É como uma data mórbida, o dia 10. No último completou 10 meses que não vejo ou falo com Dora. Continuo ligando compulsiva e insistentemente no telefone da casa dos avós dela. Cai na secretária eletrônica ou desligam, minha esperança é que um dia Dora atenda. Só pra eu dizer "eu te amo, eu e toda a torcida do Santos. E por aqui estamos todos com saudades e nunca ninguém vai te esquecer".
Eu poderia ter ficado em casa chorando e lamentando o destino que me fez cruzar um dia com um crápula, psico, com tempo de sobra para acabar com a minha vida. Lamentar todas as merdas que fiz por deixar de ser racional. Logo eu! O raciocínio em pessoa! Mas eu não sabia que o amor incondicional muda até o que a gente sempre foi. Eu poderia ter ficado chorando ouvindo minhas músicas tristes. Mas preferi ir ao Ouro Verde F.C. ouvir samba de roda com a velha guarda, três quadras da minha casa. A Miranda, para variar, atraiu todas as atenções, sambou e já estava quase tocando maraca. Musical total essa menina. Inteligente e carismática. Sei lá que dom é esse de ter filhas assim...impressionantes!
Daí uma amiga, Glaucia Dieguez, disse para eu escrever no meu blog igual à personagem de uma novela, que escreveu por anos para a irmã em coma... não sou de ver novelas, mas fui ver do que se tratava. Sim, se eu ficar anos sem ver Dora ela vai ler o que tem aqui. Por mais que por lá falem sobre sua mãe doente, louca. Dora sempre saberá que tem uma mãe louca sim, louca de amor por ela, que esse amor passa por cima de tudo e é maior que o tempo e a distância que nos separa, por mais brega que isso possa soar...
Se Dora esquecer das músicas que a gente ouvia, quando ela chegar vou colocar Heroes e Absolute Beginners, do David Bowie, bem alto e vamos dançar e cantar muito. E todos os beijos e abraços que não foram dados nesses quase 365 dias serão tão mais intensos e desejados que vão arder no meu peito. Ela pode até pensar que eu não estou ligando, não sei o que os guardiões dela dizem. Mas ela saberá que fui até lá e chamaram guardinhas do bairro, saberá que na escola dela, Albert Sabin, não me deixaram participar de reuniões, saberá tanta coisa, se é que já não sabe ou imagina...
Dora pode até esquecer o que é conviver com os animais, já que seus guardiões nunca tiveram bichos e não suportam muito a presença de cães e gatos, mas saberá que Sofia morreu e que tenho novos habitantes em casa (assunto para outro post). Mudaram a vida de Dora, que não tem nem uma foto da irmã, que não sabe o quanto Miranda conversa, fala e é tão esperta quanto ela. Tiraram tudo o que era sólido na vida de Dora: sua mãe, sua irmã, seus amigos, seus brinquedos, seu quarto, suas roupas, sua cidade.
Mas o que está dentro da cabeça e do coração de Dora não vão poder mudar. O tempo passa tão rápido... quando ela foi, faltavam 9 anos para ela fazer 18. Agora falta menos de 8 anos e 2 meses... e então seremos todas livres! Tão triste Dora ter ido parar nas mãos de tiranos, de pessoas que não suportam independência e liberdade.
Tirar a liberdade é como tirar a vida. Matam a mãe de Dora diariamente, matando assim Dora também...
Histórias reais do meu cotidiano, das pessoas ao meu redor, longe de mim e comigo sempre.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
7 Anos Depois
Gosto sempre de ouvir música quando escrevo. Gosto de ouvir música sempre, quase o tempo todo. Dia desses queria ouvir Chico Buarque e procurei uma canção dele menos conhecida (por mim). Então fui no youtube e coloquei Você Você, que fez para o neto, que era grudado na mãe e tudo falava "você, você". Daí depois de um ano foi para a creche e o avô perguntou: "O que você faz na creche?". "Espero a mamãe".
Então chorei muito ao lembrar de quando comecei a visitar a Dora no Visitário Público. Ela morava com o pai, no apartamento da namorada dele, Luciana Viacava. Nos víamos aos sábado e perguntei o que ela fazia lá. "Espero o dia de te ver, mamãe". Depois, quando comecei a levá-la aos finais de semana para nossa casa, fiz a mesma pergunta. "Espero você ir me buscar, mamãe". Então perguntei o que ela gostava de fazer lá. "Gosto quando a Lu conta histórias para eu dormir". "E o papai?" perguntei. "Ele nunca está lá quando vou dormir". O que Dora teve de melhor quando morou com o pai, foi a madrasta! Agora nem imagino o que ela faz, sei que não me espera mais...
Imagino mesmo que, se em algum momento ela pergunta sobre quando nos verá de novo, a resposta deve ser "quando o juiz deixar". Ah, esse juiz que decide a vida da criança que nunca viu...imagino também que devem dizer que a mãe de Dora é doente, por isso não pode vê-la. Se sou assim tão terrível, como posso ter criado uma filha tão inteligente, disciplinada, afetuosa, amorosa e carinhosa? Nas palavras do próprio avô (tenho o email), "Dora é uma criatura fantástica!". Quem criou essa criatura fantástica?
E vai chegando o Natal, que aprendi a gostar por causa da Dora. Depois de passar o Natal de 2004 internada numa clínica psiquiátrica e o de 2005 em um Visitário Público, realmente, essa data é só mais uma data para mim. Mas agora tenho a Miranda, que ama o Papai Noel, esse velho batuta, na versão light dos Garotos Podres. E cada vez que olho para Miranda vejo que a vida me deu uma segunda chance. Há exatos 7 anos eu tinha uma criança adorável de 2 anos e 10 meses, morava numa linda casa no litoral paulista, que construí da forma que quis, tinha estabilidade financeira e nenhum processo. Mesmo assim tive uma depressão que, olhando de longe, agora entendo: era minha crise existencial da meia idade! Sempre fui muito precoce... e, aos 34 anos, me vi repensando tudo que havia feito na vida, se estava no caminho certo, me via sozinha com Dora, sem apoio da outra parte, meu pai me esquecendo (era o alzheimer, mas eu não sabia), desilusão com a minha profissão, com as pessoas... e agora? Tenho 7 anos mais, não tenho mais a linda casa no litoral (vendida para comprar um apartamento menor e pagar "o processo"), aquela criança adorável tornou-se uma menina incrível, lá longe, quase um ano sem falar comigo, meu pai que ainda falava, andava e até nadava, agora só olha o vazio. Tenho outra filha sozinha. De 2 anos e 10 meses.
E mesmo com tudo isso, estou de pé! Vejo Dora em Miranda o tempo todo. Miranda já mostra que adora dança, é inteligentíssima, bem humorada... e ama tanto essa mamãe aqui. E posso ter a certeza que sempre terei Miranda, ninguém vai tirá-la de mim, ninguém! Desta vez acertei. Por mais que não permitam que Miranda fale ao telefone com Dora, sei que uma não esquecerá da outra. Não peço mais por mim o contato telefônico, peço por Miranda... mas não adianta. Ninguém lá vai se importar com a irmã da Dora. Acredito mesmo que o maior desejo daquelas pessoas nefastas seja a nossa morte. Se Dora perder de fato a mãe e a irmã, não precisarão mais mentir ou fazer BOs contra mim ou gastar com advogados. Seria tão bom se não existíssemos, não é família Golfeto?
Hoje falei com minha amiga Zan Moraes, sobre sua ideia de aproveitar o fim do ano e doar tudo que não usamos mais. Tenho 5 gavetas repletas de roupas da Dora, que com certeza não servem mais. Um armário com sapatos. Os brinquedos estão sendo usados por Miranda, mas as roupas... então tentei separar para dar. Não consigo, eu choro, choro e choro. Eu queria que Dora escolhesse as roupas para doar, como sempre fez. Dora sempre foi tão generosa. Chegou a doar seu brinquedo favorito para o dia das crianças, aos 2 anos, presente do meu querido amigo Marcelo Santos (Mônico), a "Batatinha". Perguntei porque iria dar seu brinquedo favorito. "Porque toda criança vai adorar ter a Batatinha". E deu, e nunca se arrependeu.
Sei que não deveria escrever o quanto estou triste e sofrendo. Fiquei sabendo que quando escrevo o quão mal me sinto, Jonas Golfeto, o guardião de Dora, fica feliz. Fica visivelmente mais feliz. Como pode alguém ter o poder de destruir tudo o que toca? Esse suposto homem das artes ajudou a montar a peça A Hora da Estrela, texto de Clarice Lispector, em Adamantina. Será que em nenhum momento Jonas fez um paralelo entre a inocência e a pureza da Macabeia com Dora? Será que nem mergulhado nesse projeto teve seu coração de pedra tocado? Isso é muito grave. Como um artista não se emociona, não sente a dor do outro, nem da própria filha? Macabeia reza porque a mãe manda, nem sabe o que é Deus. Assim como Dora, que um dia me disse que não podia me adorar, porque a babá Maria disse que só devemos adorar Deus. Tanta inocência nesse coração tão puro. Por favor, Jonas Golfeto, não destrua isso.
E eu fui ter uma filha com isso...fiquei totalmente estragada... não tenho a metade da metade da metade do brilho e entusiasmo que sempre me marcaram. Sempre superei tudo com facilidade ímpar. Sofrer de amor? Não mais que uma semana. Demitida? Um emprego melhor sempre esteve me esperando. Mas é muito difícil, quase impossível, superar 10 meses sem contato algum com uma filha. Não sei se um dia vou superar esses 7 anos de processo. Acho que não.
Então chorei muito ao lembrar de quando comecei a visitar a Dora no Visitário Público. Ela morava com o pai, no apartamento da namorada dele, Luciana Viacava. Nos víamos aos sábado e perguntei o que ela fazia lá. "Espero o dia de te ver, mamãe". Depois, quando comecei a levá-la aos finais de semana para nossa casa, fiz a mesma pergunta. "Espero você ir me buscar, mamãe". Então perguntei o que ela gostava de fazer lá. "Gosto quando a Lu conta histórias para eu dormir". "E o papai?" perguntei. "Ele nunca está lá quando vou dormir". O que Dora teve de melhor quando morou com o pai, foi a madrasta! Agora nem imagino o que ela faz, sei que não me espera mais...
Imagino mesmo que, se em algum momento ela pergunta sobre quando nos verá de novo, a resposta deve ser "quando o juiz deixar". Ah, esse juiz que decide a vida da criança que nunca viu...imagino também que devem dizer que a mãe de Dora é doente, por isso não pode vê-la. Se sou assim tão terrível, como posso ter criado uma filha tão inteligente, disciplinada, afetuosa, amorosa e carinhosa? Nas palavras do próprio avô (tenho o email), "Dora é uma criatura fantástica!". Quem criou essa criatura fantástica?
E vai chegando o Natal, que aprendi a gostar por causa da Dora. Depois de passar o Natal de 2004 internada numa clínica psiquiátrica e o de 2005 em um Visitário Público, realmente, essa data é só mais uma data para mim. Mas agora tenho a Miranda, que ama o Papai Noel, esse velho batuta, na versão light dos Garotos Podres. E cada vez que olho para Miranda vejo que a vida me deu uma segunda chance. Há exatos 7 anos eu tinha uma criança adorável de 2 anos e 10 meses, morava numa linda casa no litoral paulista, que construí da forma que quis, tinha estabilidade financeira e nenhum processo. Mesmo assim tive uma depressão que, olhando de longe, agora entendo: era minha crise existencial da meia idade! Sempre fui muito precoce... e, aos 34 anos, me vi repensando tudo que havia feito na vida, se estava no caminho certo, me via sozinha com Dora, sem apoio da outra parte, meu pai me esquecendo (era o alzheimer, mas eu não sabia), desilusão com a minha profissão, com as pessoas... e agora? Tenho 7 anos mais, não tenho mais a linda casa no litoral (vendida para comprar um apartamento menor e pagar "o processo"), aquela criança adorável tornou-se uma menina incrível, lá longe, quase um ano sem falar comigo, meu pai que ainda falava, andava e até nadava, agora só olha o vazio. Tenho outra filha sozinha. De 2 anos e 10 meses.
E mesmo com tudo isso, estou de pé! Vejo Dora em Miranda o tempo todo. Miranda já mostra que adora dança, é inteligentíssima, bem humorada... e ama tanto essa mamãe aqui. E posso ter a certeza que sempre terei Miranda, ninguém vai tirá-la de mim, ninguém! Desta vez acertei. Por mais que não permitam que Miranda fale ao telefone com Dora, sei que uma não esquecerá da outra. Não peço mais por mim o contato telefônico, peço por Miranda... mas não adianta. Ninguém lá vai se importar com a irmã da Dora. Acredito mesmo que o maior desejo daquelas pessoas nefastas seja a nossa morte. Se Dora perder de fato a mãe e a irmã, não precisarão mais mentir ou fazer BOs contra mim ou gastar com advogados. Seria tão bom se não existíssemos, não é família Golfeto?
Hoje falei com minha amiga Zan Moraes, sobre sua ideia de aproveitar o fim do ano e doar tudo que não usamos mais. Tenho 5 gavetas repletas de roupas da Dora, que com certeza não servem mais. Um armário com sapatos. Os brinquedos estão sendo usados por Miranda, mas as roupas... então tentei separar para dar. Não consigo, eu choro, choro e choro. Eu queria que Dora escolhesse as roupas para doar, como sempre fez. Dora sempre foi tão generosa. Chegou a doar seu brinquedo favorito para o dia das crianças, aos 2 anos, presente do meu querido amigo Marcelo Santos (Mônico), a "Batatinha". Perguntei porque iria dar seu brinquedo favorito. "Porque toda criança vai adorar ter a Batatinha". E deu, e nunca se arrependeu.
Sei que não deveria escrever o quanto estou triste e sofrendo. Fiquei sabendo que quando escrevo o quão mal me sinto, Jonas Golfeto, o guardião de Dora, fica feliz. Fica visivelmente mais feliz. Como pode alguém ter o poder de destruir tudo o que toca? Esse suposto homem das artes ajudou a montar a peça A Hora da Estrela, texto de Clarice Lispector, em Adamantina. Será que em nenhum momento Jonas fez um paralelo entre a inocência e a pureza da Macabeia com Dora? Será que nem mergulhado nesse projeto teve seu coração de pedra tocado? Isso é muito grave. Como um artista não se emociona, não sente a dor do outro, nem da própria filha? Macabeia reza porque a mãe manda, nem sabe o que é Deus. Assim como Dora, que um dia me disse que não podia me adorar, porque a babá Maria disse que só devemos adorar Deus. Tanta inocência nesse coração tão puro. Por favor, Jonas Golfeto, não destrua isso.
E eu fui ter uma filha com isso...fiquei totalmente estragada... não tenho a metade da metade da metade do brilho e entusiasmo que sempre me marcaram. Sempre superei tudo com facilidade ímpar. Sofrer de amor? Não mais que uma semana. Demitida? Um emprego melhor sempre esteve me esperando. Mas é muito difícil, quase impossível, superar 10 meses sem contato algum com uma filha. Não sei se um dia vou superar esses 7 anos de processo. Acho que não.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
A Irmã Imaginária
Final do ano é sempre igual: todo mundo na correria dizendo como passou tão rápido tudo. Sim, esse ano passou dolorosamente rápido. Não posso crer que há quase 10 meses Dora não falou com qualquer pessoa do seu convívio social, que há quase 10 meses sofreu a maior ruptura com marcas, após o corte do cordão umbilical. O que isso vai provocar na cabeça da minha filha? Será que sua alma sobrevive intacta a esse trauma? Não posso ver, sequer falar com Dora, para tentar desvendar na profundidade do seu olhar de Capitu, se seu coração continua aberto e puro. E se o medo é o que guia seus passos. Eu posso sentir, mas não posso ver...que lembranças Dora terá de sua infância? Essa que deveria ser a melhor e mais divertida fase da sua vida.
Não sei por Dora, mas sei por mim e por Miranda. As minhas cicatrizes eu cubro com tatuagens. É uma forma de esconder o quanto a vida foi dura com você. Ou como ela - a vida - poderia ser maravilhosa, mas muitas vezes torna-se apenas suportável. Essa dor não dá pra disfarçar nem com sarcasmo...
Não imagino como serão essas lembranças da Dora, não faço parte de nada disso. Eu não sei nada dela. Não posso opinar, concordar, discordar, exemplificar, dividir, multiplicar. Não posso sequer abraçar minha filha. Que lembrança eu terei disso?
E Miranda lembra que tem uma irmã, mas não pode vê-la. Agora deu para brincar com a irmã imaginária. Pega a mochila de rodinha da Dora e faz como se Dora estivesse chegando da escola. Corre para abraçar o vento e me diz: "Fica feliz mamãe, a Doinha voltou". E eu tenho que sorrir e abraçar o vento e abraçar a Miranda junto com o vento. E ficar feliz. Então "as duas" brincam de Barbie. Miranda conta pra Dora que eu comprei uma princesa linda pra ela. Entrega. "Mamãe, olha como a Doinha gostou?". Isso chega a ser mórbido! É mais que triste. É sombrio uma criança de 2 anos e 9 meses ter que imaginar a irmã, que não pode ver...
E o que mais me surpreende em Miranda é que ela lembra hábitos de Dora, como colocar a espuma do cabelo no box do banheiro, fazer coque, usar gel. Ela não vê a irmã há quase um ano. Isso é quase metade da vida dela. Mesmo assim, não esquece Dora, porque por 2 anos era sua referência, era o que a Miranda queria fazer. Isso me alenta, mas ao mesmo tempo me dá uma dor profunda...
Queria muito poder não escrever o quanto estou triste e quanto a saudade dói. Queria parar de escrever como a Justiça é lenta, com as pessoas da outra parte são ruins, que essas crianças não mereciam nada disso. Mas nada, nada pode me confortar. A tortura destrói a sanidade e a alma.
Não sei por Dora, mas sei por mim e por Miranda. As minhas cicatrizes eu cubro com tatuagens. É uma forma de esconder o quanto a vida foi dura com você. Ou como ela - a vida - poderia ser maravilhosa, mas muitas vezes torna-se apenas suportável. Essa dor não dá pra disfarçar nem com sarcasmo...
