segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Paranóia da Outra Parte

  Depois de sofrer uma depressão profunda, ser internada por 1 mês em um sanatório psiquiátrico, pedir para o pai da minha filha, o ator Jonas Melo Golfeto, ficar com ela, ao sair da internação percebo que fui vítima de uma grande armação: sumiram com minha filha. Em menos de uma semana, em que pensei que descansaria e retomaria aos poucos, meu trabalho e minha vida, tive que correr atrás do paradeiro de Dora. Estava em Ribeirão Preto (oh, que novidade!), sob os cuidados dos avós, a psicóloga Ed Melo Golfeto, e o avô, o psiquiatra infantil, José Hércules Golfeto. O avô ainda me deixou entrar, a avó ficava nos seguindo, monitorando tudo o que dizíamos. Eu queria levar minha filha embora e Dora, com 2 anos e 11 meses, queria ir comigo e chorava muito. Perguntava: "mamãe, com quem eu vou morar?", com quem você quer morar, filhinha? "Com você mamãe". Ainda argumentei que era um absurdo a menina ali, sem pai, nem mãe. A avó, ríspida e autoritária, disse que estava com ela, que o pai viria no dia seguinte. Ok, essa parte eu sei, ela continua aqui, com os avós, sem pai, nem mãe. Fui dispensada enquanto minha filha ficava lá, aos prantos, gritando: "Eu quero a minha mãe!".
    Enfim, nunca entendi o empenho desses avós em tirar a neta da mãe, nem por que não entraram os próprios com pedido de guarda da neta, já que é com eles que ela fica, quando o filhinho mimado e caprichoso "consegue" a guarda. Tenho pra  mim que eles sabem que erraram, e muito, na educação do filho, que mente até sobre sua formação universitária, que nunca houve. Ele mente no próprio currículo que é formado em Letras pela USP-SP. Afinal, já aprendeu que ninguém vai lá apurar os fatos. Nem juízes, nem promotores, nem repórteres foquinhas. Mas, ei, outra parte, estou aqui! Não sou foquinha e sei bem da sua história...
   Mas, enfim, 4 dias depois, voltei para Ribeirão Preto, para uma audiência, com 3 testemunhas e um juiz muito justo, que mandou oficial de Justiça buscar Dora e entregá-la para a mãe! Ele entendeu que mesmo tendo passado por uma grave depressão, eu era a pessoa certa para ficar com ela. Ao buscá-la, o avô atendeu a porta e disse que ela não estava, a oficial nem entrou para averiguar... só consegui pegá-la 2 dias depois, na casa de um amigo do pai dela, em São Paulo... depois ele ainda tem coragem de dar entrevista para a Globo dizendo que eu fujo com minha filha. Ei, outra parte, lembre-se bem como tudo começou e pare de agir assim, com tanto ódio e sede de vingança. Eu amo minha filha e ela me ama. Ela está sofrendo aí,  longe de todos os amigos, da vida dela, da irmã, da mãe e até de você. Por que deixá-la com os avós e atestar que não é capaz de cuidar dela? Por que usar brechas da Justiça para impedir nosso convívio?

