terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Respeito e Liberdade

   Para quem não sabe, Spirit é um longa de animação infantil. É a história de um corcel selvagem, nascido na América do Norte. Do ponto de vista de Spirit acompanhamos a colonização feita pelos ingleses, suas formas de dominar índios e animais. Sentimos a liberdade de viver nas montanhas e correr velozmente entre companheiros de espécie, o respeito com os diferentes e a harmonia com a natureza. Os colonizadores prendem Spirit, que vê seus semelhantes conformados, obedientes. Mas Spirit não se entrega. Prefere perder a vida que a liberdade. Por ser tão corajoso e independente é preso e torturado, tiram-lhe a comida e a água.
   Esse filme vi pela primeira vez em 2005, com Dorinha, que chorou em algumas cenas, mas ficou tão feliz no final que pedia para ver e rever, desejo comum entre as crianças. E agora passo pela mesma experiência com Miranda. Ela ama Spirit em especial e os animais em geral. E de novo me vejo numa situação parecida com a de Spirit. Me tiraram a liberdade de falar com minha própria filha! E a verdade é que a outra parte quer me ver presa. Acho mesmo que o ator Jonas Golfeto não está satisfeito em me separar de minha filha por tanto tempo. Seu objetivo é acabar totalmente com minha liberdade, é me ver presa. Ele não quer nem que eu escreva o que penso e sinto nesse blog! Por que será que a independência e a liberdade incomodam tanto pessoas medíocres e limitadas?
   Só sei que o sistema judiciário colabora com quem não tem pressa. No próximo dia 10 completará um ano que não vejo, nem falo com minha filha Dora. Com total consentimento judicial. Mas alienação parental não é crime? Não parece ser em Ribeirão Preto, onde todos sabem que não me deixam falar com minha filha há quase um ano... e nada acontece! E o que dizer dos avós? José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, tão eficientes em alienar. Ela psicóloga, ele psiquiatra infantil. Ambos criaram um alienado e agora alienam minha filha.
   Numa das inúmeras vezes que liguei na residência dos avós, onde minha filha mora, acho que deixaram o telefone fora do gancho, talvez de propósito, então pude ouvir um diálogo esclarecedor. A avó, que tem como hobby preferido fazer compras em shopping center (era seu passeio favorito quando ia para São Paulo "visitar" a neta), chama Dora para ver uma coleção de sapatos  novos! Dora fica extasiada. Escuto seus gritos de felicidade falando das cores e modelos de sapatos. Ela escolhe um e avó fala: "Mas este está tão velhinho!". Nenhum sapato pode ter mais de 10 meses e está velhinho... quais futilidades estarão incutindo na cabeça da minha filha? Dora faz uma combinação e o avô diz que parece uma escola de samba. Dora pede para ir na piscina, falam para ligar para tia Raquel Golfeto. Ela pega o telefone. Escuto sua voz, meu coração vai na boca. Dora diz que está mudo. "Deve ser a mamãe tentando ligar". O avô responde. "Mas ela liga e desliga, não fala nada". Dupla de alienadores mentirosos! Percebam que o pai não está na cena. Podia até estar na casa, provavelmente dormindo ou mergulhado no computador.
     E assim sigo de longe imaginando o que estão fazendo com minha filha. Talvez a transformem numa consumista, mimada e alienada. A pessoa é parte sua genética, mas é muito o ambiente em que é criada. Dora chegou lá uma criatura fantástica, como escreveu o próprio avô num email direcionado a mim. E agora? Como estará Dora?
    Espero que ela lembre de Spirit e não desista nunca de ser livre. No filme, o corcel se deixa dominar por Lakota, o índio que tornou-se seu parceiro na fuga dos colonizadores. Spirit deixa-se dominar por respeito e amizade. Assim como Lakota o deixa ir quando bem queira, porque assim agem as pessoas livres. Não há como se impor respeito, ele vem com a admiração. A imposição traz o medo. E o medo é o sentimento que prosta.
   Só sei que a outra parte, Jonas Golfeto, é muito boa em vingança. Sabe que sou completamente livre e independente. E que me tirar isso é a maior vingança.

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