Não imagino como serão essas lembranças da Dora, não faço parte de nada disso. Eu não sei nada dela. Não posso opinar, concordar, discordar, exemplificar, dividir, multiplicar. Não posso sequer abraçar minha filha. Que lembrança eu terei disso?
E Miranda lembra que tem uma irmã, mas não pode vê-la. Agora deu para brincar com a irmã imaginária. Pega a mochila de rodinha da Dora e faz como se Dora estivesse chegando da escola. Corre para abraçar o vento e me diz: "Fica feliz mamãe, a Doinha voltou". E eu tenho que sorrir e abraçar o vento e abraçar a Miranda junto com o vento. E ficar feliz. Então "as duas" brincam de Barbie. Miranda conta pra Dora que eu comprei uma princesa linda pra ela. Entrega. "Mamãe, olha como a Doinha gostou?". Isso chega a ser mórbido! É mais que triste. É sombrio uma criança de 2 anos e 9 meses ter que imaginar a irmã, que não pode ver...
E o que mais me surpreende em Miranda é que ela lembra hábitos de Dora, como colocar a espuma do cabelo no box do banheiro, fazer coque, usar gel. Ela não vê a irmã há quase um ano. Isso é quase metade da vida dela. Mesmo assim, não esquece Dora, porque por 2 anos era sua referência, era o que a Miranda queria fazer. Isso me alenta, mas ao mesmo tempo me dá uma dor profunda...
Queria muito poder não escrever o quanto estou triste e quanto a saudade dói. Queria parar de escrever como a Justiça é lenta, com as pessoas da outra parte são ruins, que essas crianças não mereciam nada disso. Mas nada, nada pode me confortar. A tortura destrói a sanidade e a alma.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Filhas Únicas
Quando pequena causava estranhamento o fato de ser filha única. Realmente não era comum e as pessoas diziam que eu não parecia ser filha única, seja lá o que isso quisesse dizer. Mas sempre me senti cobrada, com todas as expectativas e atenções em cima de mim. Na entrevista do dia 11/11/11, com a filha única de Djalma, Laura Santos, perguntei sobre isso. É diferente e ela sentia uma diferença ainda maior por ser filha dele, demorou a entender que era filha de um mito do futebol. Talvez por estar no hospital, emocionou-se ao lembrar da infância. Eu já estava com os olhos inchados, meio pela alergia e o antialérgico, meio por ter chorado enquanto subia a Serra, de saudade. Então, servi água, para que Laura continuasse contando sua história, enquanto tantas lágrimas escorriam por seu rosto. Como todo filho único, sei que gostaria muito de ser mimada.
Certa vez fiz uma matéria sobre filhos únicos. Era para o Diário do Grande ABC, caderno Dia-a-Dia, queria um personagem conhecido e telefonei para uma agência, para pegar uma fala. Logo me retornaram com o telefone da Giulia Gam, para que eu ligasse. Conversamos longamente sobre o tema, um sentimento de solidão compartilhado. Acabei lembrando disso, e que agora é mais comum encontrar filho único. Quando Dora tinha uns 2 anos eu comecei a pensar no segundo filho. Já estava sozinha com ela e não queria que fosse filha única como eu. Um peso muito grande, por mais distante, ausente ou indisponível que o filho único seja.
E voltei para casa. Era sexta-feira, véspera de um feriado e eu esqueci completamente. Ainda fui encontrar um querido para almoçar. Só percebi meu equívoco ao sair da rodoviária. A Imigrantes estava parada. Folgada como o quê, sentei ao lado da janela ( meu lugar era o corredor). Mas logo apareceu uma moça muito bonita e elegante e não se importou em trocar a poltrona. Fiz uma meia dúzia de ligações e para minha sorte, o que seria uma enfadonha descida de 4 horas (em que eu até dormiria, talvez), tornou-se uma deliciosa troca de experiências, comentários e coincidências. Aline, uma santista simpática (redundância) e inteligente, que até já morou em Ribeirão Preto, também é filha única. Nada mesmo acontece por acaso.
Evito falar de Dora para quem acabo de conhecer. Vou acabar me referindo a ela só no passado, pois há quase um ano não falo com Dora, não sei dela, como se sente, quem são seus amigos, o que faz, para onde vai. Pode parecer mórbido. Daí tenho que contar sobre o processo, que minha filha está com o guardião, que não me deixa falar com ela, que tudo demora... e muito mais do mesmo. E daí a pessoa pode não acreditar em nada ou pensar por dentro "nunca vi mãe perder guarda de filho, o que ela fez?". Julgamentos o tempo todo...
Mas depois de tanta sincronicidade, já tinha até mostrado foto da Miranda no celular, acabei contando. E pareceu que falei algo comum ou banal. Não me senti julgada. Ao contrário, o comentário imediato que veio de Aline foi: "Viu, ainda bem que você teve a Miranda, que Dora não é filha única!". Simples assim.
Ao mesmo tempo é como se eu tivesse duas filhas únicas. Agora estou só com Miranda. Por 7 anos tive só a Dora. E essa distância... tenho medo que diminua a irmandade. Esse sentimento tão profundo, incondicional que nunca tive. Esse te amo e te odeio, empurra e abraça. Perdoa e esquece. Não queria criar Miranda como filha única, nem Dora. Queria irmãs, com brincadeiras, casa cheia e alegria. Queria aulas de pintura, chás de bonecas...
Dia desses a Miranda disse que quando "a Doinha vier, vamos brincar de Babí". As irmãs já estariam brincando de boneca juntas. Será que Dora ainda brinca com bonecas?
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Dor Visível e Materializada
Me perguntaram porquê parei de escrever. O motivo exato não sei. Uma série de acontecimentos: não estar me sentindo bem fisicamente. Falta de inspiração. Mais do mesmo. Fatos que preciso censurar. Dor latejante de uma saudade eterna. Tudo isso e mais um pouco.
De repente me apareceram umas bolinhas vermelhas abaixo do peito. Não dei muita importância, eram poucas e pequenas. Uma semana depois já haviam se espalhado para a barriga, não demorou muito foram parar nas costas. Não houve sintoma como coceira insistente, febre, nada. Por isso demorei uns 20 dias para ir ao Pronto Socorro. E fui porque minha tia Cida me levou, não estava me sentindo mal. Embora, claro, a visão do meu corpo coberto de manchas vermelhas, em alto relevo, não estivesse me agradando.
Fui no PS Municipal de Santos, na avenida Afonso Pena. Não tinha fila para fazer a ficha e como sou cadastrada, em 2 minutos já estava na sala de espera, com ar condicionado e revistas. Enquanto esperava aproveitei para ligar mais uma vez para Laura, filha de Djalma Santos, que precisava entrevistar para enriquecer informações para o livro sobre seu pai. Ela esteve internada e ficou de me retornar para marcar o melhor dia. Consigo falar com Laura, que precisou ser novamente hospitalizada. Apesar da situação (ela no hospital, eu no Pronto Socorro), conversamos animadamente e a entrevista ficou marcada para sexta-feira, 11/11/11, às 9h30 (naquele momento eu nem tinha me ligado nessa data tão comentada). Depois ainda liguei para Norian Segatto, confirmando dia e local, pois queríamos ir juntos e acertar nossas agendas já não é tarefa fácil. E liguei também para o diagramador do jornal, liberando-o , porque só iria passar alguma matéria depois das 16h. E quando completava a terceira ligação já fui chamada para a enfermaria. Tudo muito rápido. Mesmo assim, algumas pessoas ainda reclamavam da espera. Talvez não saibam que, muitas vezes, o atendimento médico particular, com hora marcada, nos faz esperar até por mais de uma hora, em salas cheias.
A enfermeira me faz perguntas de praxe. Há mais de um ano não tomo nem aspirina, porque meus olhos chegam a fechar. Isso aconteceu duas vezes e então nunca mais tomei qualquer remédio, nem para dor de cabeça. Em seguida sou chamada pela médica, que me indica uma injeção de fernegan e soro. Até a injeção, tudo bem. Na hora de colocar a agulha na minha veia, expliquei meu pânico. Nunca ninguém acredita até acontecer.
Primeiro comecei a me contrair e tremer, suar frio, tudo tornou-se esverdeado e cinza e fui apagando, até desmaiar. Uma enfermeira dizia: “saiu a agulha”. Eu estava já na cama, deitada e ouvia ao longe alguém perguntando se me tirava do soro. A veterana não hesitou em colocar outra agulha numa veia da mão e ainda disse “essas veias são ótimas!”. Tipo da frase que me causa náuseas. Fiquei lá, deitada no soro e até dormir. Quando acordei, vi que já tinha ido todo o líquido. Como me sentia bem e tinha pressa, levantei e carreguei o soro pendurado comigo. Quando olhei minhas mãos, vi sangue. Foi o suficiente para sentir tudo de novo, me arrastei ainda até uma cadeira e fui imediatamente socorrida . Tiram tudo. Melhoro. “Você veio com acompanhante?”. Não, sozinha, eu não sabia que estava tão mal. Na verdade, passei mal pelo pânico da agulha na veia, não pela alergia, ou conjunto de tudo, não sei.
O resultado é que tenho que fazer vários exames para saber o que me provoca alergia. Pode ser peixe e frutos do mar (que tristeza), produtos de limpeza (desculpa perfeita), sol (não, isso nunca!) ou até mesmo emocional (ah, tá). Acabei perdendo uma tarde no soro, desmaiando, consultando, o que acarretou uma reação em cadeia de atrasos e coisas ruins.
Eu não sei como isso vai acabar, mas me sinto cada dia pior e agora é físico. Minha dor é tão grande e eu sei a causa. Não adianta tomar ansiolíticos ou anfetaminas para amenizá-la, não é existencial a minha dor, é pura matéria, posso vê-la e tocá-la. A forma de diminuí-la é ver minha filha. Não dá para viver essa tortura de sofrer podendo aplacar o sofrimento, sabendo que é tudo tão mesquinho, burro e vão. Saber que o outro também sofre. E tanto sofrimento causando tanta dor. A vida é tão frágil, acaba tão rápido. E vivê-la com tanta dor é jogar tudo fora. É viver com desapego da vida.
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Minha Primeira Impressão Sobre Djalma Santos
Passei dois dias em Uberaba (MG) tendo a honra e privilégio de entrevistar o lendário Djalma Santos ou “o melhor lateral direita que esse País já teve”. Para quem não acompanha esportes ou futebol, Djalma jogou 4 Copas e venceu duas: a de 1958 e 1962. A série de entrevistas, que ainda não terminou, é para um livro biográfico, que será lançado em março. Eu e os jornalistas Norian Segatto e Flavio Prado estamos nesse projeto.
Quando entrei na sala de troféus e títulos tive uma dupla emoção: de atleta e jornalista. Como atleta, cada troféu ou medalha significa o reconhecimento do seu talento e empenho. E lá tinha uma sala inteira de glórias, isso já me tocou de forma singular. Como jornalista, senti que estava fazendo parte da história. Tantas fotos, tantas matérias guardadas. Mais do que a história do futebol, estava ali parte da história recente do Brasil e do mundo. Esse senhor de 82 anos tem uma vida extraordinária.
Se pudesse resumir sua presença em uma palavra seria elegância. Um homem muito elegante. Um príncipe negro. Jogou profissionalmente dos 17 aos 41 anos e nunca foi expulso de campo. Numa posição que é tipo um “zagueirão”, não agredia ninguém e ainda apaziguava as brigas. Como Flavio Prado é uma enciclopédia ambulante do futebol, tentei tirar histórias pessoais, li muito sobre ele antes de entrevistá-lo e não achei muita coisa íntima.
Então ficamos sabendo que na sua infância pobre, quando o pai abandonou a mãe, ele e suas duas irmãs, muita coisa aconteceu. Não posso escrever tudo aqui porque precisa sobrar no livro, mas uma passagem me deixou abalada, me afetou de uma maneira intensa, ao ponto de me fazer chorar até dormir quando cheguei ao hotel. Sobre o amor desse homem por sua mãe, que morreu quando ele tinha 11 anos.
No trecho em que ele fala que não foi no hospital visitá-la porque estava na fábrica de sapatos (aos 11 já trabalhava numa fábrica) e dois dias depois, na outra visita, só deu tempo de vê-la morta, meu coração apertou. Amassa meu coração de vez completando que foi enterrada como indigente, nem sabe onde. As três crianças não sabiam o que fazer. Seus olhos marejaram e tive de conter meu aguaceiro, porque estava numa entrevista. Soltei a represa no quarto, por isso chorei até dormir.
No dia seguinte voltei em sua casa, só eu e a fotógrafa Camila Tostes. Nosso papo foi mais intimista, me contou passagens incríveis de suas inúmeras viagens com a seleção... mas voltamos na sua mãe, que não deixou uma foto ou documento, como se não tivesse existido. Na despedida disse para ele que não importa onde a mãe esteja enterrada. O importante é que após 70 anos de sua morte, continua viva em suas lembranças e agora todos vão saber quem foi Laura Nogueira Santos, nesse livro.
Juro que não queria fazê-lo chorar, queria dar um sentido para o único vazio que parece persistir em sua trajetória incrível. Me abraçou muito emocionado e agradeceu. Não, não... eu que tenho que agradecer a oportunidade de contar sua história fantástica.
Vamos falar de uma mãe que criou os filhos sozinha, até onde pôde, com muita dignidade. Que mesmo na pobreza e abandono deu amor, carinho e nunca usou violência, maltratou ou bateu nos filhos. Segundo Djalma, quando aprontavam, mandava lavar louça, fazer trabalho artesanal ou coisa parecida, era esse o castigo. Talvez venha dessa educação parte de sua postura elegante e tolerante.
Muito pesar partir tão cedo, tivesse vivido mais 10 anos veria o talentoso filho que criou, cheio de ética e caráter. Talvez acabasse morrendo jovem, mas não de doença, poderia ser de orgulho...
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Pela Última Vez
Prometi para mim mesma que não escreveria mais nesse blog sobre processo, ação ou família Golfeto, até porque não quero mais viver isso, não quero mais isso na minha vida, que é muito, mas muito maior do que essa disputa de guarda insana.
Nesta semana estou particularmente mais cansada, porque fui a trabalho para Uberaba e voltei e fiz bate e volta para Ribeirão Preto e fechei um jornal em tempo recorde no meio disso tudo. Liguei, como sempre fazia (não farei mais) para a casa da ilustre família, eram 7h20, talvez por ser tão cedo, José Hércules Golfeto (o psiquiatra, avô da Dora), me atendeu. Disse entre outras que Dora sente minha falta, não me esqueceu, mas que eu tenho que ter paciência, que Jonas foi mais inteligente! Que Dora precisa conviver com a mãe e com a irmã e blá, blá, blá. Daí perguntei porquê não me deixam nem falar com ela ao telefone e ele disse para eu parar de escrever “aquelas coisas horríveis”.
Ora, se pararem de fazer coisas horríveis, paro de escrevê-las. Adoraria fazer um post sobre o dia em que levaram Dora para Santos, permitindo que ela visse a irmã, a mãe, os amigos, seus brinquedos, sua casa. Adoraria postar que nos encontramos, que fui buscá-la e me receberam. Mas quando fui até a casa desta família, chamaram os guardinhas e ainda fizeram BO contra mim. E tem mais: o avô, tão bonzinho e que deseja paz e harmonia entre as partes também fez um BO contra mim! Esse monstro fez um BO dizendo que liguei para seu consultório e disse para sua secretária que iria matá-lo e botar fogo na casa deles!!! Pobre coitada dessa secretária, submeter-se a isso para manter o emprego... mas a declaração nem é dela, é do avô mentiroso. Como disse, foi daí que começou tudo. Jonas Golfeto tem bem a quem puxar. Tomara que Dorinha escape disso, nunca se torne uma mentirosa, dissimulada. Não, ela estará livre disso, ela é esperta e sabe o que é verdadeiro ou falso.
E me impressiona muito como esse singelo blog incomoda tanto! No próprio processo estão vários posts, os que mais me denunciam, nem tive a curiosidade de relê-los (ainda) porque agora estou dentro de um ônibus, nesse meu calvário de viagens sem fim onde acaba em nada. Agora, além dos meus queridos leitores, também vão ler o blog juízes, promotores, advogados... que bom! Quando isso aqui virar livro, a divulgação já estará feita. Estão no processo os seguintes textos: Heroína, A Subversiva, Thiaguera, Meu Lamento, Seis Meses Sem Mãe e Eu Queria Ser Kim Deal. Eu até imagino o porquê de alguns desses textos estarem lá. Heroína fala do meu desprezo por uma certa ONG machista. Seis Meses Sem Mãe conto como foram esses meses e em Meu Lamento... o título já diz tudo. Em A Subversiva me sinto até lisonjeada por tal acusação, já que são os subversivos que conseguem mudar alguma coisa nesse sistema. Thiaguera só pode ser para mostrar que tive um amigo alcoólatra, que morreu precocemente por causa do vício. Sim, tenho amigos alcoólatras e viciados. Inclusive tenho um amigo-irmão, que já foi meu namorado, que está numa clínica. Não me envergonha isso. São pessoas doentes e que precisam de tratamento. Mil vezes essas pessoas, do que um careta cruel, sádico, venenoso e mentiroso. Tenho também muitos amigos atletas, profissionais de sucesso nas mais diversas áreas. Enfim, meus amigos escolho por caráter e empatia, não por cor, credo, tipo físico. Se alguns de grandes amigos, tornaram-se dependentes por fraqueza física e até por isso façam coisas que prejudicam seu caráter, não deixarei de ser amiga. Abandonar um amigo quando mais precisa é não ser amigo, é não ter caráter.
Agora, realmente, colocar no processo Eu Queria Ser Kim Deal só pode ser piada! Nem falo de Dora, de ação, de nada. Escrevo sobre minha paixão por rock, Pixies e sua genial baixista. Falo da minha adolescência em Santos... será que ter uma alma rock é crime? Eu também adoro Mozart sabia? Amo Cartola, samba do bom e muita MPB. Ou será que Jonas teve um vislumbre de generosidade e resolveu mostrar aos juízes, promotores e afins como escrevo bem e como sou sensível? Não sei, pode-se esperar qualquer coisa vinda do lado de lá.
