quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sentimental Assim

  Tenho estado nostálgica nesses dias, talvez para lembrar quem sou e como cheguei aqui, nessa situação tão triste. Mas ainda não consegui entender. Não entendo como uma pessoa bacana, amorosa, inteligente, popular e independente (essa pode não ser eu, mas é como lembro de mim) tenha caído em tantas armadilhas jurídicas. É que também sou impulsiva e imediatista. E imediata é uma coisa que a Justiça não é. Outra verdade é que nunca conhecemos totalmente uma pessoa. Quando eu ia imaginar que o genitor da Dora iria fazer tanta questão de ter a guarda dela e ficaria por meses atrás de falsos testemunhos, achando brechas na Justiça para tirar a guarda da minha filha? Tirar de mim para dar aos avós... não sei o que é pior, pelo o que os avós fizeram com ele, temo pelo que façam com Dora. Será que vão criar uma garota mimada, cheia de vontade ou irão podar sua liberdade, não deixando que fale com mãe, amigos, irmã... nenhum dos dois panoramas me parece favorável. Me sinto um pouco como Harry Potter em A Ordem da Fênix: "Sinto tanta raiva o tempo todo".
  Tento não pensar negativamente, mas estou sempre duas jogadas atrás. Já me disseram que a outra parte foi inteligente, soube esperar para pegar a Dora na hora certa. Não vejo assim. Não julgo ser inteligente ficar tanto tempo sem ver a filha, ficar fazendo um promotor perder tempo em acordo que jamais existiria. Acho tudo muito frio e calculista. Não vejo amor em nenhum momento. Dora estuda na escola Albert Sabin, em Ribeirão Preto, segundo seu genitor, num dos muitos emails destinados a me humilhar, "agora ela sabe o que é uma boa escola". Bom, então o Colégio Sion, onde ele a matriculou quando morou com ele em São Paulo, também não era uma boa escola. Eu não sei, me proibiam de entrar lá... fui num Dia das Mães porque Dora pediu muito. Ela só tinha 4 anos!
  E ainda penso no dia das mães, em que Dora ficou sem mãe e sem pai, pois esse estava em São Paulo. Quem quiser prestigiá-lo, a peça está no Centro Cultural Vergueiro, o horário precisa confirmar. Aproveitem e digam Merda para ele e mandem quebrar a perna! É o jeito que os atores desejam sucesso e boa sorte, fique claro, antes que venha mais um processo por injúria ou difamação... tanto processo parece coisa de quem tem muito tempo livre. O que eu queria mesmo é que esse homem trabalhasse muito, ficasse muito ocupado, encontrasse uma mulher incrível que lhe desse muitos filhos lindos e saudáveis! E que deixasse seu coração empedrado ser invadido de amor e compaixão.
  Mas o mundo perfeito não existe. Enquanto isso não acontece escrevo o que parece ficção. Tenho acompanhado outro blog, de Elaine César, sobre Gravidez, Câncer e Alienação Parental. Como eu, ela também sofre por erros judiciais, no meu caso cometidos por advogados contratados por mim, lá no começo de tudo. No caso dela, como no meu, uma Lei absurda que diante de qualquer denúncia infundada, para proteger o menor,  passa imediatamente a guarda para a outra parte. Todos sofremos muito. O que torna a história de Elaine César mais singular é que está grávida enquanto luta por ter seu filho de volta e tem câncer. São muitas batalhas para uma única mulher. Mas ela tem tantos amigos e pessoas que nem a conhecem - como eu - mas que estão solidárias e abraçam sua causa, que tenho certeza, sairá vencedora. Ela também tem um companheiro leal, que a apóia, uma rede de pessoas do bem. Tomara que tudo isso ajude.

