No próximo dia 10 completará 15 meses que não vejo minha
filha. E Dora, por sua vez, completará 15 meses em sua nova vida, sem mãe,
irmã, sem os antigos amigos (que talvez nem lembre), fotos, brinquedos... tiraram
tudo dela e deram tudo novo. Minha interpretação do fato é que sou uma mãe
alienada, que não sei nada da filha: com quem anda, onde dorme, que número
veste ou calça, quem são suas amigas, sua professora, não sei nada da vida de
Dora. E ela só tem 10 anos!
Quando comecei a escrever este blog, há mais de 1 ano,
minha intenção era dar notícias do processo e de Dora para os amigos e
conhecidos, já que muitos ligavam indignados perguntando o que aconteceu,
principalmente após a veiculação da busca e apreensão de Dora em rede nacional,
no programa Profissão Repórter, da Globo. Mas eu nunca tinha notícias de Dora e
do processo, então não perguntam mais de Dora, não ficam mais indignados, é assim mesmo, o ser humano se acostuma com adversidade, atrocidade, é tanta coisa ruim acontecendo o tempo todo, que Dora é só mais uma vítima do sistema judiciário.
Mas, quanto mais escrevo, diz uma advogada, mais me prejudico, tudo que faço ou falo é usado contra mim.
Acontece que quando paro de escrever, nada acontece também. É tão somente um desabafo. Por isso continuei escrevendo
para Dora, que um dia poderá ler tudo isso e saber um pouco mais sobre a mãe,
afinal, pode ser que nunca mais nos vejamos! Constato tristemente que, se
eu morrer hoje ou se já estivesse morta, não faria diferença para Dora, ela já vive
sem mãe e sem que nada remeta à sua mãe desde 10/02/11.
Um dia ela vai saber que o pai não conseguiu na Justiça
me eliminar como mãe, mas tentou e isso já diz muito sobre seu ódio e fome de
vingança. Ele pediu a Destituição do Poder Familiar, me tirando, inclusive, da
certidão de nascimento dela, tirando o sobrenome Mendes de seu nome, o nome dos avós paternos. O juiz em
São Paulo extinguiu o processo. Foi um golpe muito duro para o ator/mentado
Jonas Golfeto. Estava tão certo de sua vitória que levou Dora para morar em
Ribeirão Preto, na casa dos pais dele. Mas como não conseguiu, viu-se obrigado
a voltar a morar com os pais, já que não poderia largar a filha lá, como
pretendia. É mais do que deprimente com quase 40 anos ter que voltar a morar
com os pais.
Tão poderoso esse Jonas Golfeto que não conseguiu
de Direito, mas conseguiu de fato nos separar. O que acontece no processo eu
não entendo, só sei que minha mãe entrou com pedido de visita em agosto de
2011, a única audiência marcada foi cancelada porque a outra parte, Jonas Golfeto,
apresentou passagem de avião para o mesmo dia. Uma pessoa de 77 anos não tem
prioridade? Deu tempo até do meu pai morrer e não teve audiência!
E o último juiz, José Duarte Neto, demorou 4 meses para
colocar uma decisão nos autos: decidiu que não pode ficar no caso por motivos íntimos!
Isso existe no Artigo 135, parágrafo único. E nem precisa dizer qual é o motivo, já que é íntimo. Agora entrou um outro juiz, que
deve demorar ao menos 6 meses para ler os 8 volumes do processo. Sim, é incrível,
mas a outra parte deu entrada nesta ação, em que pede Regularização de Visitas
com Suspensão das Mesmas (!) em março do ano passado e já conseguiu um amontoado
de papéis para 8 volumes! Sim, a culpa é minha que escrevo esse blog e dou palavras
para serem colocadas no processo.
Penso que juízes recebem salários independentemente de
sua produtividade, então tanto faz decidir em um mês ou um ano, reclamam tanto
que são muitos processos... ora o salário mensal de 23 mil poderia ser dividido em
dois e teríamos o dobro de juízes no País! E não adianta vir com o papo que tem que estudar muito para ser juiz, existem juízes com 25 anos! E por maior que seja o QI, acho improvável que alguém com essa idade tenha experiência de vida para decidir a vida dos outros. Médicos sim, precisam estudar muito e sempre para seguirem bem na carreira. Juiz, depois de posto, só é deposto por aposentadoria. E se errar muito, sai com aposentadoria compulsória. Tanto que o juiz Ricardo Braga Monte Serrat nunca tinha ouvido falar no caso Joana Marins e pouco sabia sobre Alienação Parental. E é juiz de Vara de Família!