Confesso que estou um pouco arrependida do meu último post, em que falo do juiz do processo, mas agora já foi e foi bastante lido. E sobre o que escrevi, não inventei nada, saiu no jornal Folha de Ribeirão. Minha opinião sobre a lentidão é minha opinião mesmo, não vou mudá-la. Então é isso, não escrevo mais sobre esse processo. Mas há outro, o criminal. Ah, e sobre esse ainda vou escrever. De resto, não quero mais ir até Ribeirão Preto, cada vez que vou pra lá, sabendo que minha filha está lá e não posso vê-la, me dá uma dor tão grande que mal consigo respirar... e vou chorando o caminho inteiro. E volto chorando... e minha cabeça dói, já que acabo com o líquido do meu cérebro. Chega de tudo isso, chega. Essa prova eu não nado mais, vou mudar de estilo.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
O Verme me Derrotou
O juiz que julga meu processo, Ricardo Braga Monte Serrat, da 1ª Vara de Família de Ribeirão Preto, demorou 66 dias para decidir sobre uma liminar pedida por mim. Para quem não sabe, liminar é aquele pedido urgente, para resolver com urgência urgentíssima, no mesmo dia. E esse juiz demorou tanto tempo para decidir extinguir minha ação. Nessa ação eu mostrava que Jonas Golfeto, a outra parte, mentia. Provava como Dora estava bem comigo. Ricardo Monte Serrat extinguiu a ação. Como se não existisse...
Continuo ligando diariamente naquela casa, em Ribeirão Preto, se atendem, desligam na minha cara, depois não atendem mais... são mais de 8 meses sem saber da minha filha! Com aval da Justiça, que é lenta, mas talvez, pelo calor daquela terra infernal que é Ribeirão Preto, fique mais lenta ainda. É sabido que o calor excessivo deixa as pessoas com raciocínio lento. Dia desses os termômetros marcavam 40° C naquele vale. Já morei lá, nunca suportei mais de 15 dias naquele clima. Conheci pessoas ótimas e continuo conhecendo nas vezes que vou lá dar tiro n`água.
Nada do que eu peço o juiz aceita. Tudo que a outra parte diz, sem provas, é aceito. Não sei, mas acho que ou há um certo bairrismo nessa história ou esse juiz não tem mesmo competência para esse caso. Ah, mas ele também negou meu pedido de incompetência de juízo. Falei com um amigo juiz dia desses, achou tudo muito esquisito. Eu sou a ré no processo. A ação deve correr no domicílio da ré. O advogado da outra parte escreveu que moro em local incerto e não sabido, dando meu endereço, onde sou intimada, na mesma ação!!!! O juiz não leu isso. Se leu, não assimilou... vai ver é o calor excessivo da cidade, o juiz lê, mas não entende...
Aliás, esse juiz já é famoso por sentenças duvidosas. Em dezembro de 2009, liberou 3 estudantes de medicina que espancaram um trabalhador negro, de 55 anos, porque o crime não foi de racismo (que é inafiançável). Os "bons meninos" Emílio Pechulo Ederson, Felipe Giron Trevizani e Abrahão Afiune Jr, estudantes de medicina daquela cidade, pagaram fiança de pouco mais de 5 mil e foram liberados. A vítima, Geraldo Garcia, revoltou-se na época, pois o juiz Ricardo Monte Serrat aceitou a injúria qualificada apresentada pelos advogados dos réus. Mesmo batendo e chamando Garcia de "negro". Para o juiz Ricardo Monte Serrat, não foi racismo.
Só pesquisando muito sobre esse homem da "Lei" consigo entender porque nada anda naquela terra. Três advogados diferentes de Ribeirão Preto me falaram a mesma coisa desse juiz: "ele é em cima do muro, só vai pelo promotor, não gosta de decidir". Ora, porque ele não procurou outra profissão? Já que parece mesmo que não decide nada. Ficou 66 dias sentado numa ação para extingui-la...
O Vazio
Há muito tempo eu sentia uma saudade e um vazio que nunca entendi. Desde criança tinha um sentimento de falta, de perda... no dia 9 de fevereiro de 2002 entendi que eu sentia falta de Dora. Depois que ela nasceu entendi que era ela que faltava em minha vida. Depois da gravidez de risco, com todo o medo de perder meu bebê, depois de todos os cuidados que tive e de tantos amigos cuidando de mim... nascia Dora. Tão perfeita, tão saudável...
Aguentei 9 meses a presença de Jonas Golfeto em minha casa: ausente, distante, não me ajudava em nada, nem financeira ou emocionalmente e, como a maioria das mulheres modernas, independentes e descoladas, pedi que ele se retirasse de meu apartamento. Sem crise, de boa. Deixei até a chave da casa com ele, para que entrasse para ver a filha, quando bem entendesse.
Mas sempre, sempre que ele levava Dora sentia uma dor no peito, um vazio, uma saudade, eu sempre tive a sensação que ele a tiraria de mim. Nunca segui minha intuição... e porque, com a lógica, entendia que isso era impossível, o cara tinha quase 30 anos, era sustentado pelo pai, não tinha horário para nada, mal via a filha. O que eu não imaginava é que haveria uma comoção familiar para tirar Dora de mim. Tanto que ela está lá em Ribeirão Preto, morando com o avô psiquiatra monstro José Hércules Golfeto e a avó megera, Ed Melo Golfeto. Não sei quem mais mora na casa, não sei se a tia e o marido da tia de Dora também moram lá. Não sei se o pai de Dora mora lá.
E por que não sei? Porque ninguém foi fazer perícia lá. É lá que a menor mora, é lá que devem fazer perícia. Mas não, a família Golfeto está acima do bem e do mal. Que bom que Dora faz parte dessa família, assim também fará parte dessa minoria privilegiada que está acima do bem e do mal.
Jonas Golfeto, no dia da audiência de conciliação, fez que não com o dedinho quando falei em perícia psicológica. Não, ele não precisa fazer perícia... queria mesmo é que ele passasse por um detector de mentiras... se bem que psicopatas enganam até detectores...
Minha intuição dizia para não namorar aquele moleque. Minha intuição dizia que ele tiraria Dora de mim. E agora minha intuição me diz que eu perdi Dora. Porque quanto mais tempo lá, mais adaptada estará, mais subsídios terão para mantê-la lá e com todo o empenho do avô psiquiatra e da avó psicóloga, vai ser fácil convencê-la de que a mãe não liga, a mãe não procura, a mãe não quer mais saber dela.
Por que fui criar uma filha tão educada e obediente? Por que fui ensinar Dora respeitar e amar ao próximo? Fiz tudo errado! Criei uma menina que aceita tudo, conformada, manipulável...
Errei muito, mas não vou errar mais. Ainda bem que tive uma segunda chance, chamada Miranda. Essa vai brigar pelo que deseja, essa não será uma vaquinha de presépio, essa fará muita diferença no mundo, sim. Miranda não vai levar desaforo pra casa. Mas vai amar e respeitar o próximo, até o momento que esse próximo não a respeite.
Juiz inútil
Antes dessa porrada na cara, vinda desse juiz incompetente, tive outra lástima. No dia 13 de outubro, na quinta depois do feriado, estava marcada uma audiência de conciliação entre minha mãe e Jonas Melo Golfeto. Na segunda-feira, dia 10, me liga um profissional do cartório (uma dessas pessoas legais que conheço naquela cidade infernal) para avisar que o juiz cancelou a audiência porque Jonas apresentou passagens de avião para outro Estado. Ora, num lugar sério, ele que perdesse essa viagem! Eu já tinha comprado as passagens para minha mãe e a advogada. Eu posso perder e ele não! Ô seu juiz, o senhor não está sendo nada justo! Pior, no sábado Jonas estava "trabalhando" em São Paulo! Comprou passagens só para não ter audiência.
No fim acho que não perdemos nada nessa tal de audiência de conciliação. Essa inutilidade consiste em uma tentativa de acordo entre pessoas que não se suportam e brigam há anos. Daí entra um juiz de paz, que não decide nada. Faz-se um acordo amigável, como a conversa diária por skype. Se a pessoa que detém o poder (no caso Jonas, que tem poder absoluto sobre Dora), resolver voltar atrás, tudo bem. Não era ordem judicial, era acordo amigável... no dia da audiência Jonas ainda disse "dou minha palavra"... chorei por dentro: além de não ter palavra, o cara mente até no currículo... é uma farsa!
Minha mãezinha, de 76 anos, iria só passar raiva indo até lá, vendo aquela cara inexpressiva, que poderia até permitir que a avó falasse com a neta ao telefone, na frente do juiz de paz (aquele que não serve para nada) e depois, voltaria atrás, já que é sem palavra.
Só sei que estou com dores no peito há dias, falta de ar e insônia. Não dá mais para sustentar o insustentável. Queria só poder ligar para Dora, ouvir dela que está tudo bem. Ok, Golfetos, vocês venceram! Jonas não conseguiu minha destituição do poder familiar legal, mas conseguiu de fato. Na escola Albert Sabin ouço que só o pai tem acesso à Dora. Na casa, desligam na minha cara. Vou até lá, chamam a polícia.
Para que mesmo que fiquei 7 meses e meio de repouso absoluto? Para ter uma filha arrancada de mim sistematicamente? Para que mesmo que me esforcei para criar e educar uma criança adorável? Para ser levada como se eu não existisse e ser criada pelos mesmos avós que criaram a pessoa mais sem caráter que já conheci?
Como disse um ator, querido amigo meu, "Jonas não tem brilho algum, é totalmente apagado. Nunca entendi como você, que tem luz própria, se interessou por aquilo". Nem eu! Na verdade, sei. Ele me enganou fingindo ser o que não era! O cara até acordava 7h30 da manhã para ir nadar comigo! Só depois fiquei sabendo que não acordava antes das 14h...
Esse amigo ainda deu uma divagada do porquê uma pessoa tão sem amor, sem afeto, sem carisma, fazer o que faz. "Querida, a única forma dele ofuscar seu brilho é tirando Dora de você". Pode ser isso... e ele conseguiu, um verme rastejante acabou comigo, devo ser menos que um verme...
Continuo ligando diariamente naquela casa, em Ribeirão Preto, se atendem, desligam na minha cara, depois não atendem mais... são mais de 8 meses sem saber da minha filha! Com aval da Justiça, que é lenta, mas talvez, pelo calor daquela terra infernal que é Ribeirão Preto, fique mais lenta ainda. É sabido que o calor excessivo deixa as pessoas com raciocínio lento. Dia desses os termômetros marcavam 40° C naquele vale. Já morei lá, nunca suportei mais de 15 dias naquele clima. Conheci pessoas ótimas e continuo conhecendo nas vezes que vou lá dar tiro n`água.
Nada do que eu peço o juiz aceita. Tudo que a outra parte diz, sem provas, é aceito. Não sei, mas acho que ou há um certo bairrismo nessa história ou esse juiz não tem mesmo competência para esse caso. Ah, mas ele também negou meu pedido de incompetência de juízo. Falei com um amigo juiz dia desses, achou tudo muito esquisito. Eu sou a ré no processo. A ação deve correr no domicílio da ré. O advogado da outra parte escreveu que moro em local incerto e não sabido, dando meu endereço, onde sou intimada, na mesma ação!!!! O juiz não leu isso. Se leu, não assimilou... vai ver é o calor excessivo da cidade, o juiz lê, mas não entende...
Aliás, esse juiz já é famoso por sentenças duvidosas. Em dezembro de 2009, liberou 3 estudantes de medicina que espancaram um trabalhador negro, de 55 anos, porque o crime não foi de racismo (que é inafiançável). Os "bons meninos" Emílio Pechulo Ederson, Felipe Giron Trevizani e Abrahão Afiune Jr, estudantes de medicina daquela cidade, pagaram fiança de pouco mais de 5 mil e foram liberados. A vítima, Geraldo Garcia, revoltou-se na época, pois o juiz Ricardo Monte Serrat aceitou a injúria qualificada apresentada pelos advogados dos réus. Mesmo batendo e chamando Garcia de "negro". Para o juiz Ricardo Monte Serrat, não foi racismo.
Só pesquisando muito sobre esse homem da "Lei" consigo entender porque nada anda naquela terra. Três advogados diferentes de Ribeirão Preto me falaram a mesma coisa desse juiz: "ele é em cima do muro, só vai pelo promotor, não gosta de decidir". Ora, porque ele não procurou outra profissão? Já que parece mesmo que não decide nada. Ficou 66 dias sentado numa ação para extingui-la...
O Vazio
Há muito tempo eu sentia uma saudade e um vazio que nunca entendi. Desde criança tinha um sentimento de falta, de perda... no dia 9 de fevereiro de 2002 entendi que eu sentia falta de Dora. Depois que ela nasceu entendi que era ela que faltava em minha vida. Depois da gravidez de risco, com todo o medo de perder meu bebê, depois de todos os cuidados que tive e de tantos amigos cuidando de mim... nascia Dora. Tão perfeita, tão saudável...
Aguentei 9 meses a presença de Jonas Golfeto em minha casa: ausente, distante, não me ajudava em nada, nem financeira ou emocionalmente e, como a maioria das mulheres modernas, independentes e descoladas, pedi que ele se retirasse de meu apartamento. Sem crise, de boa. Deixei até a chave da casa com ele, para que entrasse para ver a filha, quando bem entendesse.
Mas sempre, sempre que ele levava Dora sentia uma dor no peito, um vazio, uma saudade, eu sempre tive a sensação que ele a tiraria de mim. Nunca segui minha intuição... e porque, com a lógica, entendia que isso era impossível, o cara tinha quase 30 anos, era sustentado pelo pai, não tinha horário para nada, mal via a filha. O que eu não imaginava é que haveria uma comoção familiar para tirar Dora de mim. Tanto que ela está lá em Ribeirão Preto, morando com o avô psiquiatra monstro José Hércules Golfeto e a avó megera, Ed Melo Golfeto. Não sei quem mais mora na casa, não sei se a tia e o marido da tia de Dora também moram lá. Não sei se o pai de Dora mora lá.
E por que não sei? Porque ninguém foi fazer perícia lá. É lá que a menor mora, é lá que devem fazer perícia. Mas não, a família Golfeto está acima do bem e do mal. Que bom que Dora faz parte dessa família, assim também fará parte dessa minoria privilegiada que está acima do bem e do mal.
Jonas Golfeto, no dia da audiência de conciliação, fez que não com o dedinho quando falei em perícia psicológica. Não, ele não precisa fazer perícia... queria mesmo é que ele passasse por um detector de mentiras... se bem que psicopatas enganam até detectores...
Minha intuição dizia para não namorar aquele moleque. Minha intuição dizia que ele tiraria Dora de mim. E agora minha intuição me diz que eu perdi Dora. Porque quanto mais tempo lá, mais adaptada estará, mais subsídios terão para mantê-la lá e com todo o empenho do avô psiquiatra e da avó psicóloga, vai ser fácil convencê-la de que a mãe não liga, a mãe não procura, a mãe não quer mais saber dela.
Por que fui criar uma filha tão educada e obediente? Por que fui ensinar Dora respeitar e amar ao próximo? Fiz tudo errado! Criei uma menina que aceita tudo, conformada, manipulável...
Errei muito, mas não vou errar mais. Ainda bem que tive uma segunda chance, chamada Miranda. Essa vai brigar pelo que deseja, essa não será uma vaquinha de presépio, essa fará muita diferença no mundo, sim. Miranda não vai levar desaforo pra casa. Mas vai amar e respeitar o próximo, até o momento que esse próximo não a respeite.
Juiz inútil
Antes dessa porrada na cara, vinda desse juiz incompetente, tive outra lástima. No dia 13 de outubro, na quinta depois do feriado, estava marcada uma audiência de conciliação entre minha mãe e Jonas Melo Golfeto. Na segunda-feira, dia 10, me liga um profissional do cartório (uma dessas pessoas legais que conheço naquela cidade infernal) para avisar que o juiz cancelou a audiência porque Jonas apresentou passagens de avião para outro Estado. Ora, num lugar sério, ele que perdesse essa viagem! Eu já tinha comprado as passagens para minha mãe e a advogada. Eu posso perder e ele não! Ô seu juiz, o senhor não está sendo nada justo! Pior, no sábado Jonas estava "trabalhando" em São Paulo! Comprou passagens só para não ter audiência.
No fim acho que não perdemos nada nessa tal de audiência de conciliação. Essa inutilidade consiste em uma tentativa de acordo entre pessoas que não se suportam e brigam há anos. Daí entra um juiz de paz, que não decide nada. Faz-se um acordo amigável, como a conversa diária por skype. Se a pessoa que detém o poder (no caso Jonas, que tem poder absoluto sobre Dora), resolver voltar atrás, tudo bem. Não era ordem judicial, era acordo amigável... no dia da audiência Jonas ainda disse "dou minha palavra"... chorei por dentro: além de não ter palavra, o cara mente até no currículo... é uma farsa!
Minha mãezinha, de 76 anos, iria só passar raiva indo até lá, vendo aquela cara inexpressiva, que poderia até permitir que a avó falasse com a neta ao telefone, na frente do juiz de paz (aquele que não serve para nada) e depois, voltaria atrás, já que é sem palavra.
Só sei que estou com dores no peito há dias, falta de ar e insônia. Não dá mais para sustentar o insustentável. Queria só poder ligar para Dora, ouvir dela que está tudo bem. Ok, Golfetos, vocês venceram! Jonas não conseguiu minha destituição do poder familiar legal, mas conseguiu de fato. Na escola Albert Sabin ouço que só o pai tem acesso à Dora. Na casa, desligam na minha cara. Vou até lá, chamam a polícia.
Para que mesmo que fiquei 7 meses e meio de repouso absoluto? Para ter uma filha arrancada de mim sistematicamente? Para que mesmo que me esforcei para criar e educar uma criança adorável? Para ser levada como se eu não existisse e ser criada pelos mesmos avós que criaram a pessoa mais sem caráter que já conheci?
