de Miranda. Ao contrário, Miranda não tem pai porque o genitor não quis saber dela, nem quis conhecê-la. Mas como sei que num futuro próximo ou distante, Miranda irá perguntar sobre isso, quis poupá-la da rejeição paterna e fui eu mesma entrar com uma ação para reconhecimento da paternidade. Irônica é a vida e não eu. Um pai vive para tirar a  minha filha de mim, o outro genitor não quer nem conhecer!
   Digo que minha vida com Miranda é muito mais fácil e leve. Digo ainda que demorou 1 ano e 5 meses para marcarem o exame de DNA, e no dia marcado, o genitor nem apareceu. Depois, não sei quando, vão marcar o segundo... e o terceiro, isso leva uns anos. Daí, se o suposto pai não aparecer, só após a terceira vez é considerado pai, mas ainda pode recorrer. Quem mesmo que a Lei protege? Mas esse é assunto para um post único, porque o dia do tal exame foi bizarro, como tantos acontecimentos na minha vida. E Miranda tem sofrido muito a falta de "Doinha", fala que Dora "foi com o papai dela", que quer "abaçar Doinha". Bom, quem sabe assim Miranda fique feliz por não ter um pai que a tire da mãe...
    Mas o tal cara, de uma tal ong, que nem vou dizer o nome para não dar audiência para alguém rancoroso e cheio de mágoas, escreveu que nesse meu blog (será que ele leu direito?), me faço de vítima e de heroína. Para quem me conhece minimamente, ou para qualquer um que converse comigo por 15 minutos, sabe que vítima é um papel que nunca me caiu bem. Sou a anti-vítima! Se falo da minha dor é porque sinto necessidade de expor a ferida, para que exposta, cicatrize. Jamais fui coitadinha em tempo algum.   
    Então pensei que heroína sim, é um bom adjetivo para me definir. Por vezes já me falaram que tenho síndrome de Mulher Maravilha, pois quero salvar o mundo e resolver tudo sozinha. Então sim, sou uma heroína, eu e todas as mulheres (e alguns homens também), que criam seus filhos sozinhas, eu e todos os brasileiros que trabalham honestamente vendo tantos políticos corruptos escapando de processos, amparados por Leis que eles mesmos aprovam, para benefício próprio. Sim, sou uma heroína que aos 11 anos completou a Travessia 14 Bis, do Guarujá a Bertioga, nadando 42 km em 10 horas! Todos os atletas brasileiros são heróis! Sou uma heroína que sobreviveu à depressão. E que no meio da depressão teve sua filha arrancada, levada para o mesmo lugar onde se encontra hoje! Longe da mãe e longe do pai, que, como sempre, só quer mesmo tirar a filha da mãe, já que não tem estrutura para cuidar da filha sozinho, em São Paulo. Sou uma heroína que mesmo há 5 meses sem sequer falar com a filha de 9 anos, não me entreguei novamente à depressão. Ao contrário, me entreguei ao trabalho e à educação de Miranda! Sou uma heroína que enfrenta julgamentos sórdidos de pessoas que nunca me viram! Sou a heroína que vai atrás dos fatos e informações e que descobre que esse mesmo cara que me julgou foi julgado por abuso sexual da filha! Inocente ou culpado, não importa, ficará para sempre a dúvida. Então, como uma heroína, entendi tudo: cheio de mágoa, depois de ter sido tão julgado, mesmo inocente, acha-se no direito de julgar e culpar. Só posso ter pena desse homem, compaixão e desejo de que supere seus traumas.
  Agora, após constatar que sou uma heroína, vejo que  não é tarefa fácil, é preciso ter forças sobre humanas, encontrar lógica onde parece habitar o caos. Mas, graças a essa postagem tão preconceituosa, desse cara tão rançoso, ganhei mais coragem para continuar escrevendo, polemizando, criticando, sendo controversa ou não. Ao contrário dos anônimos, os heróis assumem suas opiniões! E também seus atos, mesmo errados, pois os heróis também erram.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Eu Queria Ser Kim Deal

