quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Insanidade Mental

    Desde setembro do ano passado tem perícia psicológica e social prontas, ambas dizendo que posso visitar minha filha, que posso trazê-la para minha casa, para visitas em Santos, para Dora poder lembrar da vida que teve, até ser levada pelo pai e nunca mais ver ninguém. Mas essas perícias nunca foram lidas por juiz nenhum de Ribeirão Preto (já passaram 4 pelo processo). Daí fico sabendo que tem uma precatória em Santos, desde agosto, para que eu faça uma perícia psiquiátrica por insanidade mental! Sou uma pessoa muito sensata e quero que tudo aconteça realmente o mais rápido possível, afinal minha filha Dora está perdendo a infância neste processo, não acompanha o crescimento da irmã Miranda e minha vida está sendo ceifada há quase 8 anos. Por isso fui até o fórum de Santos saber mais sobre esta história.
    Ao chegar no andar da equipe técnica, me apresentei e falei sobre o processo. "Ah, sim, daquele ator da Globo?". Nossa, não é que Jonas Golfeto já virou até ator da Globo com essa história macabra? Informei que a única coisa que a Rede Globo tem a ver com o processo é a falta de ética da equipe do Profissão Repórter, liderada pelo parcial Caco Barcelos, em ir filmar a busca e apreensão de uma criança, a pedido do próprio pai, que nunca se importou com a exploração da imagem da filha. Fiquei um pouco indignada e ainda disse que se alguém nesse processo trabalhou na "vênus platinada" fui eu, como repórter da TV Tribuna, filiada da Globo na Baixada Santista.
     As mulheres deram risada e me informaram que esta perícia ficaria para o ano que vem, por conta dos feriados, recesso e férias forenses. Ah, como se eu não soubesse o andar lento, quase em macha a ré do sistema judiciário brasileiro. Fiquei muito nervosa, chorei, me trouxeram água, solidarizaram-se com minha dor e angústia e acharam extremamente irônico que alguém "acusada" de insanidade mental fosse pessoalmente ao fórum para ser periciada. Mais perplexas ainda ficaram quando contei que minha filha Dora está há quase 2 anos morando na casa dos avós, José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, psiquiatra infantil e psicóloga, respectivamente. Irônico e cruel, porque se em algum momento fui insana, essas pessoas, como profissionais da saúde mental, deveriam  entender a dor de uma mãe separada sistematicamente da filha, deveriam entender que seu filho age pura e simplesmente por vingança. Quando contei que essa vingança começou do nada, em 2005, quando ele inventou que eu fugiria para o Chile e tomou a guarda e eu me obriguei a ver Dora em visitário público, a perplexidade foi geral. Contei também que na perícia feita em 2005 por Sidney Shine, considerado o melhor perito forense do País*, está escrito que Dora chora, grita e pede para ficar comigo todas as vezes que é arrancada de mim por policiais militares, "mas o que Jonas vê é Adriana segurando Dora e não deixando ela ir". É tão clara a visão distorcida que esse indivíduo tem da realidade. Pior é a família profissional da saúde mental apoiar tudo isso. Mas imagino como deve doer saber que foram um fracasso com o próprio primogênito. Mas eles não imaginam como dói em mim saber que minha filha está sendo criada pelos criadores da criatura...
    Enfim, não sei o que acontece em Ribeirão Preto, porque nada anda naquele processo e é óbvio e cristalino o tanto que o guardião legal de Dora faz para não me deixar vê-la. Vingança de que? Quando isso começou eu não tinha feito nada! Será que não querer me relacionar mais com ele foi o estopim da insanidade? Vai ver é isso, Jonas e seus pais pensam que sou insana por preferir ficar sozinha com minha filha de 9 meses, do que suportar e sustentar um cara arrogante e folgado.
    Bem que essa família tenta e como tenta me deixar insana. E claro que em alguns momentos fico transtornada mesmo, quero gritar, chorar, mostrar minha indignação para juízes, promotores, amigos, imprensa... mas nada adianta, nada! Dora está guardada na casa desta família e não tenho acesso. Nem eu, nem ninguém que ela conheceu. Isso é insano! O que a Justiça faz com Dora é a maior insanidade. Porque é impossível achar que ficar sem mãe por 2 anos é normal. Me mataram para Dora. Deixaram minha filha órfã de mãe viva! Esses avós não são insanos em corroborar com essa situação para lá de anormal? Será que esses senhores perderam a razão? Será que são portadores de Mal de Alzheimer e ainda não se deram conta? O que será que eles ensinaram para seus alunos na USP e Unaerp de Ribeirão Preto? Tenho medo de saber. Talvez técnicas de tortura psicológica... pura elucubração minha, antes que me processem por isso também.
    Mas se eu sou tão insana, como consigo criar Miranda sozinha? Sem pai,  sem babá, sem tias? E Jonas? Quando pegou Dora pela primeira vez partiu para a casa da então namorada, Luciana Viacava, que fazia as vezes de mãe junto com a babá. E agora levou para a casa dos avós... é claro que ele não consegue cuidar de Dora sozinho, nem dele mesmo consegue cuidar. Tem tanta certeza disto que nem tentou ficar com ela em São Paulo.
    Mas a insana aqui continua na luta, na labuta. Porque Dora um dia, se não acontecer nenhuma tragédia, irá completar 18 anos. Neste dia irá para onde quiser e com quem quiser. Acho até que irá morar sozinha, pois estará farta desta loucura toda. Mas continuo aqui e esses senhores que fazem as vezes de pais de Dora, perceberão que passaram os últimos anos de suas pobres vidas alienando a própria neta, impedindo-a de ver a irmã e a mãe. Quem é o louco afinal?
   
