segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pela Última Vez

    Prometi para mim mesma que não escreveria mais nesse blog sobre processo, ação ou família Golfeto, até porque não quero mais viver isso, não quero mais isso na minha vida, que é muito, mas muito maior do que essa disputa de guarda insana.
    Nesta semana estou particularmente mais cansada, porque fui a trabalho para Uberaba e voltei e fiz bate e volta para Ribeirão Preto e fechei um jornal em tempo recorde no meio disso tudo. Liguei, como sempre fazia (não farei mais) para a casa da ilustre família, eram 7h20, talvez por ser tão cedo, José Hércules Golfeto (o psiquiatra, avô da Dora), me atendeu.  Disse entre outras que Dora sente minha falta, não me esqueceu, mas que eu tenho que ter paciência, que Jonas foi mais inteligente! Que Dora precisa conviver com a mãe e com a irmã e blá, blá, blá. Daí perguntei porquê não me deixam nem falar com ela ao telefone e ele disse para eu parar de escrever “aquelas coisas horríveis”. 
    Ora, se pararem de fazer coisas horríveis, paro de escrevê-las. Adoraria fazer um post sobre o dia em que levaram Dora para Santos, permitindo que ela visse a irmã, a mãe, os amigos, seus brinquedos, sua casa. Adoraria postar que nos encontramos, que fui buscá-la e me receberam.  Mas quando fui até a casa desta família, chamaram os guardinhas e ainda fizeram BO contra mim. E tem mais: o avô, tão bonzinho e que deseja paz e harmonia entre as partes também fez um BO contra mim! Esse monstro fez um BO dizendo que liguei para seu consultório e disse para sua secretária que iria matá-lo e botar fogo na casa deles!!! Pobre coitada dessa secretária, submeter-se a isso para manter o emprego... mas a declaração nem é dela, é do avô mentiroso. Como disse, foi daí que começou tudo. Jonas Golfeto tem bem a quem puxar. Tomara que Dorinha escape disso, nunca se torne uma mentirosa, dissimulada. Não,  ela estará livre disso, ela é esperta e sabe o que é verdadeiro ou falso.
     E me impressiona muito como esse singelo blog incomoda tanto! No próprio processo estão vários posts, os que mais me denunciam, nem tive a curiosidade de relê-los (ainda) porque agora estou dentro de um ônibus, nesse meu calvário de viagens sem fim onde acaba em nada. Agora, além dos meus queridos leitores, também vão ler o blog juízes, promotores, advogados... que bom! Quando isso aqui virar livro, a divulgação já estará feita.  Estão no processo os seguintes textos: Heroína, A Subversiva, Thiaguera, Meu Lamento, Seis Meses Sem Mãe e Eu Queria Ser Kim Deal.  Eu até imagino o porquê de alguns desses textos estarem lá. Heroína fala do meu desprezo por uma certa ONG machista. Seis Meses Sem Mãe conto como foram esses meses e em Meu Lamento... o título já diz tudo. Em A Subversiva me sinto até lisonjeada por tal acusação, já que são os subversivos que conseguem mudar alguma coisa nesse sistema. Thiaguera só pode ser para mostrar que tive um amigo alcoólatra, que morreu precocemente por causa do vício. Sim, tenho amigos alcoólatras e viciados. Inclusive tenho um amigo-irmão, que já foi meu namorado, que está numa clínica. Não me envergonha isso.  São pessoas doentes e que precisam de tratamento. Mil vezes essas pessoas, do que um careta cruel, sádico, venenoso e mentiroso. Tenho também muitos amigos atletas, profissionais de sucesso nas mais diversas áreas. Enfim, meus amigos escolho por caráter e empatia, não por cor, credo, tipo físico. Se alguns de grandes amigos, tornaram-se dependentes por fraqueza física e até por isso façam coisas que prejudicam seu caráter, não deixarei de ser amiga. Abandonar um amigo quando mais precisa é não ser amigo, é não ter caráter.  
    Agora, realmente, colocar no processo Eu Queria Ser Kim Deal só pode ser piada! Nem falo de Dora, de ação, de nada. Escrevo sobre  minha paixão por rock, Pixies e sua genial baixista. Falo da minha adolescência em Santos... será que ter uma alma rock é crime? Eu também adoro Mozart sabia? Amo Cartola, samba do bom e muita MPB. Ou será que Jonas teve um vislumbre de generosidade e resolveu mostrar aos juízes, promotores e afins como escrevo bem e como sou sensível? Não sei, pode-se esperar qualquer coisa vinda do lado de lá. 
    Confesso que estou um pouco arrependida do meu último post, em que falo do juiz do processo, mas agora já foi e foi bastante lido. E sobre o que escrevi, não inventei nada, saiu no jornal Folha de Ribeirão. Minha opinião sobre a lentidão é minha opinião mesmo, não vou mudá-la. Então é isso, não escrevo mais sobre esse processo. Mas há outro, o criminal. Ah, e sobre esse ainda vou escrever. De resto, não quero mais ir até Ribeirão Preto, cada vez que vou pra lá, sabendo que minha filha está lá e não posso vê-la, me dá uma dor tão grande que mal consigo respirar... e vou chorando o caminho inteiro. E volto chorando... e minha cabeça dói, já que acabo com o líquido do meu cérebro. Chega de tudo isso, chega.  Essa prova eu não nado mais, vou mudar de estilo.   