Já cansei de esperar, de tentar. Imagino como será triste
o dia em que um ser superior (juiz) decidir pela visita de Dora. Como ela me
receberá? Terá medo? Como irá viver no meio de tanta mágoa? Ou será que o juiz
decidindo visitas a família Golfeto passará a permitir que nos falemos ao telefone? Irá mudar de atitude? Não, claro que não. Mas
eu continuo escrevendo porque assim mais e mais pessoas ficam sabendo quem é
essa gente.
Dia desses liguei no consultório do psiquiatra infantil
José Hércules Golfeto (o avô monstro de Dora), a secretária, com quem eu não
falava há 6 meses, reconheceu imediatamente minha voz. Perguntei sobre o BO que
o Dr Golfeto fez contra mim, de ameaça de morte, por recados dela. “Ah, mas já faz tempo!”. Sim,
faz tempo, mas está no processo e eles fazem BO para engordar o
processo. E eu ia contando fatos e ela respondia, mecanicamente, “sim, eu
entendo”.
“O avô de Dora morreu e ela nem sabe”. “Sim, eu entendo”.
“Fizeram 2 BOs de ameaça de morte”. “Sim, eu entendo”.
Daí contei uma desgraça maior ainda e ela surpreendeu-se,
mostrou reação. “Ué, porque todo o resto você compreendia e agora ficou assim
chocada?”. “Porque eu leio seu blog!”.
Então eu acho que esse blog, além de mostrar para Dora as
mazelas da Justiça, o ódio cego do pai e algumas histórias da mãe, serve também
para mostrar para a sociedade e classe médica quem é esse psiquiatra
infantil que deixa isso acontecer embaixo de seu próprio teto! Se o Dr José
Hércules Golfeto pensa que é uma desculpa dizer que Jonas que manda e que o
advogado do filho proibiu, fica pior. Como um homem com mais de 70 anos se
deixa dominar pelo filho que ainda sustenta?
Estou exausta de tudo isso...
Dri!! Só de ler fiquei exausta!! É muita coisa errada! O sistema, a burocracia, as leis... Pessoas que se julgam melhores para cuidar de uma criança linda que sempre foi feliz e sempre se mostrou ser muito bem cuidada... Não entendo realmente como podem fazer isto com a vida de uma criança??? Como ninguém percebe que nada disso pode ser mais saudável pra ela do que uma convivência harmoniosa?? Como podem estar tão cegos??Como podem achar que se vingam de uma mãe que tem amor por uma filha e nem percebem que a grande prejudicada nisso tudo é Dora? Como podem achar que Dora está feliz se a 15 meses apagaram sua identidade? Seu passado? Seus vínculos? Se um dia erraste por amor, tomaste atitude questionável ao levá-la daquele visitário, mesmo que julguem errado foi por amor...e eu rogo para que o amor invada em algum momento, mesmo que sem ser acolhido a alma daquela gente para que possam entender a diferença entre ódio e amor... e que este ódio nunca, nunca abale Dora, que ela nunca se contamine... e continue sendo a menina incrível que tiraram da nossa convivência!! Beijos, força, sempre!!!
ResponderExcluirVocê está muito longe de ser uma mãe alienada, diria eu, modestamente, que você é uma mãe apaixonada, uma mãe dedicada, uma mãe verdadeira, uma mãe, simplesmente uma mãe. Não se desanime ou desista, porque o tempo, este passa e consegue resolver questões que o ser humano cruel, como ele só, não consegue resolver e no final vence o verdadeiro amor e acredite neste seu sentimento e com ele ande sempre junto, porque ele que lhe dará forças e um dia será o esteio da sua filha e não importa o quanto faça um pobre homem, ela será sempre sua filha.
ResponderExcluirObrigada Edson. Quando eu digo que sou uma mãe alienada não épq eu quero, é pq a Justiça permite essa alienação parental. Essa Lei não vale de nada... muitos juízes nem a conhecem direito. Também acho que o tempo pode resolver, um dia Dora fará 18 anos. Mas também acho que posso morrer antes deste dia.. abs.
ExcluirAdriana Mendes ... Vem pro nosso grupo Igualdade Parental - Pais em camisa de força
ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/groups/PaisEmCamisaForca/
Já estou lá, como te disse, só espero que não seja mais um desses grupos machistas que só falam de pensão e ficam criticando as mães...
Excluir