  Cheguei pela manhã na casa do Siqüila, em Ribeirão Preto, e do portão eu já ouvia a melodia de La La Love You http://youtu.be/3WYd0GYrSag. Que som era esse? A  voz de locutor de rádio - que depois soube ser uma incursão vocal do baterista David Lovering, enchia a alma de amor com suas batidas quase cardíacas! Perguntei "o que " era aquilo? Então, aquele que viria a ser meu namorado por 5 anos, me apresentou o vinil Surfer Rosa, estreia dos Pixies
   Da capa latina até a guitarra rasgada de Joey Santiago, era a banda perfeita! O ano era 1989 e nesse momento deixei o mundo sombrio de Joy Division, The Fall, Smiths e The Cult. Minha vida então tornou-se mais ensolarada, mais cheia de graça, de humor e alternativas.
  Para quem passou a adolescência na chuvosa Santos dos anos 80, dentro de uma piscina gelada, normal gostar de tudo que fosse cinzento. A cidade era muito rock`n`roll, era a efervescência do rock nacional e mesmo com toda as gracinhas da new wave, eu preferia Plebe Rude, Legião, IRA! e Golpe de Estado... pequena tendência subversiva. Mesmo as bandas santistas que eu ouvia - Harry, Mister Green - tendiam ao nebuloso. Mas Pixies era diferente de tudo o que eu já tinha ouvido, era revolucionário!
  Em um mundo sem internet, busquei as informações em lojas de vinil, encomendei tudo da banda, encontrei alguns poucos que a conheciam e daí fui traçando um novo perfil na minha vida. De cotiano inesperado, de confiança na existência. Sei lá o que acordes são capazes de fazer em nossas cabeças...
  A transformação se deu. E daí adeus às roupas escuras e maquiagem dark. Quando vi Kim Deal - quem quiser saber o que um baixo pode fazer por uma canção, escute Gigantic http://youtu.be/Kd34UjP6Q3Y- de jeans, camiseta, blusa de flanela, cabelo ao vento e maquiagem nenhuma, precedendo a era grunge, tudo mudou. Inclusive, o saudoso Kurt Cobain, numa esclarecedora entrevista, revelou seu mais profundo desejo. Pouco antes da overdose que o levaria à internação por um mês, em março de 1994, revelou que o que queria mesmo era fazer uma banda tão boa quanto Pixies. Modestamente completou: "Sei que nunca consegui".
  O que os Pixies fizeram foi música surfer com letras bossa nova, que aliás, batiza o quarto disco (e o mais surfer de todos): Bossa Nova. Suas letras também são violentas, mas alegres, por vezes nonsense, interplanetárias e com temas tabus, como incesto. Também foram hard core progressivos e, por mais que eu tentasse, jamais consegui sintetizar suas influências ou defini-los. Eram totalmente inovadores e foram a mais visceral influência dos anos 90 e de tudo de bom que surgiria na sequência.
  O derradeiro CD, Trompe Le Monde, dava sinal do fim. Em canções comoventes como Letters to the Memphis http://youtu.be/q6QGzPYxqx8 ou Bird Dream of the Olympus Mom http://youtu.be/7aImKJ4exFE. Devia ser turbulento conviver com o gênio genial do vocalista e guitarrista Black Francis. Nos últimos shows tocam com profissionalismo, mas menos alegria. Kim sorri menos, nem mesmo quando erra em algumas entradas. O virtuosismo de Francis talvez não suportasse o humor nonsense de Kim.
  O primeiro traço da lenda começou porque Kim leu o anúncio de um jornal: "Precisa-se de baixista". Assim, por acaso, juntaram-se os integrantes da banda que tornaria-se a trilha sonora da minha vida! Black Francis (voz e guitarra base), Kim Deal (voz e baixo), David Loverin (bateria e voz) e Joey Santiago (guitarra) encontraram-se em Boston, EUA, 1987.
 Quando foi anunciado o fim dos Pixies, em 1993, foi como perder o melhor amigo. Apesar da imensa produção musical, deixada em apenas 5 anos de carreira, foi muito triste saber que nada de novo seria criado por eles, não em conjunto. Ainda fizeram uma gracinha em 1997, lançando a coletânea Death to the Pixies, com gravações ao vivo de músicas não inéditas.  Em maio de 2004 realizei um sonho: vi Pixies em Curitiba, na pedreira, numa noite fria, em que 8 mil fãs felizardos, uivaram para a Lua na introdução de Where Is My Mind http://youtu.be/GrHl0wpagFc. Momento único, intenso, inesquecível e inexplicável.

The Breeders

  O show em Curitiba aconteceu porque Kim Deal já tinha tocado lá com sua nova banda, Breeders, num festival alternativo. Adorou o lugar e o público. Quando os Pixies resolveram voltar em um único show, para poucos, essa foi a escolha. Kim, sempre Kim. Essa mulher é tão diferente, que não é única. Tem uma irmã gêmea, idêntica, que também canta e toca: Kelley Deal. Juntas formaram The Breeders (é o apelido relativo aos heteros, como gay aos homos, mais uma brincadeira de Kim). Essa banda não é de garagem, é de cozinha. Mais alternativa, impossível!
  Kim canta em todas as músicas de todos os CDs e pôde colocar todo o seu romantismo latente em letras e canções como Do you love me now? http://youtu.be/WsVXg2UFQ8M e Invisible Man http://youtu.be/WsVXg2UFQ8M. Suas inquietudes em No Aloha http://youtu.be/cSiyaB3Ij8Q e melodias tão maduramente infantis como Fortunately Gone http://youtu.be/bHa6ifmi_Ao e Drivin`on 9 http://youtu.be/cLKUfBLJVqE.(esse video é com imagens cinematográficas, não mostra Kelley no violino).
  Para Kim, diversão é coisa séria. Viver é quase uma piada. Sempre quis cantar como ela, tocar como ela. Mas isso é só para sua irmã gêmea. Porque o que faz de Kim Deal tão especial (para mim) é sua semelhança. Nem única, nem singular. Apenas alguém que se expõe, mostra que erra até no que faz de melhor, sempre com graça e alegria.