sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vida Musical

  A música sempre teve papel fundamental em minha vida. Assim como alguns sentem-se voltar no tempo com aromas, me vejo em cenas do passado com a música. Hoje me sentia como Rise, do PIL (John Lyndon, ex-vocalista do Sex Pistols). As letras e batidas simples do punk rock sempre me fascinaram, desde a primeira vez que ouvi Ramones. Mas também ouvi muito o progressivo Pink Floid e vários outros estilos de rock. Depois veio a MPB, mas disso falo depois.
   Sempre tive e tenho muitos amigos músicos, já namorei alguns também. Como admiro quem toca qualquer instrumento, porque os sons também tocam demais o coração. De todas as artes, considero música a mais universal. Literatura é uma grande arte, saber escrever e tratar bem as palavras, mas não tenho certeza se consigo me fazer entender para todas as pessoas, assim é nas artes cênicas ou plásticas, mas a música... ah, a música.
   Além do que a música não escolhe cor, raça, faixa etária.... é a mais acessível das artes. Fico surpresa como meus posts musicais são "curtidos" por amigos de todas as idades. Fico feliz mesmo quando vejo Rafa, um garoto de 16 anos, que vi nascer, gostando de rock do bom. Filho de Mariana, que vem de uma família musical, e de Juliano, músico, não poderia ser muito diferente... ainda assim, fico feliz, porque também vejo uma juventude perdida no funk (do ruim) e Rafa Aviz não se deixou levar.
  Só quem nadou 6, 7, 8, 10 mil metros por dia sabe como pode ser tedioso e cansativo contar azulejos. Então a gente colocava uma música na cabeça para dar ritmo e seguia com ela. Por sorte, nos anos 80 tinha muita coisa boa. E foi com essa lembrança que postei Rise, do PIL. Além de me sentir como o refrão da música, que a raiva é uma energia. Sim, uma energia que move e não prostra, como a tristeza. Me dou o direito de ficar triste, chorar e sofrer, mas definitivamente não gosto de me sentir assim. A raiva é muito mais produtiva. Ao menos, para mim.

   E então recebo uma mensagem da querida Renata Morales Banjai (eternamente Renatinha), companheira de braçadas, de mil histórias e de gosto musical. Daí tive a certeza de como a música aproxima as pessoas mesmo. Sei que ela também lembrou com saudade de tudo que vivemos, do sofrimento na água gelada e depois das risadas no vestiário. E que nosso apurado gosto, não mudou. Nós sempre pensamos que crescer com o som dos anos 80 não ia dar em boa coisa, não. Ouvíamos músicas de descrença, protestos, indignação... nos anos 80 até o rock engraçadinho do Ultraje a Rigor era cheio de críticas. Ou vocês pensam que Inútil era só uma brincadeira de falar errado? "A gente não sabemos escolher presidente, a gente não sabemos tomar conta da gente. Inútil, a gente somos inútil". Isso é absolutamente atual! E genial!
  Só sinto nunca ter me dedicado a aprender tocar violão. Talvez ainda dê tempo, sei lá, ao menos algumas músicas para tocar em reunião de amigos. Ainda há tempo para aprender muita coisa, acho que só paramos de aprender quando morremos. Aprendo todos os dias. Minha curiosidade é infinita. Assim como o amor que guardo aqui dentro para quando Dora chegar. Com muita música da boa também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário