domingo, 10 de julho de 2011

Heroína

   Tenho escrito menos por aqui e já me questionaram sobre isso. Inclusive dei preferência por escrever temas leves e grandes paixões (como o Santos F.C. e a banda Pixies) porque tem me doído muito alguns últimos acontecimentos. Para começar hoje completam 5 meses que Dora foi arrancada da sua vida, sem levar uma foto, uma roupa ou boneca preferida. Chamam isso de alienação parental, tem muitos sites e ongs sobre esse tema e não é a primeira vez que isso acontece. Dora já havia sido arrancada de mim em outras duas ocasiões, devidamente programadas pela família Golfeto. Outro fator que me afastou do blog é que tenho trabalhado muito e, para quem não sabe, trabalho escrevendo e, por vezes, me dói fisicamente, tenho tendinite  no braço direito. Quando o ato de escrever torna-se uma dor e não um prazer, prefiro guardar meus pensamentos só para mim. Tem ainda o fator exposição. Tenho me exposto muito por aqui e advogados dizem que não devo dar munição para a outra parte, que quer manter o litígio até Dora completar 18 anos.
   Mas parei, principalmente, porque num desses blogs de uma dessas ongs sobre alienação parental, escreveram sobre o "Caso Dora". Duro saber que minha filha virou um caso, exposta midiática e sucessivamente. O homem que escreveu (ah, a esmagadora maioria dessas ongs e sites é feita por homens, que criticam sistematicamente as mulheres) duvida do meu amor por Dora. Julga sem dó nem piedade minhas atitudes. Pior, algumas pessoas postaram me criticando mais ainda, me chamando de egoísta, irônica e doente! Que minhas filhas são minhas vítimas
   Um dos comentários foi postado por "anônimo" - como me irrita essa gente que se esconde no anonimato. Mas tenho para mim que esse anônimo é da outra parte, talvez do pai da outra parte, pelo jeito que escreve colocando tudo, repentinamente, em caixa alta, como se estivesse gritando. E escreve quis com z. Quem maltrata mais a gramática é o Golfeto pai, apesar que o Golfeto filho também não é lá muito primoroso na escrita. O anônimo, tal qual o Golfeto pai,  fala de psicoterapia, querendo pegar no emocional, com muito erro de concordância e ortografia. Inclusive, como pode um médico escrever tão errado? Enfim, a questão aqui não é correto uso da língua portuguesa, mas é que também me dói mesmo ver que uma pessoa estuda tanto e não aprende nem a escrever direito, dói porque pessoas assim se formam e continuam ensinando errado, é tipo um círculo vicioso.

