Quem me conhece sabe o quanto gosto de séries e filmes sobre investigações criminais. Até quem não me conhece, mas lê o que escrevo, pode perceber isso. Mas Criminal Minds, em especial, me inspira muito. Devo confessar: a primeira vez em que parei no canal AXN foi porque vi um homem lindo, de corpo esculpido em mármore negro, trajando roupas de praia. Era o ex-modelo e ator Shemar Moore (Derek Morgan*), no último episódio da primeira temporada. A visão desse deus do Olimpo me fez parar no canal... nos idos de 2007. Mas a trama me prendeu de um jeito, que passei a assistir sempre que lembrava, até me tornar fã da série e não querer perder nenhum episódio e rever sempre que possível. Até porque sempre há uma citação literária em cada episódio, afinal, todos os personagens gostam muito de literatura e estão sempre lendo algum livro.
Trata-se de uma equipe de agentes do FBI, especializada em traçar perfis de criminosos psicopatas e seriais. Isso porque os psicopatas enganam muito bem, parecem pessoas "normais", geralmente trabalham e tem família, por isso policiais e agentes federais comuns não conseguem identificá-los. Nem todos os psicopatas tornam-se assassinos seriais, mas todos conseguem destruir vidas, sentimentos e muitos vivem normalmente em sociedade. Criminal Minds utiliza casos que realmente acontecem nos EUA e que assustam, justamente por serem baseados em assassinos reais. Os monstros existem e podem ser seus vizinhos, amigos, pais, filhos.
Além de ser didático, mostra uma equipe altamente especializada, profissional e que forma uma família, talvez esse seja o ingrediente de sucesso da série, a humanização desses agentes. Derek Morgan é macho alpha, mas sofreu abuso sexual de um treinador, quando era adolescente e vivia no gueto. Não acredita em Deus e foge de igrejas. Isso torna sua massa muscular invejável em um ser humano frágil e carente. Como sou um pouco obsessiva com informações sobre o que me interessa (ou nem tanto), fiquei sabendo que Shemar Moore é a combinação genética de mãe holandesa e pai africano. Também foi ciclista e quando sua mãe foi diagnosticada com esclerose múltipla, convenceu todo o elenco do CM a fazer um passeio ciclístico pelo País, conscientizando a população sobre a doença e a importância do seu diagnóstico precoce. A liderança do personagem também está no ator.
Poderia escrever um tratado sobre a série, comentando sobre cada personagem, fazendo sempre uma analogia com minha vida ou de pessoas que conheço. Mas prefiro me concentrar em Derek e o dr Spencer Reid (Mathew Gray Gubler). Reid é um jovem gênio (do jeito que eu gosto), médico psiquiatra, também filósofo, atormentado pelo medo que a esquizofrenia da mãe (também uma médica genial) tenha peso em seu DNA. Um personagem tão apaixonante quanto o ator. Nem precisei fazer pesquisa sobre ele, minha amiga/irmã/camarada Marcia Abad*, fez isso por mim. Mathew Gray Gubler tem uma das vozes mais deliciosas de se ouvir (Paulo Miklos/Titãs é outro) e tem um site onde mostra seus desenhos e vídeos, enquanto lê contos de Edgard Alan Poe. Também é ex-modelo. Fico sempre feliz quando descubro que os atores são maravilhosos como os personagens. Penso que o verdadeiro artista, além do talento, precisa ser sensível e generoso, porque assim é arte!
Gubler também dirigiu um episódio que me fez chorar (será grave chorar assistindo Criminal Minds?). Era sobre uma mãe que teve o filho desaparecido há 9 anos e sempre que sabia de um desaparecimento de criança nas mesmas circunstâncias, procurava a equipe para dizer que poderia ser o mesmo serial killer. Essa mulher acabou com seu casamento e perdeu a guarda da filha menor, por viver nessa "paranoia" de querer encontrar o filho, que todos já davam como morto. Também começou a beber, mas nunca desistiu de procurar o filho, nem que fosse a procura por seus restos mortais.
Eis que 9 anos depois, realmente o filho estava vivo, nas mãos de um casal de psicopatas, que sequestrava e torturava criancinhas. O menino agora era um adolescente, que ajudou a sequestrar algumas dessas crianças, como meio de sobrevivência. Foi o único que viveu tanto tempo, os outros já estavam mortos. Apenas 2 crianças são encontradas com vida. A mãe que era tirada de louca abraça o filho loucamente, após 9 anos. O pai que desistiu, que ficou com a guarda da filha, também chora. A mãe pergunta ao dr Reid o que fazer para recuperar o filho. "Com a mãe que ele tem, que nunca desistiu e sempre acreditou, ele vai superar tudo isso". Daí eu também chorei.
* Derek é o macho alpha, líder nato, que toma a iniciativa imediata quando não há tempo a perder.
* Marcia Abad é uma amiga que gosta dos mesmo filmes, livros, músicas e seriados que eu, além de ser uma engenheira, especializada na área de saúde (!). Muitas vezes vou contar algo como novidade absoluta e ela me apresenta mais "n" novidades sobre o mesmo assunto. Agradeço muito por sua amizade e conhecimento.