O juiz que julga meu processo, Ricardo Braga Monte Serrat, da 1ª Vara de Família de Ribeirão Preto, demorou 66 dias para decidir sobre uma liminar pedida por mim. Para quem não sabe, liminar é aquele pedido urgente, para resolver com urgência urgentíssima, no mesmo dia. E esse juiz demorou tanto tempo para decidir extinguir minha ação. Nessa ação eu mostrava que Jonas Golfeto, a outra parte, mentia. Provava como Dora estava bem comigo. Ricardo Monte Serrat extinguiu a ação. Como se não existisse...
Continuo ligando diariamente naquela casa, em Ribeirão Preto, se atendem, desligam na minha cara, depois não atendem mais... são mais de 8 meses sem saber da minha filha! Com aval da Justiça, que é lenta, mas talvez, pelo calor daquela terra infernal que é Ribeirão Preto, fique mais lenta ainda. É sabido que o calor excessivo deixa as pessoas com raciocínio lento. Dia desses os termômetros marcavam 40° C naquele vale. Já morei lá, nunca suportei mais de 15 dias naquele clima. Conheci pessoas ótimas e continuo conhecendo nas vezes que vou lá dar tiro n`água.
Nada do que eu peço o juiz aceita. Tudo que a outra parte diz, sem provas, é aceito. Não sei, mas acho que ou há um certo bairrismo nessa história ou esse juiz não tem mesmo competência para esse caso. Ah, mas ele também negou meu pedido de incompetência de juízo. Falei com um amigo juiz dia desses, achou tudo muito esquisito. Eu sou a ré no processo. A ação deve correr no domicílio da ré. O advogado da outra parte escreveu que moro em local incerto e não sabido, dando meu endereço, onde sou intimada, na mesma ação!!!! O juiz não leu isso. Se leu, não assimilou... vai ver é o calor excessivo da cidade, o juiz lê, mas não entende...
Aliás, esse juiz já é famoso por sentenças duvidosas. Em dezembro de 2009, liberou 3 estudantes de medicina que espancaram um trabalhador negro, de 55 anos, porque o crime não foi de racismo (que é inafiançável). Os "bons meninos" Emílio Pechulo Ederson, Felipe Giron Trevizani e Abrahão Afiune Jr, estudantes de medicina daquela cidade, pagaram fiança de pouco mais de 5 mil e foram liberados. A vítima, Geraldo Garcia, revoltou-se na época, pois o juiz Ricardo Monte Serrat aceitou a injúria qualificada apresentada pelos advogados dos réus. Mesmo batendo e chamando Garcia de "negro". Para o juiz Ricardo Monte Serrat, não foi racismo.
Só pesquisando muito sobre esse homem da "Lei" consigo entender porque nada anda naquela terra. Três advogados diferentes de Ribeirão Preto me falaram a mesma coisa desse juiz: "ele é em cima do muro, só vai pelo promotor, não gosta de decidir". Ora, porque ele não procurou outra profissão? Já que parece mesmo que não decide nada. Ficou 66 dias sentado numa ação para extingui-la...
O Vazio
Há muito tempo eu sentia uma saudade e um vazio que nunca entendi. Desde criança tinha um sentimento de falta, de perda... no dia 9 de fevereiro de 2002 entendi que eu sentia falta de Dora. Depois que ela nasceu entendi que era ela que faltava em minha vida. Depois da gravidez de risco, com todo o medo de perder meu bebê, depois de todos os cuidados que tive e de tantos amigos cuidando de mim... nascia Dora. Tão perfeita, tão saudável...
Aguentei 9 meses a presença de Jonas Golfeto em minha casa: ausente, distante, não me ajudava em nada, nem financeira ou emocionalmente e, como a maioria das mulheres modernas, independentes e descoladas, pedi que ele se retirasse de meu apartamento. Sem crise, de boa. Deixei até a chave da casa com ele, para que entrasse para ver a filha, quando bem entendesse.
Mas sempre, sempre que ele levava Dora sentia uma dor no peito, um vazio, uma saudade, eu sempre tive a sensação que ele a tiraria de mim. Nunca segui minha intuição... e porque, com a lógica, entendia que isso era impossível, o cara tinha quase 30 anos, era sustentado pelo pai, não tinha horário para nada, mal via a filha. O que eu não imaginava é que haveria uma comoção familiar para tirar Dora de mim. Tanto que ela está lá em Ribeirão Preto, morando com o avô psiquiatra monstro José Hércules Golfeto e a avó megera, Ed Melo Golfeto. Não sei quem mais mora na casa, não sei se a tia e o marido da tia de Dora também moram lá. Não sei se o pai de Dora mora lá.