Minha Miranda, Minha Dorinha

   Bom, esse anônimo sabia datas de audiências e mentia da mesma forma que a outra parte, distorcendo fatos e acrescentando alguns do tipo "o pai sofreu tanto que há 2 anos faz terapia" e que eu, mesmo com ordem de perito (mentira), não faço tratamento. Agora o que mais me deixou mal, mal mesmo, foi escrever sobre minha filha Miranda! Só um anônimo covarde escreveria isso. O avô psiquiatra de Dora também adora falar com propriedade de assuntos que desconhece. Assim como o anônimo, quando afirma saber que faço a mesma coisa com Miranda (afastar do pai) e que  sabe muito mais do "Caso Miranda" do que do "Caso Dora". Diz que são duas crianças vítimas de uma mãe muito doente. Aliás, sei não se não dá para processar esse ancião, cassar o CRM dele, afinal, fica usando de seus conhecimentos psiquiátricos para tentar me desestabilizar! Escreveu vários emails mandando eu me tratar! Coitada da Dora, na casa dessa gente...que ainda se mete a falar de Miranda! Indignação é pouco para o que eu sinto. Deixem Miranda fora disso!
   Não, esse anônimo do mal não sabe nada, nem imagina! Sabe detalhes da outra parte e nada de Miranda. Ao contrário, Miranda não tem pai porque o genitor não quis saber dela, nem quis conhecê-la. Mas como sei que num futuro próximo ou distante, Miranda irá perguntar sobre isso, quis poupá-la da rejeição paterna e fui eu mesma entrar com uma ação para reconhecimento da paternidade. Irônica é a vida e não eu. Um pai vive para tirar a  minha filha de mim, o outro genitor não quer nem conhecer!
   Digo que minha vida com Miranda é muito mais fácil e leve. Digo ainda que demorou 1 ano e 5 meses para marcarem o exame de DNA, e no dia marcado, o genitor nem apareceu. Depois, não sei quando, vão marcar o segundo... e o terceiro, isso leva uns anos. Daí, se o suposto pai não aparecer, só após a terceira vez é considerado pai, mas ainda pode recorrer. Quem mesmo que a Lei protege? Mas esse é assunto para um post único, porque o dia do tal exame foi bizarro, como tantos acontecimentos na minha vida. E Miranda tem sofrido muito a falta de "Doinha", fala que Dora "foi com o papai dela", que quer "abaçar Doinha". Bom, quem sabe assim Miranda fique feliz por não ter um pai que a tire da mãe...
    Mas o tal cara, de uma tal ong, que nem vou dizer o nome para não dar audiência para alguém rancoroso e cheio de mágoas, escreveu que nesse meu blog (será que ele leu direito?), me faço de vítima e de heroína. Para quem me conhece minimamente, ou para qualquer um que converse comigo por 15 minutos, sabe que vítima é um papel que nunca me caiu bem. Sou a anti-vítima! Se falo da minha dor é porque sinto necessidade de expor a ferida, para que exposta, cicatrize. Jamais fui coitadinha em tempo algum.   
    Então pensei que heroína sim, é um bom adjetivo para me definir. Por vezes já me falaram que tenho síndrome de Mulher Maravilha, pois quero salvar o mundo e resolver tudo sozinha. Então sim, sou uma heroína, eu e todas as mulheres (e alguns homens também), que criam seus filhos sozinhas, eu e todos os brasileiros que trabalham honestamente vendo tantos políticos corruptos escapando de processos, amparados por Leis que eles mesmos aprovam, para benefício próprio. Sim, sou uma heroína que aos 11 anos completou a Travessia 14 Bis, do Guarujá a Bertioga, nadando 42 km em 10 horas! Todos os atletas brasileiros são heróis! Sou uma heroína que sobreviveu à depressão. E que no meio da depressão teve sua filha arrancada, levada para o mesmo lugar onde se encontra hoje! Longe da mãe e longe do pai, que, como sempre, só quer mesmo tirar a filha da mãe, já que não tem estrutura para cuidar da filha sozinho, em São Paulo. Sou uma heroína que mesmo há 5 meses sem sequer falar com a filha de 9 anos, não me entreguei novamente à depressão. Ao contrário, me entreguei ao trabalho e à educação de Miranda! Sou uma heroína que enfrenta julgamentos sórdidos de pessoas que nunca me viram! Sou a heroína que vai atrás dos fatos e informações e que descobre que esse mesmo cara que me julgou foi julgado por abuso sexual da filha! Inocente ou culpado, não importa, ficará para sempre a dúvida. Então, como uma heroína, entendi tudo: cheio de mágoa, depois de ter sido tão julgado, mesmo inocente, acha-se no direito de julgar e culpar. Só posso ter pena desse homem, compaixão e desejo de que supere seus traumas.
  Agora, após constatar que sou uma heroína, vejo que  não é tarefa fácil, é preciso ter forças sobre humanas, encontrar lógica onde parece habitar o caos. Mas, graças a essa postagem tão preconceituosa, desse cara tão rançoso, ganhei mais coragem para continuar escrevendo, polemizando, criticando, sendo controversa ou não. Ao contrário dos anônimos, os heróis assumem suas opiniões! E também seus atos, mesmo errados, pois os heróis também erram.

4 comentários:

  1. Dri, deixe que falem!! Não foi vc quem tornou pública a história da sua filha, vc está só colocando o seu ponto de vista nesse blog. Não vejo vc se fazer se vítima, quem criticou tanto seu blog sequer deve ter lido ele direito.
    E não te conheço pessoalmente, fiz meu "julgamento" lendo o que vc escreve, e claro, assisti ao profissão repórter (lamentável!!). Tô do seu lado, entendo vc, já me coloquei no seu lugar e percebi que teria cometido os mesmos erros que vc, pela impulsividade e pelo amor. E torço muito para que vc e Dora fiquem juntas logo!!
    Dri, força!! Tem muita gente do seu lado, te apoiando.
    Conte comigo!!!
    Luciana Tognetti

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  2. Ah amiga, não nasceu nem nascerá quem possa lhe calar....vc é unica. Linda, inteligente, sagaz, carismática, onde que que vc esteja chamará a atenção de muitos. E alguns poucos ficarão indignados, porque os bons se unem e há muita gente do bem do seu lado, e cada vez mais estão se juntando a nós...
    TEMOS FORÇA SIM...ESTAMOS DO SEU LADO PARA O QUE DER E VIER.

    PS: ESTAMOS TODOS COM SAUDADES DOS SEUS POSTS...

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  3. Que horror! Quanta baixeza, quanta covardia!
    Covardes: Deixem Miranda fora disso! E devolvam a Dora pra sua mãe, logo, urgente!

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  4. Pelo que eu saiba ela apenas perdeu a guarda.
    O que tem de errado nisso?
    A guarda pode ser modificada a qualquer tempo.
    Se foi o melhor para a criança...
    Visite sua filha e se achar que deve mova um processo de modificação de guarda.

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