quarta-feira, 17 de julho de 2013

A Vida Até Parece Uma Festa

    Há pouco mais de duas semanas, voltando feliz da vida pela avenida Ana Costa (Santos), com minha nova tatuagem ainda ardendo, presente de aniversário do meu super brother Koruja, vejo uma figura vindo na minha direção, na mesma calçada. "Nossa, esse cara parece o Pedro". E era! Lindo, cheio de vontade e ânimo. Esse amigo que eu amo faz parte de uma família que tenho como minha no coração. Incentivada por ele, que não mora mais em Santos e estava de passagem na casa da mãe, fui ver a irmã Mari e o filho Rafa. Daí Rafinha, que vi nascer e crescer, estava ouvindo Cabeça Dinossauro. Não estranhei, afinal, desde pequeno Rafa sempre gostou do velho e bom rock'n'roll.  A mãe, Mariana Vieira, ama MBP, o pai, Juliano Aviz, toca muito e é puro rock. Ambos são pessoas de caráter tão bom e tão cheios de amor, que o Rafa não poderia ser muito diferente. 
    O que me surpreendeu foi ele me convidar para o show que teria no dia seguinte, em Santos. Eu nem sabia que tinha show dos Titãs, ainda com o Cabeça Dinossauro. Como agora a minha moeda é sempre pesada no valor da passagem para Ribeirão Preto, disse que o ingresso era muito caro. "Tô convidando, eu pago, Dri". Sinal dos tempos...

   Tinha dormido poucas horas, acordado 6h30, no sábado iria para Ribeirão Preto, mas coloquei o uniforme jeans, tênis e camiseta do Hulk, iria dar muito certo na hora de cantar: "Tô cansado de trabalhar, tô cansado de me ferrar, tô cansado de me cansar". A fauna humana do público era ótima, cheia de gente que viu o Cabeça Dinossauro em 1986 (tipo eu) acompanhados de adolescentes (tipo Rafa). Na primeira música já não dava para saber quem tinha 15 ou 50. Nada como um "show de rock pra se libertar", como dizia Renato Russo. Primeiro que os Titãs continuam  mandando muito bem, cheios de energia, atitude e paixão pelo que fazem. Eles não envelhecem! 
   Perdi as contas de quantos shows eu fui dos Titãs. Lembrei do Cabeça Dinossauro original, com o sempre saudoso Marcelo Fromer e com a presença ainda de Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin. Fizeram falta, claro, mas como sempre eram tantos no palco, os resistentes Paulo Miklos, Tony Belloto, Branco Mello e Sérgio Brito (sempre colocando as vísceras no vocal) se uniram tanto que por alguns instantes parecia que os outros estavam no palco também.
    Esse show foi particularmente emocionante. Pelas pessoas que estavam lá, por estar junto com o Rafa, pelas músicas que cantei até ficar rouca, pelos pulos que dei, pela energia que resgatei. Por 2 horas minha vida foi diversão e alegria, sem nada que não fosse barulho nos meus ouvidos, luzes nos meus olhos e pulsação forte. Por 2 horas não pensei em nada que não fosse música e festa. Então acabei com uma dúvida antiga: Cabeça Dinossauro é o melhor dos Titãs. É o marco do rock brasileiro.

Bellíssimos
 
    No dia seguinte fui para Ribeirão Preto com Miranda. Ônibus para São Paulo, depois metrô até o terminal rodoviário Tietê, depois mais 4h30 para Ribeirão. Eu exausta, Miranda cheia de energia. Fábio Diegues e um amigo foram nos buscar para seguir diretamente para a festa de aniversário dos Bellíssimos, que havia começado às 13h. Eram 18h30. Os irmãos Bellíssimos não são belos só no sobrenome. São todos assim por dentro, por fora, dos lados. É tanta beleza naquela família que transborda. Os queridos gêmeos e mais velhos do clã,  Dido e Ricardo aniversariam no mesmo dia da caçula e linda Marina. Também aproveitam o aniversário do Fernando dia 4 de julho e então fazem sempre uma grande festa na chácara que conheço desde 1989, quando tive a alegria de fazer parte desse grupo tão especial. Tem ainda o Beto, que só comemora em setembro, mês em que chegará seu primeiro filho. Reencontrei também o primo Marcello Bellíssimo. Continua lindo e divertido igual e parecia que havíamos nos visto ontem.
    Como minha vida anda meio caótica nos últimos anos, ainda não tinha apresentado Miranda para a família Bellíssimo. Dora já era da casa antes de completar um ano. Assim que chegamos uma menina linda e educada fez às vezes de anfitriã para Miranda, levando-a para o pula pula, onde mais de uma dezena de crianças estava. Então começa a tocar a Banda Ed, de Franca. Puro rock'n'roll. Marina importou a banda de Franca, disse que em Ribeirão Preto ainda impera sertaneja e pop. Ainda bem que trouxeram o pessoal do Ed. Tocaram tudo que eu gostava. Miranda ficou vidrada no guitarrista cabeludo. O vocal poderoso era de uma garota estilosa. De repente meu cansaço passou e tudo era festa, estávamos todos dançando abraçados. Miranda de mãos dadas com a filhinha de Fernando. Descubro que a menina anfitriã era filha de outro primo que eu ainda não conhecia, Maurício.
     Certa hora Ricardo escorregou e  estatelou-se no chão. Os irmãos não o ajudaram a levantar, foram se jogando um por cima do outro numa das cenas mais divertidas da noite. Por cima de todos ficaram Miranda e outras crianças. Que festa linda! Que pessoas especiais!
      Passei alguns dias ainda sob o efeito do rock e do reencontro. Alguns dias sem lágrimas nos olhos e aperto no peito. O bom da vida é poder escolher o que lembrar, os momentos bons ou ruins. Por mais que minha vida não esteja mais no meu comando, por mais que eu sofra todas os dias e fique exaurida todas as semanas, são esses momentos que mais recordo. Isso faz valer a pena continuar. 

7 comentários:

  1. Pra variar... SENSACIONALLLLLLLL!!!!!!!!!!
    Imagino que Titãs e festa dos Bellissimos é para marcar o final de semana de qualquer um que ame amar. E com todos os problemas vc é uma pessoa que ama e por isso é amada. Um combustível vitorioso para atropelar péssimos atores, psiquiatras doentios e juízes de merda.

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  2. O Fábio falou tudo..."você é uma pessoa que ama e por isso é amada.Simples assim.Beijos no ♥

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    1. E vou continuar amando por mais que o mundo diga que não vale a pena amar...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Nem a mais óbvia Pessoa resumiria o que tantos te falam a tanto tempo quanto a essência desse seu relato:
    ...tudo vale a pena...

    Nem a mais óbvia melosisse ornaria melhor pra tentar te fazer lembrar e incentivar (ou incendiar), mais uma vez:
    ...tudo passa... tudo sempre passará...

    Talvez os geniais: e nós, passarinhos!


    de um urubu apaixonado e amãexonado

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    1. hehehe nós passarinhos que cantamos sempre que a vida permite que isso seja possível. Também amo vc Angel!

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