Como disse um ator, querido amigo meu, "Jonas não tem brilho algum, é totalmente apagado. Nunca entendi como você, que tem luz própria, se interessou por aquilo". Nem eu! Na verdade, sei. Ele me enganou fingindo ser o que não era! O cara até acordava 7h30 da manhã para ir nadar comigo! Só depois fiquei sabendo que não acordava antes das 14h...
Esse amigo ainda deu uma divagada do porquê uma pessoa tão sem amor, sem afeto, sem carisma, fazer o que faz. "Querida, a única forma dele ofuscar seu brilho é tirando Dora de você". Pode ser isso... e ele conseguiu, um verme rastejante acabou comigo, devo ser menos que um verme...
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Jonas Golfeto: A Farsa
No dia 26 de setembro, o ator Jonas Golfeto, pai e carrasco de Dora, minha filha, procurou o contato jurídico do google e blogger para fazer denúncia de violência e acusações. Será que é por causa do meu blog? Será que ele considera minha opinião violenta? Não teria sido violento chamar a Rede Globo para transmitir em rede nacional a busca e apreensão da filha que não via há 4 anos e meio? Não é violento levá-la sem se despedir da irmãzinha, sem levar nenhuma foto, roupa, brinquedo favorito, nada?
Será que a causa é chamar a avó Ed Melo Golfeto de avó megera? Não seria megera a avó que deixa uma bebê de 3 meses chorando até perder o ar porque "uma criança precisa aprender a lidar com frustrações"? Não é avó megera uma mulher que não deixa a neta falar com a mãe e que desliga o telefone na cara dessa mãe aflita? Não chega a ser ainda mais cruel sendo essa mulher uma psicóloga que sabe fazer uma pessoa assim como eu chorar?
Será que é porque eu chamo o avô José Hércules Golfeto, psiquiatra infantil de monstro? Não é uma monstruosidade escrever mais de 100 emails para a mãe da neta, chamando-a de doente e indicando tratamento, sendo que esse médico jamais consultou essa mãe? Esse mesmo médico mentiu por mais de 2 meses dizendo não saber o paradeiro da neta que estava em sua casa. Isso não é crueldade com uma mãe desesperada? Esse mesmo avô monstro escreveu (tenho tudo) que seria extremamente traumático para Dora arrancá-la da mãe, da irmã, de sua vida... ele não só corroborou com isso, como me proíbe de falar com Dora. Isso não é monstruoso?
E o que dizer de Jonas Golfeto, então. É uma farsa. Infelizmente consegue enganar quem não é de seu meio, engana jornalistas, juízes e promotores, me enganou por pouco mais de 1 ano, quando sua caixa de canastrice não tinha mais máscaras para usar. Mas esse ator, que nem atua mais, não consegue enganar sua própria área. Diretores não conseguem mais dirigi-lo. Um amigo meu, grande ator, disse que no meio ele é conhecido como "chato". Sim, é isso que ele é, um tédio...
Jonas Golfeto mente até em seu currículo, dizendo-se formado pela USP, em Letras. Qualquer um consegue desmascarar essa farsa. No mesmo dia em que ele tenta o contato jurídico do google ou blogger, me liga uma psicóloga, mediadora de conflitos, lá de Ribeirão Preto, porque ele a procurou, sugerindo que eu fosse até lá, para encontrá-lo e mediar esse conflito. Ora, ele quer que eu viaje 6 horas e meia, fique discutindo da onde veio o ovo, olhando para aquela cara inexpressiva, volte mais 6 horas e meia... para quê? Desculpe, mas quem tem tempo de sobra, quem não tem o que fazer, não sou eu. Ele veio com a mesma ladainha em março, fui, liguei, marquei... e ele? Só para gozar mais no seu sadismo.
O responsável pelo estudo de Dora é o avô monstro José Hércules Golfeto, o próprio me escreveu sobre isso, pedindo os documentos da antiga escola de Dora, já que o inútil do filho não é capaz de vir até Santos buscar. Ora, nessa escola, Liceu Albert Sabin, estou "proibida" de saber de Dora. Não posso ir em reuniões, "só quem tem acesso" é o pai, segundo a coordenadora Antonieta Borges, que me dizia mecanicamente "entendo, bem, entendo", sem ouvir o que eu tinha a dizer. Tem algum documento dizendo que não posso saber do rendimento de minha filha? Não, não tem. Mas tem a palavra do farsante Jonas Golfeto, que como eu disse, engana quem não é da sua área. Para alguma coisa serviu o pouco estudo dele nas artes cênicas. Só assim ele consegue alguma plateia... pobre espírito ator-mentado.
Então, ele finge tentar uma mediação para mostrar ao juiz que eu não quero resolver conflito. Ora, quem vive me processando por tudo? Quem fez BO de ameaça de morte contra mim? Quem tentou me destituir como mãe, tirando até meu sobrenome de Dora? Ele não quer conflito? Não mesmo? Alguém acredita nisso?
E não entendo tanto incomodo com um simples blog. Tem pouco mais de 30 mil leituras. Ele já me detonou no Fantástico, duas vezes no Profissão Repórter, milhões de pessoas viram! Acontece que 3 dos meus textos lidos por qualquer um dos conhecidos dele será muito mais eficiente do que aquelas matérias superficiais do Profissão Repórter, feitas por focas que não sabem para quem passar a bola e não conseguem tomar uma decisão sem ligar para a chefia. Vista por milhões, mas assimilada por poucos. Já esquecidas nos 15 minutos de fama de cada um.
Será que agora além de lutar pela guarda da minha filha também terei de lutar pelo meu direito de expressão? Realmente creio que chegamos ao fim dos tempos, isso só pode ser o apocalipse! Mais que luta de guarda, isso me parece uma luta de egos, se for assim, minha causa é ganha. Estou para conhecer alguém tão egoísta e egocêntrico como Jonas Melo Golfeto, a razão de todo meu desafeto.
Será que a causa é chamar a avó Ed Melo Golfeto de avó megera? Não seria megera a avó que deixa uma bebê de 3 meses chorando até perder o ar porque "uma criança precisa aprender a lidar com frustrações"? Não é avó megera uma mulher que não deixa a neta falar com a mãe e que desliga o telefone na cara dessa mãe aflita? Não chega a ser ainda mais cruel sendo essa mulher uma psicóloga que sabe fazer uma pessoa assim como eu chorar?
Será que é porque eu chamo o avô José Hércules Golfeto, psiquiatra infantil de monstro? Não é uma monstruosidade escrever mais de 100 emails para a mãe da neta, chamando-a de doente e indicando tratamento, sendo que esse médico jamais consultou essa mãe? Esse mesmo médico mentiu por mais de 2 meses dizendo não saber o paradeiro da neta que estava em sua casa. Isso não é crueldade com uma mãe desesperada? Esse mesmo avô monstro escreveu (tenho tudo) que seria extremamente traumático para Dora arrancá-la da mãe, da irmã, de sua vida... ele não só corroborou com isso, como me proíbe de falar com Dora. Isso não é monstruoso?
E o que dizer de Jonas Golfeto, então. É uma farsa. Infelizmente consegue enganar quem não é de seu meio, engana jornalistas, juízes e promotores, me enganou por pouco mais de 1 ano, quando sua caixa de canastrice não tinha mais máscaras para usar. Mas esse ator, que nem atua mais, não consegue enganar sua própria área. Diretores não conseguem mais dirigi-lo. Um amigo meu, grande ator, disse que no meio ele é conhecido como "chato". Sim, é isso que ele é, um tédio...
Jonas Golfeto mente até em seu currículo, dizendo-se formado pela USP, em Letras. Qualquer um consegue desmascarar essa farsa. No mesmo dia em que ele tenta o contato jurídico do google ou blogger, me liga uma psicóloga, mediadora de conflitos, lá de Ribeirão Preto, porque ele a procurou, sugerindo que eu fosse até lá, para encontrá-lo e mediar esse conflito. Ora, ele quer que eu viaje 6 horas e meia, fique discutindo da onde veio o ovo, olhando para aquela cara inexpressiva, volte mais 6 horas e meia... para quê? Desculpe, mas quem tem tempo de sobra, quem não tem o que fazer, não sou eu. Ele veio com a mesma ladainha em março, fui, liguei, marquei... e ele? Só para gozar mais no seu sadismo.
O responsável pelo estudo de Dora é o avô monstro José Hércules Golfeto, o próprio me escreveu sobre isso, pedindo os documentos da antiga escola de Dora, já que o inútil do filho não é capaz de vir até Santos buscar. Ora, nessa escola, Liceu Albert Sabin, estou "proibida" de saber de Dora. Não posso ir em reuniões, "só quem tem acesso" é o pai, segundo a coordenadora Antonieta Borges, que me dizia mecanicamente "entendo, bem, entendo", sem ouvir o que eu tinha a dizer. Tem algum documento dizendo que não posso saber do rendimento de minha filha? Não, não tem. Mas tem a palavra do farsante Jonas Golfeto, que como eu disse, engana quem não é da sua área. Para alguma coisa serviu o pouco estudo dele nas artes cênicas. Só assim ele consegue alguma plateia... pobre espírito ator-mentado.
Então, ele finge tentar uma mediação para mostrar ao juiz que eu não quero resolver conflito. Ora, quem vive me processando por tudo? Quem fez BO de ameaça de morte contra mim? Quem tentou me destituir como mãe, tirando até meu sobrenome de Dora? Ele não quer conflito? Não mesmo? Alguém acredita nisso?
E não entendo tanto incomodo com um simples blog. Tem pouco mais de 30 mil leituras. Ele já me detonou no Fantástico, duas vezes no Profissão Repórter, milhões de pessoas viram! Acontece que 3 dos meus textos lidos por qualquer um dos conhecidos dele será muito mais eficiente do que aquelas matérias superficiais do Profissão Repórter, feitas por focas que não sabem para quem passar a bola e não conseguem tomar uma decisão sem ligar para a chefia. Vista por milhões, mas assimilada por poucos. Já esquecidas nos 15 minutos de fama de cada um.
Será que agora além de lutar pela guarda da minha filha também terei de lutar pelo meu direito de expressão? Realmente creio que chegamos ao fim dos tempos, isso só pode ser o apocalipse! Mais que luta de guarda, isso me parece uma luta de egos, se for assim, minha causa é ganha. Estou para conhecer alguém tão egoísta e egocêntrico como Jonas Melo Golfeto, a razão de todo meu desafeto.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Time dos Macacos
Está muito difícil escrever. É sempre mais do mesmo quando escrevo sobre esse processo insano e sobre o sistema judiciário, que com a ajuda da outra parte, há quase 8 meses impede Dora de ver mãe, irmã e amigos. O vazio aumenta, o buraco no peito dói, lateja, é como se eu tivesse uma faca enfiada e perfurando mais e mais a cada dia... saber que tem gente em situação muito pior não alivia, ao contrário, dói mais...
Num dos meus esconderijos favoritos, a sala de cinema, me refugiei dia desses. Fui assistir Planeta dos Macacos, a Origem. Antes queria dizer que o clássico de 1968 é um marco da minha infância, vi inúmeras vezes na Sessão da Tarde. A cena final, quando o astronauta vivido por Charlton Heston encontra destroços da estátua da Liberdade, é antológica. Só então percebemos (ou só então eu percebi) que é a Terra no futuro e não outro planeta. Muitos outros filmes vieram depois, todos baseados no livro La Planète Des Singes,de Pierre Boulle.
Fui lá, despretensiosamente, para ver filmão, daqueles que é só para relaxar e esquecer de tudo. Como estava enganada... para começar o cientista vivido por James Franco (um ator que sempre me impressiona) tem um pai com Mal de Alzheimer. Perder o pai aos poucos, ver o pai deixar de fazer tudo o que fazia não é novidade para mim. Como o cientista eu faria qualquer coisa para te meu pai de volta. Até usar uma droga ainda em estudo. Chorei em todas as cenas em que aparecia o pai com Alzheimer. Nas tentativas de tocar piano, na tentativa de dirigir o carro... mas ao contrário do personagem, não fiz nada para salvar meu pai. Demorei muito para perceber que sua ida era sem volta. Depois vejo uma chimpanzé doce e amigável, usada como cobaia, enlouquecer furiosamente. Ela só estava protegendo o seu bebê, que nasceu no laboratório sem ninguém saber. Me identifiquei também. Uma mãe, seja de que espécie for, tem o instinto de proteger sua cria de qualquer jeito...
O mesmo cientista fica com o bebê órfão, cuida de César como seu filho, escondido, clandestinamente. Depois vê César ser levado pela Justiça, para uma jaula. Ele tem que lutar contra um sistema moroso para ter César de volta. Mais lágrimas, muitas lágrimas. E quando finalmente consegue, por meio de suborno, libertar César, o animal não quer mais ir... o instinto do símio o faz ficar junto dos seus, para protegê-los. O macaco não suporta ver os humanos subjugando, maltratando e matando seus iguais.
A César o que é de César
O filme nos faz torcer para os macacos o tempo todo. Mostra como a raça humana, por ter inteligência superior, não respeita nada que esteja sob seus domínios, mesmo que respire, viva e sinta. Talvez seja pelo meu estado de espírito, mas quando ia se formando a liderança de César, também me vinham lágrimas. Primeiro porque o verdadeiro líder não consegue a liderança por força bruta. É sempre por seu carisma e inteligência. Se conseguir de outra forma, sofrerá golpe de seus seguidores, isso é certo e é fato histórico. O chimpanzé César usa sua inteligência, ampliada descomunalmente por um vírus estudado para a cura do Alzheimer, para fortalecer o time dos macacos.
Esse longa não é para distrair, é para pensar. A única cena que me arrancou um sorriso, também foi uma crítica. Um orangotango se comunica com César por sinais, esse fica impressionado e pergunta: "Você também estava num laboratório?" "Não, eu era macaco de circo"...
Quando César consegue a confiança do Gorila, o mais temido do cativeiro, sinto uma satisfação quase juvenil. E quando todos se rebelam e ganham as ruas, se o cinema estivesse cheio de crianças, eu gritaria e aplaudiria com elas.
Durante todo o tempo eu pensava em como a raça humana é desprezível... mas, quando o filme termina, eu sem graça de sair da sala, porque os olhos inchados podem parecer ridículos para quem não sabe o meu contexto, tenho outra opinião. Se essa mensagem conseguir tocar alguns corações, ainda pode haver alguma esperança.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Um Sequestro Dentro da Lei
Escrevi esse post na última sexta, dia 16, era o tal texto escrito na descida da Serra, antes de chorar aos cântaros e escrever o outro, que acabei publicando. Nem iria postá-lo mais, como já fiz com tantos outros textos. Mas escrevi sobre Elaine César, ainda não tinha notícia da decisão sobre a guarda de Théo voltar para a mãe (de onde nunca deveria ter saído). Quando começava a declinar na expectativa desse caso se resolver, quando começava a ficar descrente de tudo, essa notícia. Ainda acho que não deveríamos comemorar pela "Justiça" ter sido feita, afinal isso nunca nem deveria ter acontecido. Deveríamos usar esse caso como prova cabal do erro desse sistema falido, que considera culpado qualquer pai e mãe até que se prove o contrário. Esse caso é emblemático!
Mais de 7 meses se passaram desde que Dora foi levada da escola, onde estava devidamente matriculada, apenas de uniforme e a mochila com o material (que já deve ter sido jogado fora), levada por advogado, oficial de Justiça e acompanhada pela Rede Globo, filmando toda essa busca e apreensão e o reencontro (nada emocionado) com o pai que não via há mais de 4 anos! Sim, foi o pai que chamou a Globo para gravar tudo. Isso está bem claro na matéria que foi ao ar, mesmo com a edição tendenciosa. A ideia genial, daquele que detém a guarda, era levá-la de forma a nunca mais deixá-la ver a mãe. Tanto que antes já havia entrado com uma ação pedindo a destituição do meu poder familiar, exigindo, inclusive, que meu nome fosse tirado da certidão de nascimento de Dora, e que o Mendes também fosse retirado do nome dela. Isso, legalmente, ele não conseguiu, mas de todas as maneiras tenta e consegue impedir que nos comuniquemos, sempre amparado por Lei.
Uma das várias pessoas que me escrevem após ler esse blog e que agradeço muito, assim sei que faço chegar minha verdade em alguns corações e mentes, fez uma consideração simples, mas incrivelmente sábia. Disse que após rever a matéria veiculada no Profissão Repórter, achou tudo muito bizarro, que foi um sequestro dentro da Lei. A criança de 9 anos foi levada no colo, em sinal evidente que não iria pelas próprias pernas, as câmeras da Rede Globo registrando tudo. Essa leitora ainda analisou a reação das jornalistas responsáveis pela matéria de roteiro pronto. “Gabriela Lian ficou constrangida, pois sabia que aquilo, apesar de legal, não era justo, e Eliane Scardovelli ficou claramente comovida, percebendo que a história não era exatamente como o sistema judiciário contava”. Nada disso importa. A Justiça, induzida a erro ou não, afastou Dora da mãe, da irmã e de todo o seu convívio social.
Um promotor que jamais viu (e nem parece muito disposto a ver) minha cara, aceitou todas as acusações da outra parte e me chamou de mãe nociva. Será que esse promotor viu a matéria na TV? Se ele tivesse visto, uma das mentiras do “pai” de Dora, despencaria em sua frente. Na ação está que Dora não tem cama para dormir. O cinegrafista filmou o quarto de Dora e Miranda, com todos os brinquedos, móveis e objetos pessoais de Dora. Os brinquedos que ela tem desde que nasceu estão comigo, em nossa casa. Não é de hoje que o ator (será ainda ator?) Jonas Golfeto mente.
