quinta-feira, 24 de março de 2011

Dívidas Judiciais

  Já sei o endereço e o telefone onde estaria Dora. Mas já averiguei e amigos também... ela não está lá. Pista falsa. No começo pensei que essa história de disputa de guarda daria um bom drama, hoje penso que está mais para filme policial. Dora no meio disso tudo, penso no futuro: ou terá superautoestima, chegando a ser arrogante, ou poderá trazer transtornos de personalidade. Afinal, essa minha filha está desde os 3 anos sendo disputada pelos pais.
  O mais irônico é que, judicialmente, tudo começou com meu pedido de guarda com regularização de visita, já que eu nunca quis que Dora deixasse de ver o pai e, entrando já com pedido de visitas para ele, tudo seria mais rápido. Foram tantos erros jurídicos, péssimos advogados da minha parte (Muruy de Oliveira e Jussara Aguiar, que perderam prazo para entrar com agravo e ainda me orientaram irresponsalvemente a ver minha filha em visitário público), bons advogados da parte dele e o processo terminou com guarda definitiva para o pai e eu tendo que lutar por direito de visita. Fiz tudo errado. Falta de paciência, imediatismo, mea culpa, mea culpa. Me desesperei por Dora. Hoje continuo desesperada, mas não temo mais por sua integridade física, já a mental...
  Pior que ontem saiu no Diário Oficial que eu tenho 15 dias para pagar 16.800 para os advogados da outra parte, já que ele "ganhou" a disputa. Ele está com o troféu! Se eu não pagar em 15 dias, sobe mais 10%, se não pagar, penhora de bens... ainda bem que não tenho muitos bens, quase bem nenhum... fala sério, pagar pra quem me ferrou, pagar para quem escreveu um monte de mentiras num processo de 7 volumes!!! Cada um com cerca de 250 páginas! É muita humilhação...
  Comédia de erros, tragédia de erros, falsos testemunhos, advogados que parecem ter sido pagos para não me defender.. não fosse estar aqui bem acordada e viva, pensaria que estou vivendo um pesadelo,  um filme de terror. Mas não, a outra parte que tem lá sua vida na dramaturgia, o ator atua, interpreta, acredita no que inventa! Eu tenho que me recolher e esperar...não tenho agido como a repórter que fui um dia.
  E Dora está lá, cada vez mais adaptada, porque criança se adapta rápido. Está lá, sem saber quando verá a mãe, a irmã, os amigos...vai saber o que o guardião tem falado para ela...bom, já passei pela fase da negação, revolta e agora estou na aceitação. Tenho outra filha para criar sozinha, a Miranda, ao menos, não tem pai para atrapalhar... talvez dê mais certo, sejamos mais felizes, sem pendengas judiciais. Ou não.

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