domingo, 22 de fevereiro de 2015

Foco, Disciplina e Propósito

     Aqui estou para dar notícias, pois pessoas que não conheço, mas que conhecem minha história, me escrevem preocupadas. Pouca coisa mudou, entre  elas, as idades de minhas filhas. A mais velha completou 13 anos no dia 9 de  fevereiro. Era um final de semana para passarmos juntas, mas tanta coisa aconteceu e não pude ir. Mas sei que passou um dia feliz, no lançamento do livro de um vlogueiro que é fã, com direito a abraço apertado e vários amigos na livraria. Ela feliz, me sinto feliz.
    Minha caçula completou 6 anos no dia 16 de fevereiro. Nesse dia fomos numa tenda de Carnaval em Santos. Depois encontramos Zenilde Carmo, que foi minha professora de matemática na 7ª série, e fomos em sua casa. Miranda ganhou uma camiseta do Barcelona, assinada por Neymar e esse já foi seu grande presente, seu grande dia. Comemos pizza de brócolis (Mi adora) e estava tudo tão bom que ela chorou porque não queria ir embora, queria dormir lá, saímos já passava da 1h da manhã. Zenilde é daquelas pessoas que fala sobre todos os assuntos, viajou para vários lugares, tem um jeito tranquilo e a certeza de que tudo vai dar certo. Sempre foi minha professora de matemática preferida, mesmo tendo me deixado de recuperação, coisa inimaginável quando eu tinha 12 anos. Nosso papo sobre viajar e conhecer lugares ser uma das melhores coisas da vida deu vontade de fazer as malas e pegar um avião. 
    Fiz festinha na quarta-feira de cinzas. Essa data carnalesca não é das melhores para comemorar aniversário, mas ela ficou feliz, divertiu-se muito em sua fantasia de odalisca. Miranda feliz, trabalho cumprido, dormi feliz.
      No setor em que nada mudou, a vida de estrada, sempre indo e vindo para algum lugar, geralmente a saga Santos/Ribeirão Preto, Ribeirão Preto/Santos. Este é meu primeiro final de semana com Dora após as férias e está sendo ótimo. Viajei de São Paulo para Ribeirão de carona, foi a viagem mais rápida dos últimos 4 anos. Com um cara que não conhecia, mas que, comprovando a teoria de que o mundo é mesmo uma ervilha dividida ao meio, já trabalhou com a Paola Miorim, o que tornou tudo muito familiar.
    Fomos numa palestra ministrada por Paola e mais dois atletas, um de Iron Man. O tema era Esporte e Empreendedorismo. Dei opção para Dora escolher o programa, ela quis ir na palestra. Mais do que nunca vi a necessidade de voltar a nadar e ter foco, disciplina e propósito. Esses últimos dias estão sendo estranhos, parecem aquele filme dos anos 80 O Feitiço do Tempo. Muitas conversas estão se repetindo, como se para fixar definitivamente o óbvio na minha cabeça. Enquanto Paola, Cleber Campos Barreira e Renato Rodrigues se revezavam nas palavras de motivação e objetivos, lembrava das palavras da noite anterior, com Paola e Lívia. É claro e cristalino que enquanto alguém corre ou nada por horas, dá tempo de pensar em todos os problemas, até esvaziar a mente. É claro e cristalino que cansar os músculos, acelerar os batimentos cardíacos e terminar um objetivo (seja nadar mil metros ou correr uma maratona) nos faz dormir melhor e sentir uma realização que nos acompanha por dias. E por que não faço isso? Mesmo sabendo, empiricamente, todo o bem que me faz?
      No meio da palestra chegaram Ana Luiza Feres e seu filho Giácomo, de 11 anos. Depois fomos todos comer uma pizza a céu aberto, com aquele céu lindo do anoitecer em Ribeirão. Muitas risadas, muito assunto sério falado de forma divertida. Impressionante como as almas afins se atraem e se reencontram e continuam sempre evoluindo nas ideias e sentimentos, passando por momentos tão parecidos. Como é bom ter tantos amigos e pessoas tão bacanas aparecendo no meu caminho.
      
      Nem eu, nem você, nem ninguém deve conceder que uma pessoa má destrua tudo que uma vida inteira de pessoas boas construiu. Isso na vida pessoal, pública e política. Não devemos deixar de ser quem somos na essência, por mais que tudo pareça acabado ou perdido. Me sinto exausta de tanta estrada para o mesmo lugar, fico "descapitalizada" com viagens que não planejo, que não são de férias. Mas mesmo assim aprendo e vejo o novo, indo e vindo pelas mesmas paisagens, porque as nuvens não são mais as mesmas, nem o ar, nem os carros, nem as pessoas. 
   Ontem ficamos até de madrugada falando sobre astrologia e planetas. Enquanto Lívia e Dora, aquarianas típicas, vivem no futuro, parecendo até alheias ao que está acontecendo agora, eu fico no passado e ainda me vanglorio sobre minha memória prodigiosa, que não esquece fatos de décadas atrás. Nada disso é certo. O agora é o que temos e é a partir daqui que podemos mudar tudo. Não posso mais continuar vivendo lembrando do que aconteceu e mudou tudo, tentando encontrar o momento crucial em que tudo desmoronou. É a partir de hoje que começa e só o daqui para frente deve fazer algum sentido.