Por seis meses, em 2005, buscou falsos testemunhos, até que encontrou alguém – que mesmo me conhecendo e sabendo a verdade – sensibilizou-se diante de sua encenação e foi testemunhar contra a mãe que, supostamente, teria enlouquecido. As testemunhas foram o porteiro do prédio em que eu morei até 2003 (isso mesmo, 2003) e uma senhora costureira, vizinha, de quase 80 anos! Nem ele mesmo lembra quem foi a falsa testemunha convencida a depor. Eram pessoas simples, Arnaldo e dona Judith, de pouco estudo, Jonas Golfeto mal os cumprimentava, por isso não lembrava. Falei com ele sobre isso no dia 2 de agosto, quando teve a audiência que não deu em nada. A resposta? “Alguém falou, tá lá”. Irônico, sarcástico, pedante. Na falta de plateia para seu talento duvidoso, busca juízes, advogados e promotores para participar de seu showzinho ridículo. Assim foram as únicas duas audiências que tive com esse ser nefasto (isso não pode ser humano).
Então, essa leitora, tão rapidamente, apenas lendo o que escrevi e vendo as imagens da TV, teve um entendimento muito maior do que todo o sistema judiciário junto e multiplicado. E não é porque ela é mãe de uma menina da idade da Dora. Existem vários tipos de mães e pais. A questão não é de gênero, é de humanidade. É preciso ter compaixão e dignidade. Se a pessoa for desprovida dessas qualidades perde sua condição humana. Dora foi sequestrada dentro da Lei. Está em cárcere privado dentro da Lei. Seu “pai” e também seus “avós” cometem alienação parental dentro da Lei. Assim funciona o sistema e isso precisa ser mudado.
Sobre compaixão e dignidade
Para os que ainda não conhecem ou não leram sobre o calvário de Elaine César, exposto com muita dignidade e compaixão no blog Câncer, Gravidez e Alienação Parental, depois de quase um ano acreditando que a Justiça seria feita, cai na realidade. Seu processo, ainda no início (quase um ano!), teve troca de juízes! Ou seja, um novo juiz, cai de pára-quedas num doloroso processo em que um ex rancoroso e magoado (da mesma falange de Jonas Golfeto), faz falsas acusações contra a mãe de seu filho. Agora esse novo juiz irá estudar toda a ação, ler (será que alguém lê alguma coisa?), passar vistas para outra parte, esperar vistas da promotoria... e mais alguns anos perdidos na infância de um menino inocente... cadê a compaixão com essa criança? Cadê a dignidade desses pais mentirosos?
E qual não foi minha surpresa quando leio uma mensagem de Jonas Golfeto no meu facebook? Diz que procurou um “órgão” ou coisa parecida para mediação de conflitos, em Ribeirão Preto, para nos encontrarmos lá. Primeiro isso foi uma invasão, pois Jonas Golfeto não é meu amigo nem no facebook. Segundo, ele me fez perder mais de um mês (ganhando tempo com a Justiça) sobre um “órgão” semelhante em São Paulo. Liguei, marquei, escrevi. Ele nunca podia estar em nenhum horário. Em um dos emails (email meu ele tem, desde que Dora morava comigo), diz que era por causa das “várias demandas em relação à nossa filha”. Nunca deu em nada, porque ele já havia levado Dora para Ribeirão Preto, apenas queria me fazer perder mais do meu precioso tempo. Agora sugere, de novo, um lugar de medição de conflito.
Ora, quer que eu viaje 6 horas até Ribeirão Preto para me reunir com ele e uma psicóloga, sem nenhum valor jurídico para resolver conflito? Vou até lá passar uma hora discutindo a origem do mundo e nada de ver Dora? Isso é para juiz ver... acontece que tenho os emails da outra tentativa, em que eu sempre cedia e ele “não tinha tempo”. Ora, Jonas Golfeto, poupe-me de suas artimanhas primárias. Se quisesse mesmo resolver conflito, teria, no mínimo, “permitido” minhas conversas por skype com Dora, deixaria a filha falar com a mãe ao telefone, não entraria com pedido de destituição de poder familiar, não faria BO de ameaça de morte. Essa piada não tem a mínima graça, só mostra todas as suas atitudes incoerentes! Na frente do juiz assina acordo e depois não cumpre!
Porque a outra parte sempre sempre sabe usar as tais brechas judiciais. Como era um acordo amigável e não uma ordem judicial, apenas gozou mais de seu prazer sádico, dando e tirando a mãe de Dora. Se quisesse resolver conflito não “exigiria” visitário público para a filha e a mãe se encontrarem.
Porque a outra parte sempre sempre sabe usar as tais brechas judiciais. Como era um acordo amigável e não uma ordem judicial, apenas gozou mais de seu prazer sádico, dando e tirando a mãe de Dora. Se quisesse resolver conflito não “exigiria” visitário público para a filha e a mãe se encontrarem.
O pobre só quer ter plateia, nem que tenha que pagar por isso... só posso ter compaixão por esse ser sem a menor dignidade.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Engavetamento Monstro no Meu Coração Aflito
Era para ter descido a Serra ontem, depois das 23h, mas com o mega engavetamento da Imigrantes, com número ainda impreciso de carros envolvidos, estimado em 300, achei mais prudente ficar em São Paulo. Liguei para meu querido amigo Gustavo Liedtke e dormi em sua casa. Ele sempre me recebe quando tenho que ficar em São Paulo, o que é certeza de ótima conversa e música.
Peguei o ônibus hoje pela manhã, às 11h30, no terminal rodoviário Jabaquara e duas horas depois ainda não havia descido a Serra. O dia começou com más notícias. Mais algumas tentativas vãs de resolver qualquer coisa rápido. E parada dentro daquele ônibus, pensava o porquê de estar perdendo os mais produtivos anos da minha vida em ações burocráticas e sistemáticas, nas mãos de promotores e juízes que nunca viram a minha cara... não faz sentido, nada faz sentido.
O trânsito flui uns 2km e então vejo caminhões destruídos, ônibus com frente acabada, carros reduzidos pela metade, marcas de pneus em todas as direções. Dava pra imaginar a cena de todos eles se espatifando. O trajeto lento aumentava a minha angústia. Pensei por instantes que poderia ser eu naquele acidente horrível e não pude deixar de chorar e chorar muito. Mesmo que eu não veja mais Dora até ela crescer e conseguir me encontrar, mesmo que essa dor seja forte de matar, tenho que estar aqui por Miranda. Por isso chorei mais e mais e muito mais.
Peguei o "note" e escrevi um texto, que não é esse. Enquanto escrevia, meu coração acalmava, escrevi por mais de uma hora, enquanto começava a fazer graça com um garotinho muito esperto, com a mãe, nos bancos ao lado do meu. Ela, uma negra linda, bem africana, alta, magra, de tranças, cochilava. O menino, de uns 3 ou 4 anos, brincava de esconder na mãe, ria, piscava os olhos vivos para mim, cheios de energia, sorriso largo e cabeça redondinha raspada. Me distraí por muito tempo com esse menino. Uma moça vendendo cocadas entrou no ônibus. Após 2 horas e meia queria comer alguma coisa. Perguntei para a mãe da criança, que despertava com os olhos cansados, se poderia dar uma para seu filho. "Não, obrigada, ele acabou de fazer quimioterapia e não pode comer doce". Entendi a cabeça raspada. O cansaço da mãe. E de onde vinha tanta alegria naquele menino? Então, de novo, meu coração apertou, o que me prende a garganta e dá vontade de chorar. E chorei olhando pela janela, com vergonha de mim mesma, para que ninguém visse as minhas lágrimas.
Ele olhava pela janela a vista linda da Baixada Santista, quando finalmente começa a descida da Serra. Seus olhos brilhavam, mau conseguia controlar sua euforia ao ver os carros pequenininhos lá embaixo e depois... o mar! Como é lindo poder ver o mar... nem que seja para chorar.
Sobreviventes
O trânsito prosseguiu até a entrada de Santos. Mas estar no nível do mar, passar pela estátua do Peixe na entrada da cidade, me deixava menos tensa. Tenho muitos horários a cumprir. Tenho Miranda para buscar na creche. Estava conversando com o motorista (sei que é proibido, mas estava tudo parado), já na frente da Portuguesa Santista, no Canal 1. Ele me contou que nunca pensou que veria um engavetamento maior do que o de 1977. "Prazer, Adriana! Que história é essa?". Então, direto da fonte, o senhor me conta que era motorista de caminhão e estava na Serra quando esse acidente horrível aconteceu, envolvendo 140 veículos. Era o maior da história até então e esse motorista estava lá. Ontem não. Mas era sua rota, ele sobe e e desce a Imigrantes todos os dias, facilmente poderia estar.
Por tudo que vi hoje na estrada, imagino que o cenário de ontem tenha sido de guerra. Uma vítima fatal, apesar de trágico, é quase a menor porcentagem na proporção do acidente. Foram mais de 400 sobreviventes! E hoje, no meio da minha crise de desespero pela demora, pela injustiça, de pensar em querer morrer... conheço mais dois sobreviventes: um menino e um senhor. Quantos mais estariam naquele ônibus? Eu também quero sobreviver...
Peguei o ônibus hoje pela manhã, às 11h30, no terminal rodoviário Jabaquara e duas horas depois ainda não havia descido a Serra. O dia começou com más notícias. Mais algumas tentativas vãs de resolver qualquer coisa rápido. E parada dentro daquele ônibus, pensava o porquê de estar perdendo os mais produtivos anos da minha vida em ações burocráticas e sistemáticas, nas mãos de promotores e juízes que nunca viram a minha cara... não faz sentido, nada faz sentido.
O trânsito flui uns 2km e então vejo caminhões destruídos, ônibus com frente acabada, carros reduzidos pela metade, marcas de pneus em todas as direções. Dava pra imaginar a cena de todos eles se espatifando. O trajeto lento aumentava a minha angústia. Pensei por instantes que poderia ser eu naquele acidente horrível e não pude deixar de chorar e chorar muito. Mesmo que eu não veja mais Dora até ela crescer e conseguir me encontrar, mesmo que essa dor seja forte de matar, tenho que estar aqui por Miranda. Por isso chorei mais e mais e muito mais.
Peguei o "note" e escrevi um texto, que não é esse. Enquanto escrevia, meu coração acalmava, escrevi por mais de uma hora, enquanto começava a fazer graça com um garotinho muito esperto, com a mãe, nos bancos ao lado do meu. Ela, uma negra linda, bem africana, alta, magra, de tranças, cochilava. O menino, de uns 3 ou 4 anos, brincava de esconder na mãe, ria, piscava os olhos vivos para mim, cheios de energia, sorriso largo e cabeça redondinha raspada. Me distraí por muito tempo com esse menino. Uma moça vendendo cocadas entrou no ônibus. Após 2 horas e meia queria comer alguma coisa. Perguntei para a mãe da criança, que despertava com os olhos cansados, se poderia dar uma para seu filho. "Não, obrigada, ele acabou de fazer quimioterapia e não pode comer doce". Entendi a cabeça raspada. O cansaço da mãe. E de onde vinha tanta alegria naquele menino? Então, de novo, meu coração apertou, o que me prende a garganta e dá vontade de chorar. E chorei olhando pela janela, com vergonha de mim mesma, para que ninguém visse as minhas lágrimas.
Ele olhava pela janela a vista linda da Baixada Santista, quando finalmente começa a descida da Serra. Seus olhos brilhavam, mau conseguia controlar sua euforia ao ver os carros pequenininhos lá embaixo e depois... o mar! Como é lindo poder ver o mar... nem que seja para chorar.
Sobreviventes
O trânsito prosseguiu até a entrada de Santos. Mas estar no nível do mar, passar pela estátua do Peixe na entrada da cidade, me deixava menos tensa. Tenho muitos horários a cumprir. Tenho Miranda para buscar na creche. Estava conversando com o motorista (sei que é proibido, mas estava tudo parado), já na frente da Portuguesa Santista, no Canal 1. Ele me contou que nunca pensou que veria um engavetamento maior do que o de 1977. "Prazer, Adriana! Que história é essa?". Então, direto da fonte, o senhor me conta que era motorista de caminhão e estava na Serra quando esse acidente horrível aconteceu, envolvendo 140 veículos. Era o maior da história até então e esse motorista estava lá. Ontem não. Mas era sua rota, ele sobe e e desce a Imigrantes todos os dias, facilmente poderia estar.
Por tudo que vi hoje na estrada, imagino que o cenário de ontem tenha sido de guerra. Uma vítima fatal, apesar de trágico, é quase a menor porcentagem na proporção do acidente. Foram mais de 400 sobreviventes! E hoje, no meio da minha crise de desespero pela demora, pela injustiça, de pensar em querer morrer... conheço mais dois sobreviventes: um menino e um senhor. Quantos mais estariam naquele ônibus? Eu também quero sobreviver...
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Me Amputaram os Braços
Não deve haver nada mais frustrante do que ser um juiz conciliador numa Vara de Família, porque conciliação e acordo são coisas que não existem nesse mundo. No dia 2 de agosto, há 1 mês, houve uma audiência de conciliação (piada) entre Adriana Mendes e Jonas Golfeto, para tentar definir as visitas de Adriana para Dora, a filha que não vê há quase 7 meses.
O juiz está lá, ouve, deixa falar, interage, mas não decide nada. Então, após 2h40 minutos, um promotor convence a outra parte a permitir que a filha de 9 anos fale com a mãe por skype durante uma hora, todos os dias, das 19h às 20h. É assinado um acordo entre as partes e seus advogados.
No dia seguinte o pai já não cumpre o acordo. A mãe fica muito mal, chora, perde a produção no trabalho, dorme mal, chora mais ainda. Dizem para ela ir numa delegacia fazer BO, ela não quer que sua vida se resuma a delegacias, fóruns, audiências e todas essas coisas chatas e burocráticas, sem criatividade.
No dia após o dia seguinte Dora aparece! Rosto molhado de lágrimas, olhos inchados, pergunta por Miranda, sua irmãzinha de 2 anos e meio, que não vê há 6 meses, que não imagina o quanto já está falando e sente sua falta. Chora, pergunta dos amigos, me mostra seus livros, seu quarto parece um quarto de hóspedes, nada tem de quarto de princesa, como é o seu em minha casa. Pergunto se foi ao dentista, olha assustada para o pai, que não sai do seu lado nem por um segundo, monitorando cada olhar. Não deixa Dora colocar fone de ouvido porque quer ouvir tudo o que eu falo. Tenho que escrever. O pai manda dizer que vai ao dentista na semana seguinte. Penso por que tem tanda disposição para entrar com ações contra mim, ir à delegacias fazer BOs contra mim, mas não é capaz de levar a filha ao dentista. Sinto raiva, muita raiva, pois nunca fui negligente com Dora e esse carrasco que se proclama pai, não foi capaz de levá-la ao dentista no período de seis meses! Claro, sabia que estava muito bem cuidada comigo. Como é rídiculo e bizarro tudo isso.
Não consigo falar com Dora direito, ele monitora tudo, quando faço perguntas e digo para ela dizer com quem quer morar, ele diz que vai desligar, Dora chora. Sinto mais angústia, me sinto algemada, mais que isso, amputada, incapacitada. Desespero, dor, raiva, muita raiva. Quero minha filha, não quero aquele ser repugnante do lado, com olhar psicótico acompanhando nossos pensamentos. Que vida é essa?
Depois disso, nunca mais nos falamos, ele proibiu. Não está contra lei, já que não foi ordem judicial, foi apenas um acodro amigável (como se houvesse amizade). Falei com o juiz conciliador, que me recomendou acreditar na Justiça Divina, que essa não falha... ah, mas só pode ser piada. Estão todos atuando numa grande comédia de erros! E Dora? Eu só quero saber de Dora. Nem sei com quem ela fica. Se com avós, empregada, tias... lá, nessa casa, deve ser feita perícia psicossocial. É lá que Dora está e vive, é lá que não permitem que ela tenha qualquer contato com a vida que teve. É lá que Dora está sendo diariamente massacrada, aniquilada, estão matando Dora, tudo que ela viveu. É com essas pessoas que Dora está.
Fui até essa casa, precisava ver de perto tudo isso. Apertei a campainha. Chamaram os guardinhas do bairro. Essas pessoas querem afastar definitivamente Dora de sua mãe Adriana e de sua irmã Miranda. Essas pessoas: Jonas Golfeto, Ed Melo Golfeto, José Hércules Golfeto e Raquel Golfeto. Sim, essa família está com Dora, dentro da Lei, há 7 meses, sem deixá-la falar com mãe, irmã, amigos, família. São torturadores, avô psiquiatra, avó psicóloga, tia piscóloga, todos fazendo experimento na cabeça da minha filha. O pai carrasco de Dora, o único sem formação superior na família, está sempre cheio de informações sobre psicoses, sempre tentando me tirar de louca, ele e toda a família. E essa obcessão coletiva leva Dora junto da loucura. E a Justiça permite, porque é lenta demais, pessoas morrem durante o processo, crianças crescem. Tudo demora demais e eu não posso abraçar minha filha. Eu não posso ver minha filha. A Justiça impede a mãe de ver a filha por 7 meses. Pior, afasta a mãe da filha, tira a mãe da flha, deixa uma criança órfã de mãe viva. Não acredito na Justiça dos homens, nem na Divina.
O juiz está lá, ouve, deixa falar, interage, mas não decide nada. Então, após 2h40 minutos, um promotor convence a outra parte a permitir que a filha de 9 anos fale com a mãe por skype durante uma hora, todos os dias, das 19h às 20h. É assinado um acordo entre as partes e seus advogados.
No dia seguinte o pai já não cumpre o acordo. A mãe fica muito mal, chora, perde a produção no trabalho, dorme mal, chora mais ainda. Dizem para ela ir numa delegacia fazer BO, ela não quer que sua vida se resuma a delegacias, fóruns, audiências e todas essas coisas chatas e burocráticas, sem criatividade.