2 comentários:

  1. Agora sim Don Golfeto de la Mancha (avô)e seu fiel escuderio Sancho Ricardo Pança (juiz) onde um "enlouquece" em seus devaneios e o outro se "ilude" vendendo sua covardia em defesa da loucura! Ah eo filho (Jonas)? bem esse ai ainda não sabemos se é a lança ou o escudo de um ou de outro pois até agora não nos demosntrou ainda carater suficiente nem para decidir se quer ser um ou outro. Homem ou saco de ator-pateta"...rs. coitados. Força mãe, força que um dia essa história de la Mancha estará em um belo livro que vc com certeza irá publicar!

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  2. É Adri,
    eu já passei por essa fase que você tá passando, de "Não vou mais, não vou continuar nadando contra a corrente!".
    e entendo perfeitamente.
    A dor é tão grande, que sufoca.
    A sensação é que a gente tá tendo a vida, a alma.. sugadas de nós!
    Sei bem o que é isso.
    E também fizeram o mesmo comigo.
    Eu chego até a rir, em como essas "famílias do lado de lá" se parecem (a do meu filho e a da sua filha!).
    O Avô do meu filho, também já fez esse papel de bom moço na minha frente, e pelas costas... altas acusações infundadas!

    Hoje, eu o ignoro.
    No último final de semana que fui levar meu filho de volta ao inferno (casa paterna/avós paternos), ele me disse: "Boa noite" com um sorriso de canto à canto.
    Eu respondi séria: "Boa noite!"
    Ele fez um comentário para puxar assunto, dizendo: "Eu estava confuso com o horário que você vinha..."
    Eu disse: "Hãn?"
    Ele repetiu.
    Eu respondi: "Ah!"
    Grande diálogo! ¬¬

    Simplesmente ignoro.
    A velha doida (avó), já passou de tentar falar comigo e eu não respondi.
    Não respondo.
    Com ela, eu não falo. Por nada. Nem por emergência. É a culpada de tudo isso, é a mente mais doêntia que existe!

    O pai é um inútil. Também não resolveu onde se encaixa (como o comentário acima, cita!). Não sabe se é espada ou escudo e de quem.

    A única coisa que posso te dizer, Adri.
    É que esse tempo que você vai passar "longe" de tudo isso, será muito difícil. Terá momentos, em que você se sentirá fraquejando.. Mas não se preocupe, porque é nesse momento, que você estará mais forte!
    É nesse momento, que você vai ficar fortalecida.
    E as coisas vão melhorar. Pode ter certeza!

    Eu te desejo toda calma do mundo!
    Paciência e Fé!

    Beijo imenso.

    Natália Nogueira

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