sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Filha Rock e Cheia de Esperança

   Ontem vi minha filha, a última vez deste ano, ainda não sei qual será a próxima, preciso esperar uma manifestação do juiz. Ela estava linda com uma camiseta do ACDC, sua nova banda favorita. Nossa conexão é tanta que eu tinha justamente levado uma camiseta de presente para ela, do ACDC. Ela também achou a que levei mais linda, mas para não ficar com duas da mesma banda, pediu para eu trocar, pode ser do Nirvana ou Red Hot Chilly Peppers. Agora assiste The Big Bang Theory e é fã de Sheldon Cooper. Quem puxa aos seus não degenera! 
   Também contei para ela que estive na casa da Raquel, sua melhor amiga, que não vê há quase três anos. Falamos dela, dos irmãos, do pai, Fernando. Minha filha disse estar morrendo de saudade de Santos, de Boiçucanga, da praia, dos amigos, da vovó. Enchi seu coração de esperança quando contei que pedi férias para o juiz, porém, dei um sopro de realidade, ao explicar que fiz o mesmo pedido para julho e o juiz nem leu. Minha filha nada tem de boba e tão precocemente já entende os desmazelos judiciais. 
   Ontem também completou dois anos que minha amiga Adriana Botelho teve sua filha, Maria Clara, levada pelo pai, para Portugal. Pensei nela o dia todo, porque sei que passou um filme em sua cabeça sobre o último beijo, palavras, convivência. Pensei em como ficaria feliz por estar duas horas e meia dentro de uma sala fechada com suas duas filhas juntas e brincando, contando novidades. O que é pouco para mim, já seria tanto para a forte e corajosa Dri Botelho. E para a inocente Maria Clara...
    Minhas filhas brincaram bastante. Na despedida, Miranda chorou muito, como sempre faz, nada de novo. É sempre nesta hora que externa sua frustração. Já me acostumei e não choro mais. Sei que vou para a casa da minha querida Paola Miorim e terei momentos felizes. Falamos sempre de amor, amizade, assuntos nerds, viagens, família, passado e futuro. 
    Para pagar as passagens desta viagem, amigos meus, que nem sei quais são, fizeram uma vaquinha. Não tenho vergonha de contar isso, ao contrário, tenho orgulho pelas amizades que construí no decorrer da minha vida. Estamos todos no mesmo barco, alguns mais rápidos, outros mais antigos, mas somos da mesma falange de solidariedade e luta por justiça e igualdade. 

Um pedido do avô psiquiatra

    Um dia antes da minha chegada, o avô psiquiatra infantil, José Hércules Golfeto, ligou para minha advogada, para que ela conversasse comigo e pedisse para que eu retire o nome dele deste blog, pois tem perdido pacientes e está sendo muito prejudicado em seu consultório. Minha advogada, Lucélia Nunes, disse que também estou sendo prejudicada, com as edições feitas por seu filho Jonas Golfeto, que também chamou Rede Globo para filmar a busca e apreensão da própria filha. O psiquiatra disse que não adianta falar com o filho, não tem qualquer poder sobre ele, quando pede, responde que "a filha é minha e eu ajo do jeito que quiser". Ok, senhor psiquiatra, a filha é dele, mas a casa é sua e o dinheiro que paga todas as contas também! 
    Disse ainda, o Dr José Hércules Golfeto, que, se eu tirar o nome dele deste blog, será o início de uma convivência pacífica. Lucélia tentou mais uma vez fazer uma troca, tiro daqui, o filho dele tira do youtube. "Não, ele é inflexível". Isso é uma lástima, pois flexibilidade eu tenho, e muita! Mas fui obrigada a entrar na Justiça para que essas imagens sejam retiradas e olha que já faz uns meses. Pena um senhor que passa dos 70 anos se ver obrigado a recorrer na Justiça contra um simples blog. Lamentável alguém que lecionou por 30 anos na USP de Ribeirão Preto ter sua carreira borrada agora por um filho "turrão". Não, talvez esteja borrada por uma mãe, que também é jornalista, e que teve sua filha brutalmente afastada e levada para a casa desse avô. E enganada durante meses por esse mesmo avô. Sim, eu ligava e escrevia perguntando sobre o paradeiro de minha filha, mas José Hércules Golfeto, dizia não saber onde ela estava, que seu filho não falava nada. O tempo todo, estava na casa dele!
    O ambiente nesta casa não me parece saudável: um filho que beira os 40 anos, sustentado pelo pai e não respeita sequer um pedido do mesmo. Cabe a mim, achincalhada há anos, ser a pessoa submissa e boazinha, cheia de amor no coração, que fica penalizada com a situação em que esse médico psiquiatra se encontra. Submissa porque me submeto o tempo todo para ter qualquer tempo com minha filha. Boazinha porque chego mesmo a ter pena. Mas depois passa....
    Minha satisfação é saber que os pais que precisam recorrer aos psiquiatras infantis façam uma busca antes, não sigam apenas recomendações e títulos. Cheguei a procurar o Conselho Regional de Medicina para falar desse caso, mas como todo bom corporativismo, me disseram que age como avô e pai, não como profissional. Como se a pessoa deixasse de ser o que é. Como se fosse possível separar pessoal de profissional.
    Outra satisfação é que minhas palavras geram questionamentos. Assim tem que ser em todos os aspectos da vida. Essa coisa de ir na corrente e seguir a maioria é limitado, é emburrecedor. Por mais que eu tenha sido exposta em rede nacional, por mais que tenha sido difamada e caluniada em várias Varas de vários Fóruns, deixo aqui a dúvida. Se sou uma mãe tão horrível como crio sozinha outra filha? Como minha filha, mesmo tantos anos afastada, continua me amando tanto e tendo tantas referências minhas? Fica a dúvida. Segue a vida. E no próximo ano, seguem mais processos. Estou aqui aguardando!

2 comentários:

  1. Dri, sei que deve ser difícil de ter esperança no olho do furacão dessa brutal alienação parental que vc e Dorinha vêm sofrendo, mas eu sempre tive confiança nisso que está ocorrendo e vai continuar a ocorrer, quanto mais ela cresça. Pois os anos fundamentais de formação na infância, felizmente ela estava com vc. Agradeço sempre por isso, por esta benção. E agradeço sempre por vc ter tomado a decisão que muitos acharam a mais "louca", mas que pra mim foi a decisão mais sã da sua vida. A filha é sua, SUA, isso ninguém conseguirá apagar ou eliminar da personalidade dela, apesar de todas essas tentativas vis. E que lindo saber do vínculo das irmãs, lindo mesmo. Torcendo muito aqui por vcs, paciência e confiança, estes 3 anos vão ficar pra trás e terão a vida toda pela frente. Um beijo enorme pra vcs três, nossas queridas.

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  2. ah, e esqueci de registrar: que forte esta história das camisetas do ACDC!! achei impressionante mesmo, conexão incrível!

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