No dia após o dia seguinte Dora aparece! Rosto molhado de lágrimas, olhos inchados, pergunta por Miranda, sua irmãzinha de 2 anos e meio, que não vê há 6 meses, que não imagina o quanto já está falando e sente sua falta. Chora, pergunta dos amigos, me mostra seus livros, seu quarto parece um quarto de hóspedes, nada tem de quarto de princesa, como é o seu em minha casa. Pergunto se foi ao dentista, olha assustada para o pai, que não sai do seu lado nem por um segundo, monitorando cada olhar. Não deixa Dora colocar fone de ouvido porque quer ouvir tudo o que eu falo. Tenho que escrever. O pai manda dizer que vai ao dentista na semana seguinte. Penso por que tem tanda disposição para entrar com ações contra mim, ir à delegacias fazer BOs contra mim, mas não é capaz de levar a filha ao dentista. Sinto raiva, muita raiva, pois nunca fui negligente com Dora e esse carrasco que se proclama pai, não foi capaz de levá-la ao dentista no período de seis meses! Claro, sabia que estava muito bem cuidada comigo. Como é rídiculo e bizarro tudo isso.
Não consigo falar com Dora direito, ele monitora tudo, quando faço perguntas e digo para ela dizer com quem quer morar, ele diz que vai desligar, Dora chora. Sinto mais angústia, me sinto algemada, mais que isso, amputada, incapacitada. Desespero, dor, raiva, muita raiva. Quero minha filha, não quero aquele ser repugnante do lado, com olhar psicótico acompanhando nossos pensamentos. Que vida é essa?
Depois disso, nunca mais nos falamos, ele proibiu. Não está contra lei, já que não foi ordem judicial, foi apenas um acodro amigável (como se houvesse amizade). Falei com o juiz conciliador, que me recomendou acreditar na Justiça Divina, que essa não falha... ah, mas só pode ser piada. Estão todos atuando numa grande comédia de erros! E Dora? Eu só quero saber de Dora. Nem sei com quem ela fica. Se com avós, empregada, tias... lá, nessa casa, deve ser feita perícia psicossocial. É lá que Dora está e vive, é lá que não permitem que ela tenha qualquer contato com a vida que teve. É lá que Dora está sendo diariamente massacrada, aniquilada, estão matando Dora, tudo que ela viveu. É com essas pessoas que Dora está.
Fui até essa casa, precisava ver de perto tudo isso. Apertei a campainha. Chamaram os guardinhas do bairro. Essas pessoas querem afastar definitivamente Dora de sua mãe Adriana e de sua irmã Miranda. Essas pessoas: Jonas Golfeto, Ed Melo Golfeto, José Hércules Golfeto e Raquel Golfeto. Sim, essa família está com Dora, dentro da Lei, há 7 meses, sem deixá-la falar com mãe, irmã, amigos, família. São torturadores, avô psiquiatra, avó psicóloga, tia piscóloga, todos fazendo experimento na cabeça da minha filha. O pai carrasco de Dora, o único sem formação superior na família, está sempre cheio de informações sobre psicoses, sempre tentando me tirar de louca, ele e toda a família. E essa obcessão coletiva leva Dora junto da loucura. E a Justiça permite, porque é lenta demais, pessoas morrem durante o processo, crianças crescem. Tudo demora demais e eu não posso abraçar minha filha. Eu não posso ver minha filha. A Justiça impede a mãe de ver a filha por 7 meses. Pior, afasta a mãe da filha, tira a mãe da flha, deixa uma criança órfã de mãe viva. Não acredito na Justiça dos homens, nem na Divina.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Seis Meses Sem Mãe
Há exatos seis meses, a menina Dora, que acabara de completar 9 anos um dia antes, foi arrancada da mãe. Pior que isso, já que não pôde nem dar um abraço de despedida na mamãe ou um beijo na irmãzinha, foi tirada da sala de aula, na escola Ateneu Santista, em Santos, onde aprendia compenatradamente, como excelente aluna que é.
Sem entender o que acontecia, a precoce criança seguia obediente junto ao oficial de Justiça, advogado do pai e funcionário da escola ao encontro do pai, que após 4 anos e 5 meses sem vê-la, efetiva sua busca e apreensão, com imagens gravadas exclusivamente pela Rede Globo, para o programa Profissão Repórter, a pedido do próprio pai, o ator Jonas Golfeto.
Dora ainda pede, diante das câmeras, com microfone devidamente acoplado ao corpo do pai, para falar com a mãe. "Hoje não", é a resposta. E essa criança segue diretamente para o Fórum João Mendes, em São Paulo, para passar por corpo de delito, provando que sua amada mãezinha não lhe fez nenhum mal. Entendendo cada vez menos, tenta acreditar que é um mal entendido e que sua mãe irá resolver tudo. Antes de cochilar, ainda lembra do que fez pela manhã: foi com sua mãe fazer a matrícula para o segundo ano de ballet, no Municipal de Santos. "Ah, que bom, minha melhor amiga Raquel passou no teste e também vai dançar lá, vamos dançar juntas", é seu último pensamento.
Mas acorda e é informada que está sendo levada para Ribeirão Preto. Percebe que está, geograficamente, cada vez mais longe de sua mãe. Dois dias depois, o pai permite que fale com a mãe. Não pode dizer onde está. A mãe pergunta, diz que a ama, que irá trazê-la de volta. O coração de Dora se enche de esperança e de uma emoção tão grande, que começa a chorar. Mas seu pai pega o telefone e desliga. Não permite mais que a filha fale com a mãe. Não permite até hoje! Seis meses depois!
E os dias se passam e Dora vai morar na casa dos avós, que também não vê há mais de 4 anos. Começa em nova escola, nova turma de balé, faz novos amigos. Seu pai não levou nada que era seu, nenhuma roupa, brinquedo, livro ou fotografia. Ela sente muita saudade, muita dor no peito, vontade de chorar. Antes de dormir, sozinha em seu quarto impessoal, lembra da vida que teve, das viagens que fez, dos amigos que nunca mais viu ou sequer conversou pela internet. E pensa tanto em sua mãe Adriana. Essa mãe que sempre fez tudo por ela, que a amou, ensinou e educou. Dora lembra de tantos momentos divertidos com a mãe, dos amigos da mãe, sempre tão legais. E da facilidade com que sua mãe ficava amiga das mães e pais dos seus amigos! Sua mãe Adriana era tão legal que deu até uma irmãzinha "menina" de presente! E Dora não entende porque não pode morar com sua mãe, porque sua mãe é proibida de vê-la. E os dias se passam, as semanas, os meses... e Dora não sabe o que sua mãe está fazendo, como está sua irmã Miranda, seus melhores amigos, suas coisas... ela não sabe porque ainda não viu sua mãe. Será que sua mãe desistiu? Dora resigna-se.
Quase seis meses depois, ela pode ver e falar com sua mãe por skype. A emoção é tanta, que já aparece na tela chorando. Dora não consegue conter as lágrimas, as perguntas, as saudades. Mas seu pai está ali do lado, monitorando o tempo todo. O que pode ser dito ou perguntado. Sua mãe, tão ansiosa, quer explicar o que está acontecendo, quer saber tudo o que ela está fazendo, o pai não deixa falar ou perguntar, diz que vai desligar. Mas a mãe, que está numa agência, apresenta os novos amigos do trabalho, mudam de assunto. Dora mostra seus lindos desenhos, os livros que está lendo, começa a falar da escola, do ballet... e o pai de novo não deixa falar.
Então a mãe diz que no dia seguinte, já que se falarão das 19h às 20h, todos os dias, entrará com Miranda. E no final de semana com sua melhor amiga Raquel. Dora fica radiante! Que bom que ela manteve esperança, que bom que sua mãe manteve a amizade com os seus amigos! Que bom que tudo irá se resolver, seu coração irá parar de doer! Nessa noite, após tantas noites de lágrimas, Dora dormiu com um sorriso no rosto. Com a certeza de que veria a irmãzinha no dia seguinte...
Mas não há mais conversa no dia seguinte. O pai decide cancelar até "o juiz apreciar as provas gravadas e protocoladas no processo". Talvez para fazer perdurar tudo isso e assim desfrutar um pouco mais do seu sadismo. Ou realmente acredite que uma hora com a mãe, por skype, todos os dias, seria muito nocivo para Dora, seria muita subversão!
A menina, tão doce, tão meiga, fica desesperada! Chora! Novamente fica órfã de mãe. Será que seu pai não entende, não vê o seu sofrimento? A vida de Dora foi ceifada. Acabaram com toda a vida que Dora teve e a obrigaram a começar uma nova vida, tentando apagar toda e qualquer lembrança do seu passado. E agora está num jogo doente de dá e tira.
Por favor, tenham compaixão por Dora.
Sem entender o que acontecia, a precoce criança seguia obediente junto ao oficial de Justiça, advogado do pai e funcionário da escola ao encontro do pai, que após 4 anos e 5 meses sem vê-la, efetiva sua busca e apreensão, com imagens gravadas exclusivamente pela Rede Globo, para o programa Profissão Repórter, a pedido do próprio pai, o ator Jonas Golfeto.
Dora ainda pede, diante das câmeras, com microfone devidamente acoplado ao corpo do pai, para falar com a mãe. "Hoje não", é a resposta. E essa criança segue diretamente para o Fórum João Mendes, em São Paulo, para passar por corpo de delito, provando que sua amada mãezinha não lhe fez nenhum mal. Entendendo cada vez menos, tenta acreditar que é um mal entendido e que sua mãe irá resolver tudo. Antes de cochilar, ainda lembra do que fez pela manhã: foi com sua mãe fazer a matrícula para o segundo ano de ballet, no Municipal de Santos. "Ah, que bom, minha melhor amiga Raquel passou no teste e também vai dançar lá, vamos dançar juntas", é seu último pensamento.
Mas acorda e é informada que está sendo levada para Ribeirão Preto. Percebe que está, geograficamente, cada vez mais longe de sua mãe. Dois dias depois, o pai permite que fale com a mãe. Não pode dizer onde está. A mãe pergunta, diz que a ama, que irá trazê-la de volta. O coração de Dora se enche de esperança e de uma emoção tão grande, que começa a chorar. Mas seu pai pega o telefone e desliga. Não permite mais que a filha fale com a mãe. Não permite até hoje! Seis meses depois!
E os dias se passam e Dora vai morar na casa dos avós, que também não vê há mais de 4 anos. Começa em nova escola, nova turma de balé, faz novos amigos. Seu pai não levou nada que era seu, nenhuma roupa, brinquedo, livro ou fotografia. Ela sente muita saudade, muita dor no peito, vontade de chorar. Antes de dormir, sozinha em seu quarto impessoal, lembra da vida que teve, das viagens que fez, dos amigos que nunca mais viu ou sequer conversou pela internet. E pensa tanto em sua mãe Adriana. Essa mãe que sempre fez tudo por ela, que a amou, ensinou e educou. Dora lembra de tantos momentos divertidos com a mãe, dos amigos da mãe, sempre tão legais. E da facilidade com que sua mãe ficava amiga das mães e pais dos seus amigos! Sua mãe Adriana era tão legal que deu até uma irmãzinha "menina" de presente! E Dora não entende porque não pode morar com sua mãe, porque sua mãe é proibida de vê-la. E os dias se passam, as semanas, os meses... e Dora não sabe o que sua mãe está fazendo, como está sua irmã Miranda, seus melhores amigos, suas coisas... ela não sabe porque ainda não viu sua mãe. Será que sua mãe desistiu? Dora resigna-se.
Quase seis meses depois, ela pode ver e falar com sua mãe por skype. A emoção é tanta, que já aparece na tela chorando. Dora não consegue conter as lágrimas, as perguntas, as saudades. Mas seu pai está ali do lado, monitorando o tempo todo. O que pode ser dito ou perguntado. Sua mãe, tão ansiosa, quer explicar o que está acontecendo, quer saber tudo o que ela está fazendo, o pai não deixa falar ou perguntar, diz que vai desligar. Mas a mãe, que está numa agência, apresenta os novos amigos do trabalho, mudam de assunto. Dora mostra seus lindos desenhos, os livros que está lendo, começa a falar da escola, do ballet... e o pai de novo não deixa falar.
Então a mãe diz que no dia seguinte, já que se falarão das 19h às 20h, todos os dias, entrará com Miranda. E no final de semana com sua melhor amiga Raquel. Dora fica radiante! Que bom que ela manteve esperança, que bom que sua mãe manteve a amizade com os seus amigos! Que bom que tudo irá se resolver, seu coração irá parar de doer! Nessa noite, após tantas noites de lágrimas, Dora dormiu com um sorriso no rosto. Com a certeza de que veria a irmãzinha no dia seguinte...
Mas não há mais conversa no dia seguinte. O pai decide cancelar até "o juiz apreciar as provas gravadas e protocoladas no processo". Talvez para fazer perdurar tudo isso e assim desfrutar um pouco mais do seu sadismo. Ou realmente acredite que uma hora com a mãe, por skype, todos os dias, seria muito nocivo para Dora, seria muita subversão!
A menina, tão doce, tão meiga, fica desesperada! Chora! Novamente fica órfã de mãe. Será que seu pai não entende, não vê o seu sofrimento? A vida de Dora foi ceifada. Acabaram com toda a vida que Dora teve e a obrigaram a começar uma nova vida, tentando apagar toda e qualquer lembrança do seu passado. E agora está num jogo doente de dá e tira.
Por favor, tenham compaixão por Dora.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
A Subversiva
Seria muito cômico, não fosse tão trágico. No processo me acusam de ser subversiva!
Vejamos o que significa isso: até o século XV, a palavra subversão era relacionada aos reinados. Subversivo era aquele que ia contra os desígnios do Rei. Pessoa que causava transtorno, revolta, ira! Para pessoas que se consideram reis ou rainhas, o subversivo é o que não segue suas normas ou vão contra suas verdades únicas.
No uso moderno, o termo refere-se a tentativas de destruir estruturas de autoridade, é um termo mais ligado ao clandestino, alguém que quer acabar com as bases da fé no status quo. Para o filósofo chinês Sun Tzu, que viveu há mais de 2 mil anos e é autor do aclamado "A Arte da Guerra", as ações indiretas, de subversivos, são as que determinam o futuro da guerra. Simbolicamente comecei ler esse livro em 2005, quando minha filha foi arrancada de mim pela primeira vez e fiquei perdida, sem chão, busquei leitura que me norteasse. Tão sem chão e perdida estava que fui assaltada um par de vezes, numa dessas o livro foi junto na bolsa. Preciso tê-lo de novo!
Então, sou uma subversiva. Nos anos de chumbo da ditadura no Brasil, os estudantes, os intelectuais, as cabeças pensantes, os que iam contra aos generais, eram chamados de subversivos. Foram presos, torturados, mortos! É isso que fazem com subversivos. Imagino que seu eu fosse jovem nos anos 70, seria uma dessas presas. Porém, estamos em 2011, não vivemos na Ditadura, mas há 7 anos venho sendo torturada e, enquanto não me verem morta, os ditadores da atualidade não me darão paz em vida, só a paz eterna! Quem sabe assim reinará tranquilidade na estrutura familiar tão bem construída? A mãe subversiva morta.
Ir contra toda e qualquer forma de autoritarismo é pura subversão. Ir contra ao sistema judiciário falido, que todos sabemos que precisa de uma virada de página geral, é ser subversiva. E que poder tem a subversão! Dia desses num cartório de Fórum, o próprio diretor do cartório, quando eu questionei o que fazer para parar com tanta papelada de processo, respondeu, irônico, porém enfático: "botando fogo em tudo isso aqui!" Fantástica resposta subversiva.
Se nos tempos modernos a subversão segue paralela com atos clandestinos, nossa, como cometi o crime da subversão! Será que uma mãe subversiva não tem direito à maternidade? Bom, se essa mãe cometeu o erro fatal de ter uma filha com o oposto da subversão, uma pessoa enquadradinha, egoísta, totalmente preocupada com a imagem e com o que os outros estão pensando, sim, ela vai perder esse direito porque o oposto da subversão não suporta novas ideias, não suporta a liberdade. E o oposto vai tentar de todas as formas "legais" enquadrar a subversiva! Já que a tortura foi embora junto com o AI-5, resta tortura psicológica, alegações falsas, metralhadora midiática. E assim conseguem aniquilar uma subversiva. O enquadrado não consegue suportar a libertária subversiva. Então tenta aprisioná-la de forma torpe, usando a filha para prendê-la. Em visitários públicos, no cárcere infantil. É isso que o enquadrado exige novamente: que eu e minha filha voltemos a nos ver em Visitário Público. Não satisfeito com toda a tortura já cometida, com todo o mal causado, o enquadrado tenta enquadrar, de todas as formas, a mãe subversiva. É a solução moderna de prender pessoas de espírito livre! Pobre Dora, uma menina tão talentosa e sensível, corre o risco de tornar-se aberração. Será aquela que apareceu no Fantástico, no Profissão Repórter, que tem a mãe subversiva e o pai torturador! Não, minha filha, não vou permitir que te apontem na rua. Você será sempre talentosa, popular e sensível. E, se tudo der certo, muito subversiva!
Porque as minhas ideias já foram plantadas. E numa cabecinha muito especial, diria mesmo genial. Que o mundo seja infestado pela praga da subversão, só assim poderia mudar alguma coisa nessa realidade tão caótica e ostensiva do século XXI.
Vejamos o que significa isso: até o século XV, a palavra subversão era relacionada aos reinados. Subversivo era aquele que ia contra os desígnios do Rei. Pessoa que causava transtorno, revolta, ira! Para pessoas que se consideram reis ou rainhas, o subversivo é o que não segue suas normas ou vão contra suas verdades únicas.
No uso moderno, o termo refere-se a tentativas de destruir estruturas de autoridade, é um termo mais ligado ao clandestino, alguém que quer acabar com as bases da fé no status quo. Para o filósofo chinês Sun Tzu, que viveu há mais de 2 mil anos e é autor do aclamado "A Arte da Guerra", as ações indiretas, de subversivos, são as que determinam o futuro da guerra. Simbolicamente comecei ler esse livro em 2005, quando minha filha foi arrancada de mim pela primeira vez e fiquei perdida, sem chão, busquei leitura que me norteasse. Tão sem chão e perdida estava que fui assaltada um par de vezes, numa dessas o livro foi junto na bolsa. Preciso tê-lo de novo!
