quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Só não tiraram o leitinho da Miranda!

    Quando perdi a guarda de Dora para seu genitor, Jonas Golfeto, fui condenada a pagar 10 mil reais para seu advogado. Ele venceu, levou o prêmio (minha filha) e tenho que pagar por isso, assim é a Justiça, fazer o que? Não paguei e os juros cresceram até chegar em 16 mil. Em abril do ano passado minha advogada da época negociou minha dívida em 16 parcelas de mil. Fui contra essa negociação, pois meu salário era de 5 mil, mais custas processuais, honorários, minhas contas, meu pai internado numa clínica de repouso e minha filha caçula Miranda, totalmente por minha conta e risco, não sobraria nada! A advogada foi tão firme em me fazer pagar que até depositou a primeira parcela para mim (que  lhe paguei no dia seguinte, claro), disse - e quase me convenceu - de que isso seria bom, o juiz veria que pago minhas dívidas, cumpro com minhas obrigações e tenho palavra. Enfim, foi feito o acordo. Mas na semana seguinte descubro que minha filha Dora foi levada para morar na casa dos avós, em Ribeirão Preto, a mais de 500 km de distância.
    Ora, isso mudaria totalmente o cenário da história. São Paulo está a menos de uma hora de Santos, posso ir e voltar no mesmo dia com folga, mesmo que fosse só para ir ao Fórum ver processo. Mas claro que em São Paulo tenho muito o que fazer, além de trabalho, entrevistas e ver amigos queridos. Ir para Ribeirão Preto e voltar no mesmo dia é quase inconcebível (mas já fiz isso algumas vezes). Tenho lá uma grande e querida amiga de infância, Paola Miorim, que me hospeda sempre, que tem duas filhas lindas e inteligentes, o que torna minhas viagens menos dolorosas e sempre construtivas, cheias de conversas sobre todos os assuntos e lembranças íntimas e pessoais, que só sabe quem viveu uma vida junto. Santista, atleta, linda e meio nerd, Paola faz parte da minha vida desde sempre, pois nadamos e estudamos juntas. Conheço toda a sua família e ela conhece a minha. Um dia ela até tentou falar com o guardião de Dora, por telefone, para entregar uns livros e roupas preferidas da minha filha, mas ele desligou na cara dela, pois se é minha amiga,  não pode ser gente boa. Ah, quanto engano...
    Enfim, cada viagem para Ribeirão, mesmo com hospedagem garantida, sai cara. Também pago para advogados irem, tudo muito cansativo, porque quase sempre é "infrutífero". Escrevi para o advogado da outra parte, o jovem Danilo Murari, assim que soube da agressiva mudança de Dora para Ribeirão Preto e da minha impossibilidade de continuar pagando, mesmo fazendo outros trabalhos free lancer. Nenhuma resposta, só um pedido de execução da dívida. Pois o juiz executou a dívida. Meus bens foram alienados, minha conta está bloqueada, por sorte, estava negativa no dia do bloqueio. Mas eis que na manhã do último domingo recebo uma ligação da minha advogada, perguntando se eu tinha outra conta. "Não que eu me lembre". "É que saiu uma publicação dizendo que a execução foi parcialmente frutífera". 
    Isso já revirou meu estômago. No dia seguinte fui procurar saber o que havia acontecido: pegaram o dinheiro da poupança que fiz para Miranda! Está no nome dela, mas como é menor e a responsável legal sou eu, tiraram o dinheiro que guardo para minha filha! Isso é vergonhoso...
    Tão vergonhoso quanto essa família Golfeto é o que a Justiça faz com Miranda. Nunca comentei sobre o suposto pai de Miranda, até porque ele ainda é suposto, já que não registrou a menina. Quando eu contei sobre a gravidez, ele me disse que estava namorando, diante da minha surpresa, esclareceu que estava com as duas ao mesmo tempo, para decidir com qual ficaria, como se fosse a última bolacha do pacote. Me surpreendi, porque ele era um professor de natação, educação física, surfe e adorava crianças. Dizia ser louco para ter um filho, enfim, me decepcionei com a atitude, mas como já sofria com um pai obcecado por me separar da minha filha, acreditei que seria melhor sem pai (e a situação de Miranda é de longe muito melhor que a de Dora). Como o cara às vezes ligava chorando ou aparecia chorando arrependido, mas logo depois ignorava a gravidez, decidi pedir Investigação de Paternidade, ainda grávida de 7 meses, para acabar com tanta indecisão.
    O primeiro exame de DNA foi marcado quando Miranda tinha 1 ano e 11 meses! Ele não foi. Daí o segundo foi marcado quando ela tinha 3 anos e 4 meses. Nada de novo. O que acontece agora? Marca-se o terceiro exame, se o provável genitor não aparecer, daí é julgado à revelia, mas ainda pode recorrer. Depois disso é obrigado a pagar pensão retroativa, mas pode dizer que não tem dinheiro. Perguntei para a advogada dessa ação porque não o contrário: o homem é considerado pai, paga pensão até fazer o DNA, caso não seja o pai, a mãe devolve com juros e retroativo? "Ora, porque a Justiça entende que a mãe já vai ter gasto com a criança e não terá como devolver?" E a Justiça não entende que se a mãe não tiver condições a criança pode passar privações e até fome? Não, as Leis foram escritas por homens, homens que parecem que nunca tiveram mãe.
    Enfim, a Justiça para Miranda é tão ineficiente como a Justiça para Dora. Eu sustentei Dora sozinha até ser levada, nunca pedi pensão para Jonas Golfeto, até porque os avós é que seriam acionados, já que são eles que sustentam o filho e nunca quis encrenca com aquela família. Agora, além de tudo, eles querem tirar o que dou para Miranda! É de dar dó dessa gente. Não basta deixarem Dora sem mãe, eles também querem que a mãe de Dora fique à mingua e que sua irmãzinha passe necessidade.
    Eu, se fosse José Hércules Golfeto, o psiquiatra infantil "renomado", avô de minha filha, mentor disso tudo, que há quase 2 anos não permite que eu fale ao telefone com Dora, teria vergonha de sair às ruas! Lamentável tudo isso. Miranda já sofre a falta da irmã, logo mais sofrerá privações por conta de uma família tão mesquinha, que nem a conhce, mas já a prejudica, só porque ela é minha filha. Só não digo que tiraram o leitinho da Miranda porque ela ainda mama em meus seios.
 

