segunda-feira, 18 de julho de 2011

A Subversiva

   Seria muito cômico, não fosse tão trágico. No processo me acusam de ser subversiva!
   Vejamos o que significa isso: até o século XV, a palavra subversão era relacionada aos reinados. Subversivo era aquele que ia contra os desígnios do Rei. Pessoa que causava transtorno, revolta, ira! Para  pessoas que se consideram reis ou rainhas, o subversivo é o que não segue suas normas ou vão contra suas verdades únicas.
   No uso moderno, o termo refere-se a tentativas de destruir estruturas de autoridade, é um termo mais ligado ao clandestino, alguém que quer acabar com as bases da fé no status quo. Para o filósofo chinês Sun Tzu, que viveu há mais de 2 mil anos e é autor do aclamado "A Arte da Guerra", as ações indiretas, de subversivos, são as que determinam o futuro da guerra. Simbolicamente comecei ler esse livro em 2005, quando minha filha foi arrancada de mim pela  primeira vez e fiquei perdida, sem chão, busquei leitura que me norteasse. Tão sem chão e perdida estava que fui assaltada um par de vezes, numa dessas o livro foi junto na bolsa. Preciso tê-lo de novo!
  Então, sou uma subversiva. Nos anos de chumbo da ditadura no Brasil, os estudantes, os intelectuais, as cabeças pensantes, os que iam contra aos generais, eram chamados de subversivos. Foram presos, torturados, mortos! É isso que fazem com subversivos. Imagino que seu eu fosse jovem nos anos 70, seria uma dessas presas. Porém, estamos em 2011, não vivemos na Ditadura, mas há 7 anos venho sendo torturada e, enquanto não me verem morta, os ditadores da atualidade não me darão paz em vida, só a paz eterna! Quem sabe assim reinará tranquilidade na estrutura familiar tão bem construída? A mãe subversiva  morta.
  Ir contra toda e qualquer forma de autoritarismo é pura subversão. Ir contra ao sistema judiciário falido, que todos sabemos que precisa de uma virada de página geral, é ser subversiva. E que poder tem a subversão! Dia desses num cartório de Fórum, o próprio diretor do cartório, quando eu questionei o que fazer para parar com tanta papelada de processo, respondeu, irônico, porém enfático: "botando fogo em tudo isso aqui!" Fantástica resposta subversiva.
  Se nos tempos modernos a subversão segue paralela com atos clandestinos, nossa, como cometi o crime da subversão! Será que uma mãe subversiva não tem direito à maternidade? Bom, se essa mãe cometeu o erro fatal de ter uma filha com o oposto da subversão, uma pessoa enquadradinha, egoísta, totalmente preocupada com a imagem e com o que os outros estão pensando, sim, ela vai perder esse direito porque o oposto da subversão não suporta novas ideias, não suporta a liberdade. E o oposto vai tentar de todas as formas "legais" enquadrar a subversiva! Já que a tortura foi embora junto com o AI-5, resta tortura  psicológica, alegações falsas, metralhadora midiática. E assim conseguem aniquilar uma subversiva. O enquadrado não consegue suportar a libertária subversiva. Então tenta aprisioná-la de forma torpe, usando a filha para prendê-la. Em visitários públicos, no cárcere infantil. É isso que o enquadrado exige novamente: que eu e minha filha voltemos a nos ver em Visitário Público. Não satisfeito com toda a tortura já cometida, com todo o mal causado, o enquadrado tenta enquadrar, de todas as formas, a mãe subversiva. É a solução moderna de prender pessoas de espírito livre! Pobre Dora, uma menina tão talentosa e sensível, corre o risco de tornar-se aberração. Será aquela que apareceu no Fantástico, no Profissão Repórter, que tem a mãe subversiva e o pai torturador! Não, minha filha, não vou permitir que te apontem na rua. Você será sempre talentosa, popular e sensível. E, se tudo der certo, muito subversiva!
 Porque as minhas ideias já foram plantadas. E numa cabecinha muito especial, diria mesmo genial. Que o mundo seja infestado pela praga da subversão, só assim poderia  mudar alguma coisa nessa realidade tão caótica e ostensiva do século XXI.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Brevidade

   Não pensei que fosse possível sentir mais indignação. Mas quanto mais me afundo em processos, mais vejo como tem advogado sem ética nenhuma. Vão lá, escrevem qualquer coisa, sem prova alguma, com suposições estapafúrdias da outra parte, daí o Juiz lê, acredita, o promotor assina embaixo e assim são destruídas algumas vidas.
   Erros grotescos de tempo e espaço, fáceis de derrubar, porém, ainda não houve juiz para me ouvir. Para poder sanar tudo isso eu precisaria ter um dia de 48 horas. Ou viver no processo. Mas, mesmo com toda a minha lucidez, a outra parte e sua corja vivem me tirando de louca, imagine se eu entro 100% nesse processo? Não teria como escapar da loucura. No fundo ainda acho que os loucos são os outros. Acredito ainda que a outra parte está perdendo o pouco de sanidade que lhe restava. No fim veremos quem ficará louco de pedra e quem vai precisar de muitos remédios para viver.
   Quando isso irá mudar? Não acho que só aconteça comigo, já que conheço algumas pessoas que também sofreram armações, injúrias e difamações. E calúnia! Que é bem pior. Ser acusado de crime ou da possibilidade de cometê-lo é cruel. Porque o que perdura é a dúvida. Eu poderia correr atrás de processar toda essa gente podre. Mas a vida é tão curta e tenho tanto para fazer. Tenho tanto para produzir. Inclusive produzir provas. Tenho tanto amor para dar.
  Não sei quanto tempo irei viver, pode ser que eu morra sem conseguir ver Dora. Presenciamos a brevidade da vida a todo instante. Mesmo assim existem pessoas que agem como se fossem eternas ou imortais. Pode ser que eu sofra um acidente antes de conseguir falar com minha filha. Por isso escrevo para deixar meu legado de informações, que Dora cresça no meio de barbárie e mentiras. Mas quando puder ler tudo o que escrevo para ela, vai entender o que é amor e ética e, principalmente, o que é verdade.
  Querem apagar a vida e a mãe de Dora. A outra parte fala de alienação parental e tão cego por seu ódio mortal, seu desejo insano de vingança, seu alter ego inflamado, não percebe que ele, mais do que qualquer um, com ajuda da família de psicólogos e psiquiatra, aliena Dora da vida que ela teve. Sempre baseado em mentiras apresentadas descaradamente para o sistema judiciário. Mas Dora sempre lembrará da mãe querida, que sempre lhe deu tudo o que precisava: amor, disciplina, carinho, conforto, amizades e segurança. Será que a outra parte e sua família doente acreditam que estão protegendo Dora? Que serão capazes de me apagar da vida dela? Acreditam que impedindo Dora de falar comigo conseguirão tirar-me do coração e da mente dela? Muito triste e perturbador tudo isso. Muito doentio também.