Então, sou uma subversiva. Nos anos de chumbo da ditadura no Brasil, os estudantes, os intelectuais, as cabeças pensantes, os que iam contra aos generais, eram chamados de subversivos. Foram presos, torturados, mortos! É isso que fazem com subversivos. Imagino que seu eu fosse jovem nos anos 70, seria uma dessas presas. Porém, estamos em 2011, não vivemos na Ditadura, mas há 7 anos venho sendo torturada e, enquanto não me verem morta, os ditadores da atualidade não me darão paz em vida, só a paz eterna! Quem sabe assim reinará tranquilidade na estrutura familiar tão bem construída? A mãe subversiva morta.
Ir contra toda e qualquer forma de autoritarismo é pura subversão. Ir contra ao sistema judiciário falido, que todos sabemos que precisa de uma virada de página geral, é ser subversiva. E que poder tem a subversão! Dia desses num cartório de Fórum, o próprio diretor do cartório, quando eu questionei o que fazer para parar com tanta papelada de processo, respondeu, irônico, porém enfático: "botando fogo em tudo isso aqui!" Fantástica resposta subversiva.
Se nos tempos modernos a subversão segue paralela com atos clandestinos, nossa, como cometi o crime da subversão! Será que uma mãe subversiva não tem direito à maternidade? Bom, se essa mãe cometeu o erro fatal de ter uma filha com o oposto da subversão, uma pessoa enquadradinha, egoísta, totalmente preocupada com a imagem e com o que os outros estão pensando, sim, ela vai perder esse direito porque o oposto da subversão não suporta novas ideias, não suporta a liberdade. E o oposto vai tentar de todas as formas "legais" enquadrar a subversiva! Já que a tortura foi embora junto com o AI-5, resta tortura psicológica, alegações falsas, metralhadora midiática. E assim conseguem aniquilar uma subversiva. O enquadrado não consegue suportar a libertária subversiva. Então tenta aprisioná-la de forma torpe, usando a filha para prendê-la. Em visitários públicos, no cárcere infantil. É isso que o enquadrado exige novamente: que eu e minha filha voltemos a nos ver em Visitário Público. Não satisfeito com toda a tortura já cometida, com todo o mal causado, o enquadrado tenta enquadrar, de todas as formas, a mãe subversiva. É a solução moderna de prender pessoas de espírito livre! Pobre Dora, uma menina tão talentosa e sensível, corre o risco de tornar-se aberração. Será aquela que apareceu no Fantástico, no Profissão Repórter, que tem a mãe subversiva e o pai torturador! Não, minha filha, não vou permitir que te apontem na rua. Você será sempre talentosa, popular e sensível. E, se tudo der certo, muito subversiva!
Porque as minhas ideias já foram plantadas. E numa cabecinha muito especial, diria mesmo genial. Que o mundo seja infestado pela praga da subversão, só assim poderia mudar alguma coisa nessa realidade tão caótica e ostensiva do século XXI.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Brevidade
Não pensei que fosse possível sentir mais indignação. Mas quanto mais me afundo em processos, mais vejo como tem advogado sem ética nenhuma. Vão lá, escrevem qualquer coisa, sem prova alguma, com suposições estapafúrdias da outra parte, daí o Juiz lê, acredita, o promotor assina embaixo e assim são destruídas algumas vidas.
Erros grotescos de tempo e espaço, fáceis de derrubar, porém, ainda não houve juiz para me ouvir. Para poder sanar tudo isso eu precisaria ter um dia de 48 horas. Ou viver no processo. Mas, mesmo com toda a minha lucidez, a outra parte e sua corja vivem me tirando de louca, imagine se eu entro 100% nesse processo? Não teria como escapar da loucura. No fundo ainda acho que os loucos são os outros. Acredito ainda que a outra parte está perdendo o pouco de sanidade que lhe restava. No fim veremos quem ficará louco de pedra e quem vai precisar de muitos remédios para viver.
Quando isso irá mudar? Não acho que só aconteça comigo, já que conheço algumas pessoas que também sofreram armações, injúrias e difamações. E calúnia! Que é bem pior. Ser acusado de crime ou da possibilidade de cometê-lo é cruel. Porque o que perdura é a dúvida. Eu poderia correr atrás de processar toda essa gente podre. Mas a vida é tão curta e tenho tanto para fazer. Tenho tanto para produzir. Inclusive produzir provas. Tenho tanto amor para dar.
Não sei quanto tempo irei viver, pode ser que eu morra sem conseguir ver Dora. Presenciamos a brevidade da vida a todo instante. Mesmo assim existem pessoas que agem como se fossem eternas ou imortais. Pode ser que eu sofra um acidente antes de conseguir falar com minha filha. Por isso escrevo para deixar meu legado de informações, que Dora cresça no meio de barbárie e mentiras. Mas quando puder ler tudo o que escrevo para ela, vai entender o que é amor e ética e, principalmente, o que é verdade.
Querem apagar a vida e a mãe de Dora. A outra parte fala de alienação parental e tão cego por seu ódio mortal, seu desejo insano de vingança, seu alter ego inflamado, não percebe que ele, mais do que qualquer um, com ajuda da família de psicólogos e psiquiatra, aliena Dora da vida que ela teve. Sempre baseado em mentiras apresentadas descaradamente para o sistema judiciário. Mas Dora sempre lembrará da mãe querida, que sempre lhe deu tudo o que precisava: amor, disciplina, carinho, conforto, amizades e segurança. Será que a outra parte e sua família doente acreditam que estão protegendo Dora? Que serão capazes de me apagar da vida dela? Acreditam que impedindo Dora de falar comigo conseguirão tirar-me do coração e da mente dela? Muito triste e perturbador tudo isso. Muito doentio também.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Carta Aberta à Ministra-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Rupública
Sra Maria do Rosário Nunes
Minha filha,de 9 anos, foi levada no dia 10 de fevereiro e desde então não podemos nos falar!
Sou Adriana Mendes, mãe de Dora Mendes Golfeto. Há 10 meses Dora foi levada da escola, em que estava devidamente matriculada, por seu pai, Jonas Golfeto, com oficial de Justiça e Rede Globo filmando. Desde então nunca mais nos vimos ou sequer nos falamos. Seu pai e seus avós, o psiquiatra infantil José Hércules Golfeto e a avó psicóloga Ed Melo Golfeto, não deixam que falemos ao telefone, mais que isso, trocaram números para impossibilitar o contato. O pai também tinha um celular que foi desativado!
O pai de Dora tinha a guarda definitiva dela desde abril de 2006, conseguida em audiência que não participei e que falsas testemunhas falaram absurdos a meu respeito. O pai de Dora usou um mandado de busca e apreensão de 2008, em que o juiz pedia a máxima cautela devido ao tempo que a filha não via o pai. Mas esse mesmo pai LIGOU para a Rede Globo para filmar esse momento, causando o constrangimento e exposição de minha filha em rede nacional, desrespeitando a ordem do juiz de cautela e sigilo! O programa foi ao ar no Profissão Repórter, no dia 31 de maio último, está no site para que todos possam comprovar tal atrocidade.
O pai querer expor a filha nem me surpreendeu, já que seu objetivo maior é se promover. Ora, ele tinha a guarda, o mandado e o endereço da filha, também tinha a recomendação do juiz sobre cautela e sigilo, portanto, chamar a Globo só mostra a sua total falta de sensibilidade em relação à filha e sua vontade de ter atenção da mídia. Agora, a Globo mostrar essa cena foi tão ou mais cruel. Isso fere o Direto da criança! Na matéria enganosa, que acredita na versão do pai, conta que Jonas mudou com a filha para Ribeirão Preto. Mentira! Ele mora em São Paulo, onde trabalha contratado pela Prefeitura e apresenta espetáculos (é ator) nos finais de semana, tem residência fixa na Rua Diana, 837, apt 52, Perdizes, São Paulo. Dora está em "posse" dos avôs paternos, catedráticos da área psiquiatra, professores da USP e da UNAERP, ambas de Ribeirão Preto, na rua José Brandini, 333, Jardim Canadá. Estuda na escola Albert Sabin, naquela cidade. Esses profissionais respeitados estão indo contra o Estatuto do Menor e do Adolescente!
Por ordem judicial tenho as visitas suspensas e por brechas da Justiça e estratégia da outra parte, não consigo mostrar minhas provas. Primeiro não sabia o paradeiro de Dora, entrei com ação no Fórum João Mendes, em São Paulo, onde reside o pai de Dora e onde deveria estar residindo minha filha, já que a guarda é dele e não dos avós. Foi marcada audiência para dia 8 de abril, mesmo dia em que fiquei sabendo o paradeiro de Dora: quase 2 meses depois!
Outra audiência foi marcada em Ribeirão Preto, dia 9 de maio mas, como não fui citada oficialmente (o advogado da outra parte entrou em contato telefônico com minha advogada), o juiz achou melhor "cancelar" a audiência. No dia das mãe, 8 de maio, eu estava lá em Ribeirão Preto, mas não me deixaram ver ou falar com Dora. Nem o pai estava lá, estava em apresentação teatral no Centro Cultural Vergueiro, em São Paulo.
Pelos Direitos de Dora venho por meio desta comunicar minha repulsa pelo que foi mostrado no programa Profissão Repórter e ao sistema judiciário, que dá guarda definitiva ao pai que não se importa em expor a filha em rede nacional, ao contrário, CHAMA A REDE GLOBO para mostrar a filha sendo arrancada da escola.
Houve até agora uma única audiência, dia 2 de agosto, uma chamada audiência de conciliação, com um juiz de paz. Depois de mais de 2 horas, Jonas Golfeto foi convencido a permitir que a filha falasse por skype comigo, todos os dias, das 19h às 20hs. Só nos falamos uma vez, pois ele não permitiu mais e não está contra a Lei, pois era uma acordo amigável, não uma ordem judicial. Dessa forma melhor esperar o tempo passar, os anos são mais rápidos que a Justiça brasileira.
Cara Ministra, até quando????????????????????????????????????????????????????????????????
Adriana Mendes, jornalista, mãe, cidadã
residente em Santos
quinta-feira, 9 de junho de 2011
As esquecidas
Todos os dias me chegam relatos comoventes de mães que foram afastadas brutalmente de seus filhos. Hoje fiquei sabendo de uma história cruel, acontecida na Espanha, de uma mãezinha de 15 anos, que teve sua filha de 15 meses arrancada dela porque estava amamentando livremente a filha!
Eu sempre soube, desde muito jovem, da crueldade do mundo, mas como todos os jovens idealistas, acreditava que pudesse mudar o mundo cruel. Nem me lembro quantas vezes defendi “minorias”. Passei madrugadas de plantão nas ruas de São Paulo ouvindo histórias de viciados, de marginais, de esquecidos... quando iria imaginar que eu também seria uma dessas esquecidas. Acho até que minha filha Dora pode estar me esquecendo. Amanhã completa 4 meses que ela foi levada daquele jeito da escola, quem não viu pode acessar o site do Profissão Repórter (e dar mais um pouco de audiência para aquele sensacionalismo barato travestido de jornalismo verdade), do dia 31 de maio. É a última imagem que tenho de minha amada filha. Eu não tenho mais a ilusão de mudar o mundo. Foi o mundo que me mudou.
Cansei de procurar advogados. Demoram tanto para escrever ações que eu mesma, com toda a experiência que tenho na escrita e com toda a informação que tenho do meu próprio caso, escreveria em um dia. Porque sou mãe e tenho urgência. Ficam traçando estratégias de guerra enquanto eu só penso no meu amor. E por isso estou sempre para trás. E o que mais me dói é constatar que a outra parte só separou mãe e filha por sadismo. O pai de Dora, Jonas Golfeto, não está com ela. Mora em São Paulo e Dora em Ribeirão Preto. No último final de semana sua peça nem estava mais em cartaz, mas ele continuava em São Paulo e Dorinha lá, com os avós, José Hércules Golfeto (um psiquiatra infantil) e Ed Melo Golfeto (uma psicóloga) que me proíbem de falar com ela. Esse avô mentiu tanto para mim e agora nem me atende no telefone. Eles são todos tão cruéis.
Lendo o blog da já tão querida Elaine César, sobre o nascimento do seu precioso Rudá, não pude deixar de me identificar profundamente com seus sentimentos. Ela teve o filho mais velho, Théo, também arrancado brutalmente por uma instituição preconceituosa e lenta e falida. Sentiu tanto ódio, tanta revolta e repulsa. Mas com a chegada do novo filho foi envolvida por novo amor infinito. E agora pode exercer novamente a maternidade. Nas duas primeiras vezes que Dora foi arrancada de mim, fiquei sem chão, doente, perdida. Dessa vez, apesar de ser muito mais longo o tempo sem Dora, sou mais forte, porque tenho Miranda. Continuo sendo mãe, exercendo a maternidade, tendo os cuidados de mãe, cuidando bem, com amor, de minha filha. Quem leva e traz Dora da escola? Quem leva e traz Dora do ballet? Quem vê filmes com Dora? Quem dorme com Dora? O pai que não é...
Miranda não esquece Dora, ela dança e fala da irmã, veste roupas da irmã e tudo que é de Dora ela cuida com carinho. E fala triste que “Doinha foi emboia”. É tão, tão cruel tudo isso. E por que a outra parte age assim? Para provar que é mais poderoso? Que tem advogados melhores? Que seus pais tem mais dinheiro, que aliás, o Dr Golfeto usa para ameaçar com opressão financeira até minhas amigas? Que valores estarão ensinando para minha doce filha?
Sinto falta até do silêncio de Dora quando deitava para ler um livro. Nunca mais assisti Boa Sorte Charlie, porque não tenho Dora para rir comigo. Evito passar em frente ao Teatro Municipal, porque choro ao ver as lindas bailarinas indo para suas aulas. Não sei quanto tempo surportarei isso. Não sei quanto tempo Dora suportará. Sei que ela não está expondo seus sentimentos, sei que ela é extremamente inteligente e tenta de todas as formas um meio de comunicação com seus amigos. Sei que sente saudades da sua vida, arrancada sem dó, nem piedade pelo pai carrasco, que mantém sua vida em São Paulo e deve ver a filha uma vez por semana, se tanto, pelas informações que tenho. Estou com visitas suspensas porque salvei minha filha desse pai cruel, que me acusava de mantê-la em cativeiro. Sim , caros leitores, tenho emails cheios de veneno, para mostrar não mais para juízes ou repórteres que seguem roteiros prontos, mas para Dora, quando ela crescer e entender, se é que já não endente, toda a crueldade do mundo.
Recebi o relato sincero e emocionado de uma mãe que foi afastada por 2 anos e meio de seu filho, por uma família poderosa e também cruel. Dois anos e meio! Ela viu o tal programa e percebeu que eu não era nenhuma vilã, porém o pai... a cena dele levando Dora no colo, daquele tamanho, só não foi ridícula porque foi triste. E ainda ressoa a voz de Dora, sumida, sem força, chorosa “você vai deixar eu falar com a minha mãe?”. Ela só queria falar com a mãe, entender o que poderia estar acontecendo... nem isso o pai cruel deixou. A maldade nos olhos, a encenação tosca para as câmeras da Globo, tudo tão fake, tão fake...
Estou muito triste pela mãe separada da filha de 1 ano e meio, lá na Espanha e que tem todo a minha solidariedade. A dor é grande, mas o amor por nossos filhos é muito maior. Eles podem sentir esse amor mesmo de longe. Ah, como dói essa falta da Dora, como eu queria poder abraçar minha filha e dizer que a amo. E dormir abraçadinha com ela numa noite fria, embaixo de edredons, comendo pipoca e vendo Harry Potter e a Ordem da Fênix ou ainda poder ouvir sua voz... não se esqueça de mim, Dora, não se esqueça de mim...
terça-feira, 7 de junho de 2011
O Juiz e Deus
Quando morava em Paraty com Dora (tempo feliz!), fui chamada juntamente com Gerardo, pai de Morena, para uma conversa a boca miúda com a diretora. Dora e Morena, ambas com 5 anos, haviam matado Deus na frente da escola! O casal de argentinos Gerardo, mergulhador e eletricista profissional, e Silvina, atriz e educadora infantil, são ateus. Também tornaram-se amigos queridos que carrego em minha imensa bagagem. O que Gerardo concluiu foi que Morena deve ter ouvido alguma das conversas, das inúmeras reuniões com discussões políticas, artísticas, filosóficas e religiosas, em sua casa. Numa dessas Morena parafraseou Nietzsche, filósofo alemão, que matou Deus. Ele não desculpou-se, mas ensinou Morena que algumas opiniões podem chocar as pessoas, seria bom que ela crescesse um pouco para emiti-las. Assim mesmo, com essas palavras.
Eu fui criada por um pai português ateu, filho de uma portuguesinha católica praticante. Minha mãe é católica, tem lá seus santos e orações, mas nunca foi de ir em missa. Assim, acabei não tendo religião definida, mas sempre aberta a todas. Minha explicação não foi tão simples como a de Gerardo.
Quando Dora tinha 3 anos e morava com o pai, Jonas Golfeto, na casa da madrasta, a atriz de teatro infantil, Luciana Viacava, sempre perguntava ao pai com quem iria morar. A resposta seca era: "o juiz que decide!" Na época a babá de Dora era Maria das Dores, a empregada de Luciana, uma testemunha de Jeová que ensinou Dora que só se podia adorar a Deus. Uma vez, em uma das visitas já em casa, com pernoite, eu disse que a adorava, logo Dora me corrigiu:"Não mamãe, só podemos adorar a Deus, foi a Maria que me ensinou", fiquei muito chocada com essa resposta e por saber que o ensinamento religioso de minha filha vinha de uma babá testemunha de Jeová! Tentei conversar com Maria sobre isso, mas ela era instruída a não falar comigo.
Uma vez, Maria ficou por 3 dias dizendo que Dora estava "dormindo, comendo, tinha acabado de sair", até eu descobrir que ela já estava de férias em Ribeirão Preto, na casa dos avós José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, e suas mentiras faziam parte da trama para que Dora ficasse sem falar comigo no mês de férias. Até telefone residencial eles trocaram lá em Ribeirão... mas essa é outra história, a ser contada no momento oportuno. Enfim, descobri o plano e perguntei para Maria se ela era temente a Deus. "Sim, sou testemunha de Jeová", então disse para ela temer muito a Deus, mas muito mesmo, porque enganar uma mãe que quer saber da filha é coisa do Demônio. Sei lá quanta reza brava teve contra mim depois disso, porque sei que muitas pessoas me amam (não entendo, mas aceito esse amor), mas como toda figura polêmica (serei mesmo?), que emite opinião sem medo, o número de desafetos também pode ser grande...
