terça-feira, 20 de setembro de 2011

Um Sequestro Dentro da Lei

  Escrevi esse post na última sexta, dia 16, era o tal texto escrito na descida da Serra, antes de chorar aos cântaros e escrever o outro, que acabei publicando. Nem iria postá-lo mais, como já fiz com tantos outros textos. Mas escrevi sobre Elaine César, ainda não tinha notícia da decisão sobre a guarda de Théo voltar para a mãe (de onde nunca deveria ter saído). Quando começava a declinar na expectativa desse caso se resolver, quando começava a ficar descrente de tudo, essa notícia. Ainda acho que não deveríamos comemorar pela "Justiça" ter sido feita, afinal isso nunca nem deveria ter acontecido. Deveríamos usar esse caso como prova cabal do erro desse sistema falido, que considera culpado qualquer pai e mãe até que se prove o contrário. Esse caso é emblemático! 


  Mais de 7 meses se passaram desde que Dora foi levada da escola, onde estava devidamente matriculada, apenas de uniforme e a mochila com o material (que já deve ter sido jogado fora), levada por advogado, oficial de Justiça e acompanhada pela Rede Globo, filmando toda essa busca e apreensão e o reencontro (nada emocionado) com o pai que não via há mais de 4 anos! Sim, foi o pai que chamou a Globo para gravar tudo. Isso está bem claro na matéria que foi ao ar, mesmo com a edição tendenciosa. A ideia genial, daquele que detém a guarda, era levá-la de forma a nunca mais deixá-la ver a mãe. Tanto que antes já havia entrado com uma ação pedindo a destituição do meu poder familiar, exigindo, inclusive, que meu nome fosse tirado da certidão de nascimento de Dora, e que o Mendes também fosse retirado do nome dela. Isso, legalmente, ele não conseguiu, mas de todas as maneiras tenta e consegue impedir que nos comuniquemos, sempre amparado por Lei.  
  Uma das várias pessoas que me escrevem após ler esse blog e que agradeço muito, assim sei que faço chegar minha verdade em alguns corações e mentes, fez uma consideração simples, mas incrivelmente sábia. Disse que após rever a matéria veiculada no Profissão Repórter, achou tudo muito bizarro, que foi um sequestro dentro da Lei. A criança de 9 anos foi levada no colo, em sinal evidente que não iria pelas próprias pernas, as câmeras da Rede Globo registrando tudo. Essa leitora ainda analisou a reação das jornalistas responsáveis pela matéria de roteiro pronto. “Gabriela Lian ficou constrangida, pois sabia que aquilo, apesar de legal, não era justo, e Eliane Scardovelli ficou claramente comovida, percebendo que a história não era exatamente como o sistema judiciário contava”. Nada disso importa. A Justiça, induzida a erro ou não, afastou Dora da mãe, da irmã e de todo o seu convívio social. 
  Um promotor que jamais viu (e nem parece muito disposto a ver) minha cara, aceitou todas as acusações da outra parte e me chamou de mãe nociva. Será que esse promotor viu a matéria na TV? Se ele tivesse visto, uma das mentiras do “pai” de Dora, despencaria em sua frente. Na ação está que Dora não tem cama para dormir. O cinegrafista filmou o quarto de Dora e Miranda, com todos os brinquedos, móveis e objetos pessoais de Dora. Os brinquedos que ela tem desde que nasceu estão comigo, em nossa casa. Não é de hoje que o ator (será ainda ator?) Jonas Golfeto mente. 
  Por seis meses, em 2005, buscou falsos testemunhos, até que encontrou alguém – que mesmo me conhecendo e sabendo a verdade – sensibilizou-se diante de sua encenação e foi testemunhar contra a mãe que, supostamente, teria enlouquecido. As testemunhas foram o porteiro do prédio em que eu morei até 2003 (isso mesmo, 2003) e uma senhora costureira, vizinha, de quase 80 anos! Nem ele mesmo lembra quem foi a falsa testemunha convencida a depor. Eram pessoas simples, Arnaldo e dona Judith, de pouco estudo, Jonas Golfeto mal os cumprimentava, por isso não lembrava. Falei com ele sobre isso no dia 2 de agosto, quando teve a audiência que não deu em nada. A resposta? “Alguém falou, tá lá”. Irônico, sarcástico, pedante. Na falta de plateia para seu talento duvidoso, busca juízes, advogados e promotores para participar de seu showzinho ridículo. Assim foram as únicas duas audiências que tive com esse ser nefasto (isso não pode ser humano). 
  Então, essa leitora, tão rapidamente, apenas lendo o que escrevi e vendo as imagens da TV, teve um entendimento muito maior do que todo o sistema judiciário junto e multiplicado. E não é porque ela é mãe de uma menina da idade da Dora. Existem vários tipos de mães e pais. A questão não é de gênero, é de humanidade. É preciso ter compaixão e dignidade. Se a pessoa for desprovida dessas qualidades perde sua condição humana. Dora foi sequestrada dentro da Lei. Está em cárcere privado dentro da Lei. Seu “pai” e também seus “avós” cometem alienação parental dentro da Lei. Assim funciona o sistema e isso precisa ser mudado. 