11 comentários:

  1. Minha linda, muita força para você! Essa fase vai passar e as coisas vão se ajeitar. Deus não é cego ao seu sofrimento! Esse "pseudo-pai" da sua menina é um MAL AMADO! Não sei a história de vocês, mas um dia a filha há de odiá-lo pela alienação parental que ele está fazendo. Ela é uma menina, a referência mais importante que ela tem é a mãe! Ele está criando um rombo no peito dessa criança por puro orgulho, necessidade de ferir e não vê que está cavando o mal para si mesmo! Leio seu blog sempre, e o que depender de mim, estou divulgando! Assim como mudamos muita coisa com petições, vamos virar esse jogo a seu favor também. Ele pode estar fugindo da justiça dos homens com ajuda de advogados "que fazem tudo dentro da lei", mas dentro da lei dos homens não significa moralmente aceito! Ou certo, pois papel aceita tudo. Uma mãe tem o direito irrefutável de criar suas filhas. Para ele ter tanto ódio, no mínimo não teve AMOR de verdade de NINGUÉM. Por isso não tem NADA para dar que não seja $$. Só pelo fato de ser sustentado pelos pais já é uma vergonha, uma marionete na mão dos pais... coitado!

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    1. Muitas vezes tive pena dele mesmo, é tipo o fracassado da família cheia de títulos acadêmicos, ele nem tem ensino superior... eu percebia isso. De repente o único sucesso dele é a Dora e, modéstia bem de lado, eu sou muito responsável por esse sucesso, afinal se eu não tivesse feito 7 meses e meio de repouso absoluto ela nem teria nascido. Se ela não tivesse crescido dentro do amor que sempre dei para ela não seria essa criatura meiga, adorável e generosa. Sinto apenas tê-la educado tão bem, mas tão bem, que jamais trataria com desrespeito qualquer ser humano, por isso obedece às ordens de seus carrascos, que devem dizer que é o juiz que não permite, sem esclarecer que é o próprio pai que faz de tudo para que nosso encontro nunca aconteça... Obrigada por tudo. Tenho feito algumas ações extra-oficiais, que por enquanto não posso divulgar aqui, porque sei que pai e avós são ávidos leitores...

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  2. VERGONHA..
    só oq tenho pra dizer.
    Essas pessoas podres querem te atingir de qq jeito, e principalmente com golpes baixos..
    PODRES E PODRES

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    1. Vergonha tenho eu de ter me relacionado com um cretino destes e que nunca vou poder esconder, porque tive uma filha com ele!

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  3. Não aguento as nossas leis.
    A única pessoa que me fará ter esperança na lei é aquela que conseguir muda-la para melhor.

    Mto triste por vc Dri, mais uma vez.....
    Vc está sempre em minhas orações.

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    1. Não creio muito que possa haver mudanças, aliás, cada dia que passa acredito menos em tudo... obrigada, Roberta!

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  4. Absurdo Dri!
    Mas estou aqui, e vamos conseguir!

    Bjs

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    1. Como eu escrevi no post, você e suas filhas conseguem tornar o insuportável em algo bom! Obrigada por tudo. Amo você!

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  5. Adriana... parece mentira tanta injustiça e mau caratice. Como assim... pegar poupança da Miranda? Como assim tirarem a filha e ainda extorquir grana? Não sei qual a solução, mas eu torço muito pra vc superar tudo isso. Acho q cabia indenização a vc por ser proibida de ver a filha... e tb por todo desgaste mental, físico e emocional. Só posso torcer pra seus advogados e vc terem uma luz que impeça essa gente do mal de continuar te afetando. Uma luz q indique saídas pra essa situação.

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    1. Não é mentira, É tudo verdade mesmo... infelizmente. Não basta me tirarem a filha, querem acabar com a minha saúde, minha dignidade, minha conta bancária... e pior, atingindo Miranda!!! De bom é que esse blog logo virará um livro, quem sabe com as vendas eu consiga reverter um pouco essa situação... Obrigada Fátima, por ser sempre minha amiga.

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  6. Adriana, essa conta tinha menos de 40 salários? Porque, nesse caso, ela é impenhorável nos termos da lei (art. 649 do CPC, só não lembro o inciso). Ainda que já tenha sido transferido o dinheiro, você deve ir atrás, levando um extrato onde conste a informação de que se trata de poupança e que o dinheiro saiu daquela conta (tira um extrato que envolva o dia do bloqueio, assim vai constar lá claramente). E assim você pega de volta o dinheiro da sua filha.

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