terça-feira, 7 de abril de 2015

Caronas Perfeitas, Explosões, Reencontros e Rock

   No último feriado de Páscoa os planos não saíram como desejado, mas deu tudo certo no final. Para começar saí de Santos rumo a Ribeirão Preto de carona com um cara muito legal, advogado, que conheci por um grupo de Santos-Ribeirão. No carro estavam também três universitárias que estudam em Santos e tem família em Ribeirão Preto. A viagem foi longa, porém cheia de descobertas e confissões íntimas. Não lembro se foi Bruna ou Isabella quem viu primeiro a imagem das chamas e fumaça dos barris de combustível que explodiram em Santos. Uma faz Engenharia do Petróleo, a outra Ciências do Mar. E a outra moça, que passava mal de enjôo, Biologia. Todas sabíamos, ou pelo menos imaginávamos, a tragédia ambiental que se formava. Esse acidente já colocou abaixo meu plano de almoçar, após tantos anos, com minha mãe (avó de Dora) e Miranda (a irmã sempre saudosa).

   Após 5 horas de estrada cheguei para almoçar com as duas adoráveis filhas da minha amiga Paola (que estava viajando em alguma trilha ou montanha), tomei um banho e fui buscar Dora no ballet. A volta foi com outra carona ligeira de Ribeirão para a Capital. Em São Paulo ficamos na casa do amigo Gustavo Liedtke. Cinema e gastronomia, tipicamente paulistanos, foram os programas. Passeios com William Tagata, um adorável professor universitário. Foi bom Dora conhecer e rever meus amigos. Da trajetória cinematográfica, um filme em particular, foi emblemático: A Terceira Pessoa tem como tema pais e filhos e uma mãe que perde a guarda do menino e não o vê há tempos e o pai a proíbe de vê-lo. Não era nada disso a sinopse. Se soubesse não teria entrado. Chorei menos do que tive vontade, porque precisava me controlar. Foi difícil. Depois lembrei que Gustavo tinha me falado deste filme, porém não liguei nome a roteiro.
  Inesperadamente, uma derradeira festa no Aeroanta (sim, ele ainda existia, porém não funcionava), com show de seis bandas, antes da demolição para construir uma nova casa noturna. Eu e Dora, dançando ao lado do pessoal bongando, junto ao querido Fábio Diegues, como nos velhos e bons anos 90. Mas engana-se quem pensa que lá haviam apenas saudosistas. Sim, não teve como não lembrar das btandas que vi nascendo e crescendo por lá, mas a maioria dos presentes, tinha menos de 30 anos, logo, não deve ter participado de nenhum show, imagino.

   A volta foi ainda mais maluca (fisicamente falando). Saímos domingo 15h30 de São Paulo, e deixei minha filha na casa dos avós às 19h15. Menos de uma hora depois já estava em outro carro de volta para São Paulo, com um advogado muito bem humorado na direção, um jovem estudante de de Ciências Sociais ao lado e um casal de arquitetos comigo atrás. Apesar da chuva e do trânsito de fim de feriado, a viagem foi muito bacana, com assuntos dos mais variados e muito politizado, assim como foi a ida, com um estudante de Direito da USP de Ribeirão. Vítor é um garoto muito inteligente, que vai terminar o curso porque é bom ter um diploma de Direito, porém, não vai exercer, porque já está enojado com o sistema judiciário. Eu disse para não fazer isso, porque é de pessoas como ele que esse sistema precisa. Mas depois de me despedir, olhando-o afastar-se, pensei que talvez nunca mais o veja e ele precisa ser feliz e não fazer o que a sociedade precisa que ele faça. Infelizmente, nossa missão poucas vezes está relacionada com felicidade. Mas nunca é tarde para mudar o rumo dessa missão.
    Cheguei em São Paulo de madrugada, cansada, exausta, caindo diretamente nos braços do amor.  Porque como diz o título do filme O amor não tira férias e eu não me canso de amar. Mal me recuperei da quilometragem percorrida, mas já me preparo para a próxima viagem de surpresas e novas pessoas.

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