E por que não sei? Porque ninguém foi fazer perícia lá. É lá que a menor mora, é lá que devem fazer perícia. Mas não, a família Golfeto está acima do bem e do mal. Que bom que Dora faz parte dessa família, assim também fará parte dessa minoria privilegiada que está acima do bem e do mal.
Jonas Golfeto, no dia da audiência de conciliação, fez que não com o dedinho quando falei em perícia psicológica. Não, ele não precisa fazer perícia... queria mesmo é que ele passasse por um detector de mentiras... se bem que psicopatas enganam até detectores...
Minha intuição dizia para não namorar aquele moleque. Minha intuição dizia que ele tiraria Dora de mim. E agora minha intuição me diz que eu perdi Dora. Porque quanto mais tempo lá, mais adaptada estará, mais subsídios terão para mantê-la lá e com todo o empenho do avô psiquiatra e da avó psicóloga, vai ser fácil convencê-la de que a mãe não liga, a mãe não procura, a mãe não quer mais saber dela.
Por que fui criar uma filha tão educada e obediente? Por que fui ensinar Dora respeitar e amar ao próximo? Fiz tudo errado! Criei uma menina que aceita tudo, conformada, manipulável...
Errei muito, mas não vou errar mais. Ainda bem que tive uma segunda chance, chamada Miranda. Essa vai brigar pelo que deseja, essa não será uma vaquinha de presépio, essa fará muita diferença no mundo, sim. Miranda não vai levar desaforo pra casa. Mas vai amar e respeitar o próximo, até o momento que esse próximo não a respeite.
Juiz inútil
Antes dessa porrada na cara, vinda desse juiz incompetente, tive outra lástima. No dia 13 de outubro, na quinta depois do feriado, estava marcada uma audiência de conciliação entre minha mãe e Jonas Melo Golfeto. Na segunda-feira, dia 10, me liga um profissional do cartório (uma dessas pessoas legais que conheço naquela cidade infernal) para avisar que o juiz cancelou a audiência porque Jonas apresentou passagens de avião para outro Estado. Ora, num lugar sério, ele que perdesse essa viagem! Eu já tinha comprado as passagens para minha mãe e a advogada. Eu posso perder e ele não! Ô seu juiz, o senhor não está sendo nada justo! Pior, no sábado Jonas estava "trabalhando" em São Paulo! Comprou passagens só para não ter audiência.
No fim acho que não perdemos nada nessa tal de audiência de conciliação. Essa inutilidade consiste em uma tentativa de acordo entre pessoas que não se suportam e brigam há anos. Daí entra um juiz de paz, que não decide nada. Faz-se um acordo amigável, como a conversa diária por skype. Se a pessoa que detém o poder (no caso Jonas, que tem poder absoluto sobre Dora), resolver voltar atrás, tudo bem. Não era ordem judicial, era acordo amigável... no dia da audiência Jonas ainda disse "dou minha palavra"... chorei por dentro: além de não ter palavra, o cara mente até no currículo... é uma farsa!
Minha mãezinha, de 76 anos, iria só passar raiva indo até lá, vendo aquela cara inexpressiva, que poderia até permitir que a avó falasse com a neta ao telefone, na frente do juiz de paz (aquele que não serve para nada) e depois, voltaria atrás, já que é sem palavra.
Só sei que estou com dores no peito há dias, falta de ar e insônia. Não dá mais para sustentar o insustentável. Queria só poder ligar para Dora, ouvir dela que está tudo bem. Ok, Golfetos, vocês venceram! Jonas não conseguiu minha destituição do poder familiar legal, mas conseguiu de fato. Na escola Albert Sabin ouço que só o pai tem acesso à Dora. Na casa, desligam na minha cara. Vou até lá, chamam a polícia.
Para que mesmo que fiquei 7 meses e meio de repouso absoluto? Para ter uma filha arrancada de mim sistematicamente? Para que mesmo que me esforcei para criar e educar uma criança adorável? Para ser levada como se eu não existisse e ser criada pelos mesmos avós que criaram a pessoa mais sem caráter que já conheci?
Como disse um ator, querido amigo meu, "Jonas não tem brilho algum, é totalmente apagado. Nunca entendi como você, que tem luz própria, se interessou por aquilo". Nem eu! Na verdade, sei. Ele me enganou fingindo ser o que não era! O cara até acordava 7h30 da manhã para ir nadar comigo! Só depois fiquei sabendo que não acordava antes das 14h...
Esse amigo ainda deu uma divagada do porquê uma pessoa tão sem amor, sem afeto, sem carisma, fazer o que faz. "Querida, a única forma dele ofuscar seu brilho é tirando Dora de você". Pode ser isso... e ele conseguiu, um verme rastejante acabou comigo, devo ser menos que um verme...