sexta-feira, 11 de março de 2011

Apenas uma mãe

  Estive ontem no Fórum João Mendes, no cento de São Paulo. Dei uma olhada no processo de 7 volumes. Vi quem foram as 4 testemunhas presentes na audiência que deu a guarda definitiva de Dora ao pai. Uma era Luciana Viacava, ex-madrasta da Dora, entre outras, disse que eu ligava e dizia impropérios para ela, bom, se for considerado impropério dizer que ela estava sendo submissa ao namorado que mudou de mala, cuia e filha para a casa dela e, de quebra, a envolveu num processo pesado e doloroso, sim, disse vários impropérios. A outra foi a pobre babá, Maria das Dores, que ao levar e buscar Dora no visitário público para minha supervisionada visita, ouviu entre outras que ela nem deveria estar ali. Em outra ocasião, quando ela por 3 dias evitou que eu falasse ao telefone com Dora, enquanto minha filha estava devidamente  protegida da mãe em Ribeirão Preto na casa dos avós, eu apelei ao dizer que era espírita (a babá é ou era, testemunha de Jeová), só para provocar uma pequena guerra santa. E para dizer que se ela era tão temente a Deus, deveria temer muito, porque mentir para a mãe sobre o paradeiro da filha era um pecado ao olhos do Senhor. Então, essas duas testemunhas, não me surpreenderam...
  Mas ao ver o nome do Arnaldo, que era porteiro do apartamento que eu morava na Vila Mariana, fiquei bem abalada. Esse homem chegou a me dizer que nunca entendeu como uma "garota" simpática como eu morou com alguém que nem cumprimentava o porteiro. Eu dava vinhos que ganhava para ele, presentes de Natal, ele brincava com Dora, enfim, era um clima de camaradagem, porque eu sempre tratei igual o porteiro do prédio e o síndico, o porteio da empresa e o presidente.  Pois esse mesmo porteiro foi em uma audiência e em juízo disse que eu agredia minha filha, tinha o vício de beber e certa vez empurrei o carrinho de Dora ladeira abaixo (detalhe que não há ladeira na rua em que morávamos). Que juiz não daria a guarda ao pai com uma declaração dessas? Por fim, outro golpe, a doce velhinha baiana, a vizinha dona Edith, que tomava cafezinho comigo, que deu um lindo vestido amarelo para Dora, que eu guardo (ou guardava) até hoje, disse que eu tinha vício de beber e que disse que iria morar no Chile. Detalhe,  mudei daquele endereço em outubro de 2003. Fui para o Chile em julho de 2005, a partir daí começou essa história inventada de fuga para o Chile. Quem disse para essa amarga velhinha que eu fugiria? Aquele que não se deve nominar, aquele que mente sobre si mesmo em seu  próprio currículo, aquele que me odeia acima de todas as coisas, inclusive acima da filha.
  Enfim, é tudo tão pesado, fico tão mal de ir em Fórum, de falar juridiquês... devo 16 mil para os advogados da outra parte, devo 2 mil para o psiquiatra forense e, principalmente, ainda tenho que pagar minhas advogadas. Fora o desgaste em anos de entraves judiciais. Para que mesmo? Para ver Dora crescer no meio disso tudo? E se eu conseguir a reversão de guarda? Será que a outra parte não irá requerer a guarda? Afinal ele sempre foi irrelevante: numa família de catedráticos não tem curso superior, resolveu ser ator e nunca teve lá muito sucesso, de repente viu na busca da filha uma causa nobre, uma forma de aparecer na Rede Globo, de ser uma grande vítima, de ter a atenção que nunca lhe foi dispensada, seja por amigos, pela família, mídia, namoradas. E isso se prolongará até Dora ter 18 anos. Quando talvez ela já nem seja mai a Dora que conheço hoje, quando talvez os traumas tirem sua felicidade inerente, quando as idas e vindas para lá e para cá, com o pai, depois com a mãe, depois com o pai de novo, tirem a segurança, autoconfiança e determinação dela.
  Será que vale tudo isso? Tem muita gente sofrendo nessa história. Vai ver estão usando a tática de "o que os olhos não veem o coração não sente" com a Dora. E afastando-a da vida e amigos que teve, ela não sentirá dor, afinal, a avó e tia são psicólogas, o avô é psquiatra infantil, devem saber o que fazer com a cabeça das pessoas... ou não. O Juiz decidiu, quem sou eu para ir contra? Ele ouviu testemunhas, eu agi tresloucadamente...eu sou só a mãe. Não seria melhor acatar a sentença e parar com isso? Vou esperar para ver a Dora, há um mês e um dia não nos vemos ou falamos, não sei como ela está, mas a falta de contato é um bom indicador, se não deixam ninguém falar com ela, é porque ela irá reclamar, chorar...o que os ouvidos não ouvem o coração não sente. Eu só posso sentir muito. E deixar que o guardião a guarde bem guardada.

2 comentários:

  1. Ok!! Post lido...
    E você? Onde estão suas testemunhas?? Esses advogados contratados por você, quando conseguirão que você se pronuncie, conte sua versão e apresente suas testemunhas?
    Sinceramente, com tudo isso que você escreveu, qual seria o juíz que não daria causa ganha para o pai? Tia psicóloga, vó psicóloga, vô psiquiatra INFANTIL, testemunhas que "conviviam com vocês"... Complicado, bem complicado.
    De qualquer forma, sempre ouço dizer que amor e vontade de mãe não há nada mais forte, porém, que seja feita a vontade de Deus, e o melhor para a Dora.
    Enquanto houver amor, lute, com todas as forças. Reflita, analise e perceba... Você como mãe deve saber o que é verdadeiramente melhor para a Dora.

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  2. Querida, em relacao as testemunhas, aconteceu o mesmo comigo. Golpe Sujo!!! Gente sem carater, gente mediocre! Fico imaginando Dora princesinha e penso na minha filha que esta sofrendo com isso, ameacas, incertezza, mudancas e fugas... E Perdas! Parece historia de telenovela mas é real...

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