Voltando a Nadar

  Enquanto não posso fazer nada, a não ser esperar, penso que voltar a nadar seria o melhor nesse momento. Quando escrevi sobre Zé Ricardo, meu primeiro amor e nadador que muito me inspirou, uma onda de saudade invandiu meus pensamentos. Coincidência o não, esteve em minha casa, outro nadador, Marco Sapucaia. Então fizemos um pouco de alongamento e, mesmo sendo quase uma mulher elástico, me senti travada. Preciso voltar a nadar. Ficar contando azulejos, ouvir o barulho das braçadas, sentir o cheiro de cloro. Nadar é um grande exercício de paciência. Preciso encontrar minha paciência perdida.
  Também lembrei porque gostava tanto de natação. É muito bom ver nadadores de ombros largos e corpos alongados. Nadadores são todos lindos, por mais feios que sejam! Não há quem não fique lindo após uns quilometros na água. A sensação de torpor e a fisionomia relaxada embelezam! Preciso voltar a ver beleza em tudo.

4 comentários:

  1. Adriana, tomei conhecimento do seu blog através do blog da Elaine, e queria te dizer que desde que li sua história tive uma identificação muito grande com vc pq tbem sou ansiosa, quero tudo pra ontem!! E outras coisas que vc escreve...quando leio suas atitudes sei que não teria feito diferente. Que mãe aguentaria ver a filha num visitário público, pedindo para levá-la dali e não fazer nada!! Eu teria as mesmas atitudes que vc em tudo o que li, e não me conformo com o egoísmo desse pai que tirou a Dora de vc....para dá-la aos avós!!
    Tbem digo que conheci meus ex-marido apenas depois da separação, quer dizer, conheci o lado perverso e rancoroso dele após a separação. Nunca perdi a guarda dos meninos pq ele tbem não estava interessado, mas me infernizou com alegações de que eu impedia o contato entre eles. Meu ex-marido, como o seu, deixou de procurar os filhos por orientação do advogado, para que a ação ficasse mais bem fundamentada (ele alegou que não via os filhos havia 6 meses...e realmente não os via, não os procurava). E meus filhos na época tinham 12 e 14 anos, eu já nem intermediava as visitas, isso era entre eles e o pai, que ainda frequentava minha casa, pedia cafezinho toda vez que chegava para buscar os filhos e por aqui ficava....
    Sei o que é essa raiva que vc sente, mas não sei o que é a dor de ficar longe de um filho e lamento por vc. Apenas imagino a sua dor, e queria te dar colo e um abraço quando penso nisso!! É muito injusto tudo isso, é muito cruel.
    Torço muito por vc e Dora!
    Força!!!

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  2. Querida amiga,você ainda é tudo isto que você lembra ...linda, carismática, uma estrela na terra.
    Você é daquelas mulheres que tomam toda a atenção de uma reunião, não deixa pra ninguém...vc com sua inteligencia, delicadeza toma a atenção de todos.
    Tudo isto está ai dentro de você e fora também...você que está numa situação tão surreal que não ve nada disto.
    Mas as brumas estão dissipando...voce está vendo e sentindo quantos amigos vc tem, quantos te admiram...tudo isto vai passar e a gente vai dar boas risadas juntas, eu vc, maria, dora e miranda...te amamos, bjk

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  3. Adriana, é importantíssimo que você realmente volte a nadar, de preferência, todos os dias.
    Considero que a prática de uma atividade física, tem muito mais efeito que uma terapia. Custa muitíssimo menos e o resultado é muito mais imediato.
    Por mais tarefas que se tenha, não consigo entender quem não faz atividade física, pois faz bem ao corpo, mas principalmente alimenta e revigora o espírito.
    Você tem que se manter bem, física e mentalmente. Graças a Deus que para você, nadar não é sacrifício, mas sim um importante bálsamo que não pode ser ignorado em hipótese alguma.
    Faça um trato com você mesma, nunca deixar de se alimentar corretamente, incluindo alimento físico e espiritual.
    Torço por você, 24 horas por dia. Beijos!!!!

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