terça-feira, 17 de junho de 2014

O Brilho Efêmero da Vida

   Fiquei muito tempo longe daqui, eu sei. Recebo emails perguntando se está tudo bem, que estão com saudades dos meus textos, querem minhas opiniões sobre o "vai ter Copa, não vai ter Copa" e tantos eventos importantes que acontecem em meu País. Não, não está tudo bem, mas de certa forma, muita coisa mudou para melhor. Surgiram mais pessoas incríveis na minha vida (que detalharei em outro post), voltaram grandes amizades, afastei algumas pessoas que não me faziam bem e perdi outras para sempre - sim, com a morte, mas não falarei de morte, porque o que eu quero é a vida. Muitas mães continuam me procurando para consultoria sobre guarda de filhos. Passei um tempo tão pessimista, que não conseguia responder. Mas coloquei as correspondências em dia.
    O mais curioso é esse exato momento. Estou em Ribeirão Preto, na casa da minha amada amiga Paola Miorim, sozinha, durante o jogo BrasilxMéxico, em plena Copa do Mundo. Não lembro de nenhum jogo de Copa na minha vida em que estivesse sozinha. Pensei que ia me concentrar no jogo, coisa que nunca acontece quando tem galera, mas o jogo está tão ruim, tão truncado, que comecei a ouvir música e bateu vontade de escrever, dar sinal de vida, ter respeito com as milhares de pessoas que acompanham o que escrevo. Estou aqui em Ribeirão Preto porque trouxe os presentes para Dora, que estão se juntando comigo desde o ano passado. Continua tudo na mesma e não vale mais gastar dedos digitando sobre isso, acho que só vale falar do processo quando algo mudar, talvez em 2016, nas Olimpíadas. Miranda está cada dia mais linda, forte e saudável e a deixei em São Carlos, aos cuidados de Adriana Abujanra e suas amadas filhas, Manu e Sofia.
    Sobre a Copa, infelizmente, nunca estive tão desanimada. Adoro esportes e já deixei claro que futebol também faz parte das minhas paixões. Estou vendo os jogos na medida do possível, mas nunca fiquei tão sem torcer, tão alheia. Torci para Portugal porque lembrei muito do meu pai e de sua indecisão nas Copas, mas acabava sempre torcendo mais para o Brasil, porque ia mais longe. 
    Estive em algumas cidades sede, fora do eixo Rio-São Paulo, e o que vi foram estádios inacabados (com estruturas provisórias) e canteiros de obras onde deveriam ser ruas, metrôs e aeroportos prontos. Mas isso não importa, o que importa é que tem jogo, que os turistas estão adorando o Brasil e nós somos mesmo um povo receptivo e simpático. E tomara que nada de ruim ou catastrófico aconteça até o final desse grande evento, que até agora tem tido ótimos jogos. É futebol e queremos ver gol. Só esse que estou vendo agora não sai do zero a zero.
    Sobre o xingamento direcionado a presidente do Brasil na abertura da Copa, não concordei, achei feio e ineficiente. Vaia é universal e o mundo inteiro entenderia, xingamento em português poucos entenderam na hora. Fora que é muito feio mesmo ficar xingando. Deixa pra xingar nas urnas, ora. Daí os governistas ficam culpando a elite branca que estava no estádio. A Copa foi feita para a elite (branca ou não branca) e não para o povo, basta ver os valores dos ingressos. Também já foi exaustivamente divulgado o quanto foi gasto de dinheiro público para essa Copa e até agora não temos legado nenhum, a não ser estádios. Agora me digam, para que um estádio "padrão FIFA" lá em Manaus, onde nem tem time? Numa região que falta até luz elétrica? Deveria ter reclamado antes? Reclamamos antes! O Deputado Romário reclama desde que entrou para a Comissão da Copa.
     No dia de escolher a sede das Olimpíadas 2016 eu não queria que fosse no Rio de Janeiro, mas quando foi escolhida, fiquei intimamente feliz, é minha chance de ver os melhores nadadores do mundo, na minha competição preferida do mundo. E se não correrem, vai ser outra demonstração de atrasos e desvios de verba e descaso.
   Esporte é uma paixão e estou muito feliz em estar entrando em um novo projeto e um novo mundo esportivo para mim, que é o Rugby e, novamente, escrever a história de um grande atleta. Mas isso também é assunto para outro post.
     Conheci novas crianças, todas carentes. Tão cheias de amor que vou passar meu aniversário com elas, daqui três dias. São carentes de família, mas excedem amor. Quanto mais eu dou, mais eu tenho. E em outro post, escreverei sobre elas.

    E a música que não consigo parar de ouvir é Hiding Song, de Rafael Aviz, o menino que conheci no dia em que nasceu. Sonhei com ele, antes de sua mãe ficar grávida. Assim que ele liberar, compartilho para todos vocês. Passaram quase 19 anos de seu nascimento, como foi rápido. O menino que uma vez dei banho quando tinha 4 meses, deixei entrar água no ouvido e, pela primeira vez, aquele anjinho, chorou sem parar. Ninguém sabia o que era. Sua mãe, minha querida Mariana, teve quer ir embora de Paúba até Santos, para levá-lo ao pediatra. Como passou rápido... hoje é um compositor de primeira, que faz músicas que me representam. Sou a fã número 2. A 1 é sempre a mãe!
   A vida passa rápido e todos nós nascemos para brilhar. Todos os dias  vejo pessoas brilhantes. Todos nós temos um talento, nem que seja descobrir o talento dos outros. Por mais que fatos tristes me acompanhem, que fatalidades me aconteçam, não consigo deixar de amar. E ficar feliz com a quantidade de pessoas lindas que cruzam e voltam no meu caminho.