Sobre compaixão e dignidade 

  Para os que ainda não conhecem ou não leram sobre o calvário de Elaine César, exposto com muita dignidade e compaixão no blog Câncer, Gravidez e Alienação Parental, depois de quase um ano acreditando que a Justiça seria feita, cai na realidade. Seu processo, ainda no início (quase um ano!), teve troca de juízes! Ou seja, um novo juiz, cai de pára-quedas num doloroso processo em que um ex rancoroso e magoado (da mesma falange de Jonas Golfeto), faz falsas acusações contra a mãe de seu filho. Agora esse novo juiz irá estudar toda a ação, ler (será que alguém lê alguma coisa?), passar vistas para outra parte, esperar vistas da promotoria... e mais alguns anos perdidos na infância de um menino inocente... cadê a compaixão com essa criança? Cadê a dignidade desses pais mentirosos?
  E qual não foi minha surpresa quando leio uma mensagem de Jonas Golfeto no meu facebook? Diz que procurou um “órgão” ou coisa parecida para mediação de conflitos, em Ribeirão Preto, para nos encontrarmos lá. Primeiro isso foi uma invasão, pois Jonas Golfeto não é meu amigo nem no facebook. Segundo, ele me fez perder mais de um mês (ganhando tempo com a Justiça) sobre um “órgão” semelhante em São Paulo. Liguei, marquei, escrevi. Ele nunca podia estar em nenhum horário. Em um dos emails (email meu ele tem, desde que Dora morava comigo), diz que era por causa das “várias demandas em relação à nossa filha”. Nunca deu em nada, porque ele já havia levado Dora para Ribeirão Preto, apenas queria me fazer perder mais do meu precioso tempo. Agora sugere, de novo, um lugar de medição de conflito. 
  Ora, quer que eu viaje 6 horas até Ribeirão Preto para me reunir com ele e uma psicóloga, sem nenhum valor jurídico para resolver conflito? Vou até lá passar uma hora discutindo a origem do mundo e nada de ver Dora? Isso é para juiz ver... acontece que tenho os emails da outra tentativa, em que eu sempre cedia e ele “não tinha tempo”. Ora, Jonas Golfeto, poupe-me de suas artimanhas primárias. Se quisesse mesmo resolver conflito, teria, no mínimo, “permitido” minhas conversas por skype com Dora, deixaria a filha falar com a mãe ao telefone, não entraria com pedido de destituição de poder familiar, não faria BO de ameaça de morte. Essa piada não tem a mínima graça, só mostra todas as suas atitudes incoerentes! Na frente do juiz assina acordo e depois não cumpre! 
  Porque a outra parte sempre sempre sabe usar as tais brechas judiciais. Como era um acordo amigável e não uma ordem judicial, apenas gozou mais de seu prazer sádico, dando e tirando a mãe de Dora. Se quisesse resolver conflito não “exigiria” visitário público para a filha e a mãe se encontrarem.
  O pobre só quer ter plateia, nem que tenha que pagar por isso... só posso ter compaixão por esse ser sem a menor dignidade.

9 comentários:

  1. Se um dia acontecer um julgamento de verdade, com testemunhas e fatos, Jonas Golfeto será execrado e desmascarado em publico e é isso que ele evita: um julgamento justo com as pessoas dizendo a verdade. Lembro de um caso emblemático e que mostra como ele é um péssimo ator. Fui num aniversário da Dora, em São Sebastião, e ele que só apareceu para cortar o bolo simulou uma queda e um dor insuportável na coluna. Detalhe, subiu de carona comigo e foi dormindo no banco de trás até São Paulo, parecendo uma concha. Bela dor na coluna. Quero testemunhar o amor da mãe pela filha e o tempo que ela ficou praticamente imóvel para que a dora nascesse linda e com saúde. Não foi uma viagem para São Paulo (nem isso o ator aguentou para justificar a sua saída do aniversário), foram meses e meses sem poder fazer qualquer esforço físico e a Adriana aguentou.

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  2. Nossa... será que ele nao enxerga esse monte de absurdo ?