* Sidney Shine escreveu 19 páginas em sua perícia, realizada em 5 meses, num total de 8 entrevistas. O resultado foi totalmente favorável a minha pessoa, mas a advogada Martha Macruz de Sá, usando brechas da Justiça, contestou, dizendo que eu tive depressão, um problema psiquiátrico, daí tive de começar tudo de novo. Shine me disse, na época, que nunca tinha escrito tão positivamente sobre alguém em toda sua carreira forense. Qualquer dia publico aqui partes de seus escritos. Numa das frases me mostra uma Adriana que eu não conhecia, fiquei tão lisonjeada que pedi para usar quando escrevesse um livro. Ele concordou e me encorajou a escrever, dizia que eu tinha o dom de falar e escrever de forma exata e isto está muito perto de acontecer, porque este blog está para se transformar em livro, recheado de fotos, fatos e declarações que comprovarão que É Tudo Verdade Mesmo.

4 comentários:

  1. E aqui estou, ansiosa pelo livro, tenha certeza.

    Eu sinto tanta angústia com sua história q me pego sempre rezando para acabar, até qdo não estou lendo seu blog.
    Eu sempre achei que um pai jamais conseguisse tirar um filho de uma mãe.
    Que ela sempre tinha precedencia em tudo.
    Mas, com o passar do tempo, depois de ler vc e tantos outros casos cheguei a infeliz conclusão de que só existe uma forma de um pai tirar um filho de uma mãe.
    Não, não é por maus tratos, não é por espancamentos, nem por abandono.
    É somente e infelizmente através da Alienação parental.

    E isso me dói profundamente.....

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    1. Obrigada mais uma vez Roberta, como vc sabe, sou ateia, mas acredito que acreditar pode fazer acontecer. Como vc também já sabe, é difícil acreditar na Justiça, nosso novo presidente do supremo deu uma declaração dizendo que se a justiça é tardia, não é justiça, mais ou menos isso. Sim, todos os dias tem pai tirando a guarda da mãe, esses são os piores pais, pq pai bom, quer o filho bem. Se a mãe é uma pessoa com problemas psicológicos, como me acusa o tempo todo aquela família (não preciso repetir, mas repito, profissionais da saúde mental), o ideal não seria querer ver a mãe da Dora bem? Como assim a pessoa tem depressão e tiram a filha dela? Como assim uma filha não tem o direito de ver a mãe pq essa "sofre de transtornos mentais". Até presidiário recebe visitas de filhos na cadeia. Dói em mim cada dia mais e de forma dilascerante. Se eu foss "tão louca" como poderia estar cuidando da Miranda sozinha? E olha q fui falar com o juiz e levei a Miranda junto... dá pra acreditar mais em que? Só no tempo que fará Dora crescer e saber de tudo sozinha. Pena q até lá já terá sido suficientemente coagida e alienada pela família paterna...

      Obrigada mais uma vez

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    2. a única notícia boa no meio de tanta porrada foi a ideia do livro, pois acho que essa história é emblemática e tem que ser contada pra muito mais gente
      força pra vc, beijo na miranda
      com nosso carinho, sempre

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    3. Gab querida, tem outras coisas piores acontecendo, mas não me atrevo a escrever porque só alimentaria o sadismo da outra parte. Sim, cada vez mais acredito que um livro sobre essa história, com partes absurdas do processo e não me venha a outra parte dizer que é segredo de justiça, pq estou farta por ele poder fazer o que bem entende, escolher psicóloga, horários, visitas monitoradas sem sentido e eu ter que aceitar. A impressão que dá é que quem decide é ele e não os juízes! Quero colocar histórias de outras várias mães que sofrem o mesmo... e sobre as pobres crianças, que como me disse o primeiro juiz, Ricardo Braga de Monte Serrat, cresce antes de terminar o processo, porque assim é o sistema! Ora, Leis existem para serem mudadas! Antes mulheres não podiam votar! Antes os negros eram escravos! Algo tem que ser feito e com urgência, são centenas de milhars de crianças como Dora, perdendo a infância na Vara de Família.

      Miranda continua ótima e sempre falando de vcs e da "Inenê". Saudades sempre.

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