segunda-feira, 24 de junho de 2013

Brigar pra Quê?

    As manifestações não param e acontecem não só nos grandes centros urbanos e capitais, mas também em pequenas cidades do Brasil. São tantas as reinvindicações que se perdem no meio dos manifestantes. É certo também que muita gente vai no oba-oba, sem saber muito bem a quem ou o que reinvindicar. É muita indignação para pouco cartaz. Penso que pedir uma reforma política seria o ideal, porque muita coisa precisa mudar. Penso que grupos mais organizados, como o GLBTT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transsexuais) deveriam fazer seu manifesto diretamente aos seus opositores, como a turma que defende o projeto de Lei sobre a Cura Gay. Os médicos e categorias contrários às contratações de profissionais cubanos, idem. Meu maior protesto é contra a lentidão do Judiciário e suas brechas que deixam processos serem procrastinados por anos. Não estou sozinha. Já temos um grupo que precisa se organizar mais. A dificuldade da nossa organização é a imensidão territorial do Brasil.
    Já disse aqui que sou apartidária e anarquista. Não sou antipartidária, não odeio partidos. Acho até muito perigoso um jornalista ser petista, psdbista ou qualquer ista, porque isso tira totalmente sua credibilidade e imparcialidade. Se o jornalista tem partido, vai tomar partido, vai fechar os olhos para o Mensalão com a resposta vazia firmada em outra pergunta: "E a privatização tucana, esqueceu?" Chamo isso de explicar um erro com outro. Não concordo. O mesmo são os jornalistas psdbistas que parecem ter esquecido a privatização tucana e o golpe da reeleição do FHC. Eu estava lá, trabalhando na assessoria de imprensa no governador do Estado de São Paulo, Mario Covas, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso aprovou a reeleição e se reelegeu. Ora, só deveria valer a partir da próxima eleição. Foi golpe. O governador Mario Covas ficou muito bravo e só não rompeu porque isso partiria o PSDB no meio. Como disse, não sou partidária, mas admiro alguns políticos, tanto do PSDB, como do PT. Mario Covas era um desses admiráveis. Sei porque trabalhei com ele. Também admiro Eduardo Suplicy e alguns deputados estaduais e federais do PT. 
    O que não estou gostando de ver é a guerra por ideais políticos. Estou vendo amigos de infância rompendo por cegueira política. Claro, não devemos manter uma amizade só porque ela é longa, se percebermos que alguém virou um nazista, fascista, racista ou algo tão contrário aos nossos princípios de caráter e formação. Mas estou vendo amigos leais, de bom coração, trabalhadores, honestos, brigando. Não são hipócritas, nem ignorantes. São brasileiros que querem ver um País melhor, igualitário e justo, assim como eu, assim como muitos de vocês que estão lendo isso agora.
    Nas redes sociais parece que tem gente que só quer ser do contra, criar desavença. Não brigo. Já passei dessa fase juvenil, de ficar de mal, de não sou mais seu amigo. Tento esclarecer, tento entender o pensamento do outro. Tento relevar e me colocar no lugar. Tento me colocar no lugar de um médico brasileiro... mas isso é assunto para um outro post.
     Meus amigos de natação, por mais que tenham seguido outros caminhos, estão sempre nas minhas lembranças como pessoas que lutavam pelo mesmo ideal: treinar, competir, vencer seus limites. Torcíamos juntos, chorávamos e  ríamos juntos. Homens, mulheres, pequenos, grandes, brancos, negros, orientais, altos, baixos. Por genética alguns eram acima da média, outros abaixo, mas todos estavam sempre juntos. Assim que deveria ser quando queremos melhor educação, saúde, esporte, lazer, moradia, transporte. Juntos somos fortes. É o chavão mais verdadeiro que existe.

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