    Eu só queria e peço em minhas preces que alguem competente veja o vídeo da Dora pedindo por vc.....Choro só de lembrar :(

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  3. Quero salientar que esse homem saco-de-batatas nada mais é do que a escória do planeta. Pior que o mundo está cheio de "Jonas Golfeto". Pior ainda é saber que eles como escórias que são, conseguem usufruir de uma justiça lenta, carcomida e quiça vendida. Pobres e podres Golfeto. Todos eles!

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  4. Em todos estes anos, nunca vi Dora falar, sentir falta ou lamentar não ter presente a "família paterna", nunca!!!Também nestes anos nunca vi Dora triste, magoada, desanimada, carente! Com a maturidade e um pouco de espiritualidade e bom senso, chego a conclusão que Dora faz parte desta triste missão, porém é um ser tão, tão sábio e forte que já sabe e já sabia que esta "família" não era a dela. Talvez tenha vindo para transformar seres tão pequenos em seres um pouquinho melhores.... tá difícil sua missão, mas não para ela, para ela a vida é muito mais que isso. Como se ela soubesse que depois da janela trancada, da neblina e da escuridão a vida (que ela conhece e ama) estivesse intacta, esperando por ela. Tenho certeza que isso a conforta muito!!Do alto de sua sabedoria, simples, criança, Dora sabe que a felicidade vale mais que picuinhas, que o amor vale mais que mil presentes e que a prisão e separação de corpos é coisa muito pequena do que a separação de almas, do que a privação de pensamentos!!! Dora sabe que nada disso a separa do que ela sente e pensa, e com sua criatividade sei também que fecha os olhos e sente a vida de uma forma muito mais intensa, brilhante..... Dora é feliz e isso ninguém tira dela.... está dentro dela!!!!

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  5. Juli, estou em lágrimas! Quanta sensibilidade e conhecimento sobre Dora, ela é tudo isso mesmo... é uma das pessoas mais incríveis que já conheci e vc sabe que conheço muita gente boa e especial. Obrigada, vou pensar como vc e tentar sentir menos dor no meu peito...

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  6. Olá, eu não te conheço, não sei quem vc é, e nem os motivos reais que levaram o pai da sua filha a leva-lá embora. O que eu sei é que a tv é muito sensacionalista e puxa a corda para o lado dos seus. Eu acredito que uma criança deva ter o convivio dos pais por perto, dos dois de preferência, assim fica até mais facil saber se esta ocorrendo algo de errado com uma criança, pegar uma mentira de um dos pais, a criança sempre vai demonstrar. Eu espero que vc consiga ver a sua filha e conviver com ela o mais breve possível, para poderem usufruir de uma fase que não volta mais. Abraços

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  7. Adriana, acabei de chegar aqui e gostaria de entender um pouco mais da sua historia. O pai da Dora disse que vc fugiu com ela e depois de 4 anos a localizou e foi com a globo e tirou a menina da escola e a levou para morar com os avos e não com ele? Ele, nesses 4 anos tentou algum contato com dora? Pq vc teria "fugido"de uma decisao de juiz, a guarda ja estava com ele? Será que nao seria melhor esquecer tudo isso e conviver todos numa boa? Daqui a pouco acontece o mesmo desfecho do caso da elaine cesar e ele nao vai nem poder ver a menina... Bom, a justiça é lenta, mas não é burra não, ele obreve exito em uma primeira vez, mas todos sabemos que daqui a pouco dora volta para voce! Força,

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  8. Adriana
    na minha família há um caso muito parecido com o seu. Uma prima minha foi tirada da mãe pelo pai. Ele fingia morar com irmã, que tinha 3 filhos homens, e queria desesperadamente uma menina. E nessa ansia convenceu o irmão a lhe dar a filha, tirando-a da mãe. Essa minha prima, comeu o pão que o diabo amassou na mão dessa tia. A mãe dela vivia cercando a casa, passava horas e horas aos arredores na tentativa, de pelo menos, ver a filha de longe. Foram anos assim. O alto poder aquisitivo da família alienadora falava mais alto. Hoje essa minha prima tem 40 anos, ela teve dois filhos com menos de 18 anos. TODAS AS VEZES, que ela fala disso, ela AINDA chora. Chora por todo o sofrimento imposto e imputado a uma criança de apenas 3 anos, arrancada do convívio materno. Com 11 anos ela fugiu para morar com a mãe, mas a levaram de volta. Quando a vejo falar disso, vejo que aqueles que a usaram por pvaidade e egoísmo JAMAIS saberão como destruíram a vida de alguém para sempre.
    Espero que sua menina seja forte. E vc tbm~!
    Abraços.
    Ligia Pontalti

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  9. Ah, só para complementar. O pai dessa minha prima, é meu tio materno. E a tia que "cuidou" dela tbm. E mesmo assim, sinto NOJO deles, apesar de sempre vê-los.

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