sexta-feira, 20 de maio de 2011

De Quando nos Tornamos Personagens

   Estava na redação da assessoria de imprensa do Sebrae-SP quando me liga a repórter do livro Crianças a Bordo - Guia Quatro Rodas. "Eu precisava de uma mãe que viaja direto com seu bebê, para dar dicas. A Bia Reis me passou seu contato, disse que você e Dora viajam sozinhas quase todos os finais de semana". Lá vem a Bia me fazer virar entrevistada. Foi minha segunda vez nessa situação. Na primeira contei minhas aventuras como repórter de moda para uma estudante de jornalismo. Mas a história não é essa.
  No fim acabei mudando um pouco a direção da entrevista, que seria mais sobre segurança em viagens com crianças. Falamos de papinhas adequadas para a trip e de como distrair os pequenos durante o percurso. Minha tática era levar muita música, bem variada. Ouvíamos juntas as lúdicas canções do Palavra Cantada, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, Ilha Rá-Tim-Bum, mas também mantive minha fidelidade ao Pixies, me abri ao novo Strokes (na época, 2003, quando Dora tinha 1 ano e 3 meses, era novo) e essa era nossa básica trilha sonora para descer a Serra do Mar, em praticamente todos os finais de semana. Como éramos felizes!
  Uns meses depois foi uma repórter da TV Cultura que me ligou. "Vamos fazer uma matéria sobre o lançamento do Bebê a Bordo e pedi uma personagem legal, me passaram seu contato". E lá estava eu marcando sábado de manhã, às 11 horas, para acompanharem nossos preparativos.
  Chegaram pontualmente uma hora antes. De propósito, para eu não fazer armação, achei até engraçado. Dorinha foi correndo para a porta assim que tocou a campainha. Aparece um cara com uma câmera daquelas bem grandes e uma moça com microfone. "Enta, é polaqui", chama Dorinha, toda anfitriã, levando-os para o quarto dela. A mochila já estava aberta e Dorinha guardou duas fraldinhas. Separou algumas roupas e me deu para dobrar. A equipe ficou impressionada. Ainda tomamos café e fui me trrocar enquanto Dora distraía as visitas. Ninguém acreditava que aquela criança tivesse 1 ano e meio. Nem eu!
  Fomos para o carro, coloquei Dora da forma correta na poltroninha, falei sobre cinto de segurança e então saímos rumo ao parque do Ibirapuera. É que ia dar um passeio por lá, só desceria depois do almoço. Tudo seguiu tranquilo, Dora fez gracinha para as câmeras e a matéria encerrou com ela dando tchauzinho.
  Essas foram as primeiras vezes em que nos tornamos personagens da vida real. Lindas imagens de mãe e filha em momentos íntimos de cumplicidade, dedicação e carinho. A mãe que dá dicas de bem cuidar, a criança com inteligência precoce, comunicação expressiva, brilho nos olhos!. Mas essas imagens não são mostradas...

Um comentário:

  1. Oi, Adriana!
    Estou acompanhando a sua história há algum tempo. Acabei topando com seu blog meio que do nada e gostaria muito de conversar com você, por conta da minha própria história.
    Tentei achar seu e-mail por aqui, mas não consegui. Se possível, entre em contato comigo: miafarrow.farrow@gmail.com
    Obrigada!

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