A tranquilidade enfim

  Consegui  minha filha de volta, depois de 3 meses, em que nunca impedi visitas ou telefonemas, o pai de Dora finalmente vai em sua escolinha buscá-la com oficial de Justiça, com a mãe psicóloga, com a irmã, a também psicóloga Raquel Melo Golfeto, o advogado e um policial! Tudo isso para exercer seu direito de visita nos finais de semana, sem deixar de fazer cena, claro, como bom ator frustrado. Era só dar um telefonema, mas ele preferiu essa celeuma. Preferiu ficar 3 meses sem ver a filha extra-oficialmente, porque é um burocrata. Artista burocrata!
  Depois disso tudo, pensei que enfim,  teria tranquilidade. Isso era junho de 2005. Decidi mudar para o Guarujá, para ficar mais perto do genitor, facilitar a vida dele para ficar mais com Dora e parar com essas brigas ridículas. Não sabia que ele passara o semestre inteiro indo atrás de falsos testemunhos, convencendo um porteiro mal instruído a depor contra mim, uma costureira de mais de 70 anos e até aos meus colegas de trabalho do Sebrae-SP. Lá passou por momentos de total constrangimento, chorando e tremendo, pedindo depoimentos contra mim. Quando a situação estava para lá de constrangedora, meu grande amigo Ali Hassan, puxou o sujeito pelo braço e disse que, se quisesse qualquer depoimento negativo sobre mim, que tentasse no RH.
  Eu nem imaginava, na minha visão cor-de-rosa do mundo, que o pai da minha filha fosse tão cruel e meticuloso em sua vingança contra mim. E vingar-se não sei do que também. Sempre o ajudei, por muito tempo o sustentei, dei a ele o único sucesso de sua vida: Dora Mendes Golfeto, a menina doce, meiga, carinhosa e inteligente que está no meio desse litígio criado pela outra parte. Que é sistematicamente arrancada da mãe.
  Falei para esse ser desumano que iria me mudar para o Guarujá, que então, falsamente, demonstrou querer trégua. Cheguei a fazer um trabalho para o Governo do Maranhão, em maio de 2005 e deixei Dora com minha mãe, a vó Laura que ela tanto ama, a típica vovozinha que faz bolos e conta histórias para a netinha. Porque, embora quisesse que tudo ficasse bem, tinha medo de deixá-la com o genitor e ele de novo sumir com Dora. Também sabia que meu sucesso profissional, de alguma forma atingia negativamente essa pessoa tão mesquinha. E porque meus 10 dias no Maranhão, não coincidiam com a visita dele. E Dora estaria mais segura e feliz com a vovó Laura.
  Chegamos a ir juntos numa festa junina, da escola Raízes, onde Dora estudava, em São Sebastião, antes da minha mudança para o Guarujá. Pensei que, enfim, minha vida voltaria ao rumo certo, que teria mais estrutura perto da minha mãe, aumentaria os cuidados com meu pai, que apresentava os primeiros sintomas do Mal de Alzheimer, e tentaria manter uma relação de cordialidade com o pai da minha filha.
  A maior tempestade ainda estava prestes a desaguar.

3 comentários:

  1. Isso mesmo, minha amiga, continue a expor os detalhes verdadeiros dessa história que até aqui tinha sido divulgada (com estardalhaço global) apenas pela outra parte.
    Sou testemunha desses eventos todos que vc descreve, lembro como hoje de quando fomos te visitar em Itapira e dos dias infernais que se seguiram, depois da justiça que se fez enfim - infelizmente só por algum tempo até o próximo rapto da Dora pelo Jonas...
    ALÔ, outra parte, eu também quero depor, quero dar meu testemunho de QUEM realmente sofreu "alienação parental" inicialmente (e agora), ou seja, a MÃE de Dora, uma mãe que dela sempre cuidou tão maravilhosamente, ao contrário de deixá-la com os AVÓS enquanto se brinca de ator medíocre em SP...

    ALÔ justiça, por que o depoimento de um "filhinho de papai" que nunca trabalhou de verdade nem nunca cuidou realmente da filha pode vale mais que o depoimento de uma MÃE tão maravilhosa, profissional admirada, amiga querida - além do depoimento de uma centena de outras pessoas como eu e meu marido, profissionais e pais/mães de família (de fato e não de mentirinha), dispostas a corroborar com nossos próprios depoimentos detalhados que o que Adriana diz é TUDO VERDADE MESMO? Por quê?

    Vamos continuar nos perguntando. Não vamos nos calar, não adianta nos ameaçar. Sabem por quê? Porque se pode enganar algumas pessoas por algum tempo, mas não se pode enganar todo mundo pra sempre... e muito menos se enganar a própria Dora. No momento certo, ela saberá. A verdade prevalecerá.

    Gabriela C. Cunha - gestora governamental federal (MPOG) e doutoranda (UnB) - Brasília, DF

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  2. Stanislavski, o mestre dos atores nos ensina q dentro de nós existe todas as emoções possíveis, e q a unica maneira do ator se envolver com a personagem é doando a ele (o personagem) essas emoções.Simples porem dificílimo aplicar durante todo o momento de atuação. Quando um ator não consegue passar as emoções e sentimentos q o personagem exige, ele (Stanislavsk) o classifica como um ator/canastra, ou seja aquele q é tao ruim, mas tão ruim q para cada sentimento da personagem ele vai na sua canastra e arranca de lá uma mascará, coloca no rosto e durante alguns segundos consegue convencer a platéia.Claro q isso não dura muito tempo e o publico inteligente não pagará para ver um ator assim.
    O q me intriga nessa história da minha prima,é o fato do ator/canastra conseguir convencer alguns dos principais diretores dessa farsa; juízes, repórteres,advogados(arhg))durante todo esse tempo. Acho q aqui se inverteu o processo, o ator/canastra q paga seu publico. "Eta vidinha boa de filhinho de papai"

    Osvaldo Junior. Ator e primo da Adriana

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  3. Adriana, estou lendo-a seu blog pela primeira vez... Estou passando pela mesma situacao.

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