O Deus de Dora
Para Dora eu dizia que iria morar com quem quisesse, nem que demorasse um pouco. Dora ouvia de muitas pessoas que isso aconteceu "por que Deus quis", que nada acontecia sem "a permissão de Deus", que entregasse nas mãos de Deus, que a Justiça Divina é maior que a justiça dos homens, que Deus é justo. Um dia me perguntou sobre Deus. Se Deus era tão bom porque não deixava logo ela morar comigo? Diante de tal indagação de uma linda menina precoce de 3 anos, só pude responder que não sabia muito das vontades de Deus. Ela disse que não acreditava muito em Deus, que Deus para ela era o juiz, que nunca viu a cara dela e que decidia tudo sobre sua vida e com quem iria morar...
Impressionante a sabedoria dessa menina. Sim, juízes são deuses! Podem decidir a vida de uma criança com uma simples sentença, muitas vezes baseadas em fatos irreais! Para Dora juiz é muito mais que Deus, porque por mais que ela rezasse (ensinaram Dora a rezar), que ela se ajoelhase e pedisse a Deus, Ele nunca a ouvia. O Juiz, que ela não conhecia, decidiu sua vida. Muitas vezes, no visitário, na hora de ser levada pelo pai insensível e sem compaixão, gritava:"chama o juiz, eu quero falar com o juiz!"Mas esse juiz nunca a viu ou ouviu. Sentenciou sua vida.
Penso no menino Théo, filho de Elaine César. Um juiz também decidiu que ele estaria melhor com o pai e com a tia (que ela mal conhecia), lá em Brasília, do que com a mãe com quem sempre viveu em São Paulo, "porque essa estava com câncer, com uma gravidez de risco e em novo relacionamento". Sim, um juiz teve a coragem de colocar isso em um papel! Para Théo, provavelmente, juiz também é um Deus. Ou mais que Ele.
Eu queria falar tudo isso na escola, mas só disse para Gerardo e Silvina. Nada mais lógico que Dora queira matar Deus! Esse Deus que também nunca a ouviu.
Depois, conversando com um outro amigo meu, Tamer Fadida, que muito me ensinou sobre judaísmo e por quem Dora nutria imenso carinho e afeto, foi esclarecido que não, já que ela estava comigo, Deus a ouviu sim. "Mas minha mãe está comigo contra a ordem do juiz, ele manda mais que Deus!". Tão triste...
Anônimos
Se tem algo que me irrita são comentários "anônimos", pessoas que dão opinião sem se identificar. No blog da Elaine César é assim, quem critica, não se apresenta. No blog da Família Nesguinha, em corajosa e sincera Carta Aberta a Caco Barcellos, minha grande amiga e madrinha de Miranda, Gabriela Cunha, escreve sua opinião sincera, objetiva, clara e faz perguntas que "não querem calar". Um anônimo, que penso até que pode ser o pai de Dora, diz que sou um péssimo exemplo de mãe, que põe o amor acima da Lei. Sim, se for essa Lei antiga da Justiça tosca, coloco sim. Por tudo que escrevi acima, pelos direitos inerentes de Dora, por sua vontade, que para mim é a Lei Absoluta!
Como me irrita gente covarde que se esconde na multidão para atacar pedras. E me causa asco gente que usa de brechas da Justiça para fazer perdurar processos e ações! E repulsa de gente vingativa e sem compaixão que se aproveita de amor materno para ferir outro ser, que não se importa de colocar uma criança inocente no meio de uma briga sem sentido. Eu não comecei briga nenhuma. Elaine César também não! Não importa se somos inocentes ou culpadas, sempre haverá dúvidas e criticas quanto ao nosso amor materno e direito de maternidade.
No meu caso, a tal matéria veiculada pelo Profissão Repórter, apesar de editada para não mostrar minhas razões (afinal como resumir 7 anos em 10 minutos de jornalismo meia boca?), mostrou o pai carrasco, levando a filha contra a vontade a ainda avisando que não vai deixar falar com a mãe. Ele esqueceu de ensaiar essa parte do texto...
Para Dora, meu amor infinito e todas essas linhas que um dia ela lerá com tranquilidade e prazer. Dora, eu te adoro, você pode me adorar também!
Eu fui criada por um pai português ateu, filho de uma portuguesinha católica praticante. Minha mãe é católica, tem lá seus santos e orações, mas nunca foi de ir em missa. Assim, acabei não tendo religião definida, mas sempre aberta a todas. Minha explicação não foi tão simples como a de Gerardo.
Quando Dora tinha 3 anos e morava com o pai, Jonas Golfeto, na casa da madrasta, a atriz de teatro infantil, Luciana Viacava, sempre perguntava ao pai com quem iria morar. A resposta seca era: "o juiz que decide!" Na época a babá de Dora era Maria das Dores, a empregada de Luciana, uma testemunha de Jeová que ensinou Dora que só se podia adorar a Deus. Uma vez, em uma das visitas já em casa, com pernoite, eu disse que a adorava, logo Dora me corrigiu:"Não mamãe, só podemos adorar a Deus, foi a Maria que me ensinou", fiquei muito chocada com essa resposta e por saber que o ensinamento religioso de minha filha vinha de uma babá testemunha de Jeová! Tentei conversar com Maria sobre isso, mas ela era instruída a não falar comigo.
Uma vez, Maria ficou por 3 dias dizendo que Dora estava "dormindo, comendo, tinha acabado de sair", até eu descobrir que ela já estava de férias em Ribeirão Preto, na casa dos avós José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, e suas mentiras faziam parte da trama para que Dora ficasse sem falar comigo no mês de férias. Até telefone residencial eles trocaram lá em Ribeirão... mas essa é outra história, a ser contada no momento oportuno. Enfim, descobri o plano e perguntei para Maria se ela era temente a Deus. "Sim, sou testemunha de Jeová", então disse para ela temer muito a Deus, mas muito mesmo, porque enganar uma mãe que quer saber da filha é coisa do Demônio. Sei lá quanta reza brava teve contra mim depois disso, porque sei que muitas pessoas me amam (não entendo, mas aceito esse amor), mas como toda figura polêmica (serei mesmo?), que emite opinião sem medo, o número de desafetos também pode ser grande...
O Deus de Dora
Para Dora eu dizia que iria morar com quem quisesse, nem que demorasse um pouco. Dora ouvia de muitas pessoas que isso aconteceu "por que Deus quis", que nada acontecia sem "a permissão de Deus", que entregasse nas mãos de Deus, que a Justiça Divina é maior que a justiça dos homens, que Deus é justo. Um dia me perguntou sobre Deus. Se Deus era tão bom porque não deixava logo ela morar comigo? Diante de tal indagação de uma linda menina precoce de 3 anos, só pude responder que não sabia muito das vontades de Deus. Ela disse que não acreditava muito em Deus, que Deus para ela era o juiz, que nunca viu a cara dela e que decidia tudo sobre sua vida e com quem iria morar...
Impressionante a sabedoria dessa menina. Sim, juízes são deuses! Podem decidir a vida de uma criança com uma simples sentença, muitas vezes baseadas em fatos irreais! Para Dora juiz é muito mais que Deus, porque por mais que ela rezasse (ensinaram Dora a rezar), que ela se ajoelhase e pedisse a Deus, Ele nunca a ouvia. O Juiz, que ela não conhecia, decidiu sua vida. Muitas vezes, no visitário, na hora de ser levada pelo pai insensível e sem compaixão, gritava:"chama o juiz, eu quero falar com o juiz!"Mas esse juiz nunca a viu ou ouviu. Sentenciou sua vida.
Penso no menino Théo, filho de Elaine César. Um juiz também decidiu que ele estaria melhor com o pai e com a tia (que ela mal conhecia), lá em Brasília, do que com a mãe com quem sempre viveu em São Paulo, "porque essa estava com câncer, com uma gravidez de risco e em novo relacionamento". Sim, um juiz teve a coragem de colocar isso em um papel! Para Théo, provavelmente, juiz também é um Deus. Ou mais que Ele.
Eu queria falar tudo isso na escola, mas só disse para Gerardo e Silvina. Nada mais lógico que Dora queira matar Deus! Esse Deus que também nunca a ouviu.
Depois, conversando com um outro amigo meu, Tamer Fadida, que muito me ensinou sobre judaísmo e por quem Dora nutria imenso carinho e afeto, foi esclarecido que não, já que ela estava comigo, Deus a ouviu sim. "Mas minha mãe está comigo contra a ordem do juiz, ele manda mais que Deus!". Tão triste...
Anônimos
Se tem algo que me irrita são comentários "anônimos", pessoas que dão opinião sem se identificar. No blog da Elaine César é assim, quem critica, não se apresenta. No blog da Família Nesguinha, em corajosa e sincera Carta Aberta a Caco Barcellos, minha grande amiga e madrinha de Miranda, Gabriela Cunha, escreve sua opinião sincera, objetiva, clara e faz perguntas que "não querem calar". Um anônimo, que penso até que pode ser o pai de Dora, diz que sou um péssimo exemplo de mãe, que põe o amor acima da Lei. Sim, se for essa Lei antiga da Justiça tosca, coloco sim. Por tudo que escrevi acima, pelos direitos inerentes de Dora, por sua vontade, que para mim é a Lei Absoluta!
Como me irrita gente covarde que se esconde na multidão para atacar pedras. E me causa asco gente que usa de brechas da Justiça para fazer perdurar processos e ações! E repulsa de gente vingativa e sem compaixão que se aproveita de amor materno para ferir outro ser, que não se importa de colocar uma criança inocente no meio de uma briga sem sentido. Eu não comecei briga nenhuma. Elaine César também não! Não importa se somos inocentes ou culpadas, sempre haverá dúvidas e criticas quanto ao nosso amor materno e direito de maternidade.
No meu caso, a tal matéria veiculada pelo Profissão Repórter, apesar de editada para não mostrar minhas razões (afinal como resumir 7 anos em 10 minutos de jornalismo meia boca?), mostrou o pai carrasco, levando a filha contra a vontade a ainda avisando que não vai deixar falar com a mãe. Ele esqueceu de ensaiar essa parte do texto...
Para Dora, meu amor infinito e todas essas linhas que um dia ela lerá com tranquilidade e prazer. Dora, eu te adoro, você pode me adorar também!
sábado, 4 de junho de 2011
Sobre a Viagem Para o Chile
Ou Como Um Sonho Virou Pesadelo
Para entender todo o processo litigioso que vivo hoje é preciso saber onde a outra parte começou a ver fantasmas, acreditar tanto na mentira, uma espécie de esquizofrênia, até que se tornasse verdade, inclusive, para emissora de TV e juízes. Para entender as linhas que se seguem, seria bom também entender o Chile na minha vida, como já postei anteriormente - Sobre o Chile e Sobre Um Chileno.
Passei por uma depressão profunda, fui internada, tive minha amada filha Dora arrancada de mim, consegui a guarda provisória em uma audiência marcada com urgência em Ribeirão Preto, onde minha filha já estava sob os domínios dos avós, José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, psiquiatra e psicóloga, respectivamente. Sim, esse filme é velho, no início de 2005, o pai de minha filha, o ator Jonas Golfeto, quando pedi para ficar com a filha durante minha internação, levou Dora para Ribeirão Preto, para ficar com os avós. Desde então, minha vida tornou-se uma guerra, cheia de pequenas batalhas. Mas nessa audiência emergencial, com minhas testemunhas Marcelo Santos, Paula Gil e Douglas Gonçalves, tudo parecia ter se resolvido rápido, até demais pelo tempo judicial. Cinco meses depois, ingenuamente, pensava que tudo ia bem, no caminho da compreensão e respeito. Enfim, queria me dar férias (mas com trabalho no meio, porque vejo matéria em tudo).
Em contato com meu amigo Chico, que na época trabalhava na assessoria de imprensa do Ministério da Saúde do Chile, procurei uma pauta para realizar a viagem, unindo assim o útil ao agradável. A então ministra Michelle Bachelet era candidata à presidência, já com 52% de intenção de votos para a eleição que aconteceria em dezembro de 2005, o que a tornaria a primeira presidente mulher na América Latina. Estava aí a pauta.
Me organizei, pedi para o pai de Dora trocar os 15 dias de férias, porque seria a melhor época para a viagem. Claro que só informei sobre a viagem 2 dias antes, por email, para que ficasse registrado pois, apesar de ingênua, não sou burra. Ainda liguei para o avô de Dora, caso a outra parte dissesse que não recebeu email. O avô ainda mostrou-se muito surpreso quando eu disse que viajaria para Santiago: "No Chile? O Jonas sabe disso?". Sim, meu senhor, comuniquei por email e, para que não haja dúvidas, já que Dora passará as férias com vocês, estou ligando para avisar e passar meu telefone de contato por lá, caso haja alguma emergência. E passei o número do celular do Chico.
No aeroporto de Guarulhos, antes de embarcar, já ganhei passagens de ida e volta para serem usadas no período de 1 ano. Havia mais passageiros do que poltonas e, se eu esperasse o próximo vôo, dali 3 horas, garantia as passagens. Aceitei, claro!
Sobrevoar a Cordilheria dos Andes é sentir a pequenez humana. Muito solitário, muito lindo. Ao chegar no Chile fui recepcionada por Chico, sua irmã Paulina, o primo Pat com sua filha, mãe e a namorada Sandra. Uma turma de gente boa. Ficamos na casa de Pat e Sandra, ambos publicitários, com uns horários bem malucos. Na época estava em cartaz o filme Mi Mejor Inimigo, produção chilena, com participação da produtora Sandra. Esse filme, poético (redundância, já que falo de Chile) e sensível, mostra uma guerra que quase aconteceu, entre Chile e Argentina e, como o título indica, todos se tornam amigos. Isso, um resumo bem resumido, fique claro e fica também a indicação do filme.
Política e Poesia
De qualquer lugar de Santiago avista-se a Cordilheira. Parece uma cidade européia, as pessoas não conversam pelas ruas ou filas, são muito silenciosos, talvez por serem um povo meio que exilados, entre montanhas de neve e o oceano pacífico. Era tratada com a máxima cordialidade quando falava que era brasileira. Sim, o Brasil é o país do futebol, tema inicial de qualquer conversa. Como não poderia deixar de ser visitei as moradas de Neruda. Em Santiago, a casa apelidada de La Chascona (A Descabelada), mesmo apelido de sua amante e amada Matilde, onde funciona um museu. Fui com Chico para Cartagena, próxima de Isla Negra, outra casa linda, parecia um navio e lá estava sendo comemorado os 100 anos de Neruda, programação especial. A outra casa de Neruda era em Valparaíso, também conheci e fotografei. Em Valparaíso encontramos um amigo de Chico, outro chileno politzado. Não sei se pela minha excelente companhia, mas todos que conheci eram pessoas especiais. Tudo na viagem foi muito especial.
Tanto para fazer, 13 dias foi muito pouco. No fim, não teve Bachellet, mas teve uma matéria linda, poética e romântica sobre Neruda, suas casas, sua poesia e sua trajetória sócio-política. Trocava emails quase diariamente com o pai de Dora, ligava dia sim, dia não para Dorinha. Numa das mensagens perguntei para o pai qual o presente que ela gostaria que eu levasse, ele respondeu que uma roupa bem quentinha e uma boneca de vermelho. E lá vamos eu e Chico atrás dessa boneca. Encontramos uma linda boneca de capa, botas e chapéu vermelho. E um poncho lindo, amarelo, com flore colorias, que guardo até hoje e que Miranda já começa a usar.
Eu estava com muita saudade de Dora e o Chico de Amanda, sua filha, então com 5 anos. Também ligava para ela quase diariamente, pois, assim como ele, morava em Copiapó, lá no extremo norte, quase no Deserto do Atacama. Combinamos que eu voltaria nas férias de verão (já que havia ganho passagem), com Dorinha, para viajarmos com as duas filhas.
Voltei. Ao me despedir de Chico, nem olhei para trás, pensei numa poesia de Neruda: "Vou-me embora: estou triste. Mas sempre estou triste. Vim dos teus braços. Não sei para onde vou." Me sentia assim, mas sabia que ia para os braços de Dorinha!
Chegando em São Paulo fui para o apartamento de um casal de amigos. O pai de Dora a levou no horário combinado. Que saudade. Dorinha não tirava os olhos de mim, nem eu dela. Estava mais branquinha e adorou os presentes (trouxe também alguns livros). Fomos para o Guarujá. Era julho! Em agosto de 2005, no final de semana do Dia dos Pais, o pai a buscou e nunca mais devolveu. Quinze dias depois fiquei sabendo que ele entrou com um agravo, dizendo que eu havia ido para o Chile, não havia comunicado e que havia preparado uma fuga! O juiz leu isso e, imediatamente, passou a guarda para Jonas Golfeto, me tirando o direito de visitas, já que eu poderia "fugir" com ela. Eu tinha todas as trocas de emails... mas meus advogados da época, Muruy de Oliveira e Jurrara Aguiar, perderam o prazo de recorrer do agravo!!!! E eu paguei para esses dois infelizes!
Depois uma sucessão de erros me trouxe onde estou agora. O resto é história.
Para entender todo o processo litigioso que vivo hoje é preciso saber onde a outra parte começou a ver fantasmas, acreditar tanto na mentira, uma espécie de esquizofrênia, até que se tornasse verdade, inclusive, para emissora de TV e juízes. Para entender as linhas que se seguem, seria bom também entender o Chile na minha vida, como já postei anteriormente - Sobre o Chile e Sobre Um Chileno.
Passei por uma depressão profunda, fui internada, tive minha amada filha Dora arrancada de mim, consegui a guarda provisória em uma audiência marcada com urgência em Ribeirão Preto, onde minha filha já estava sob os domínios dos avós, José Hércules Golfeto e Ed Melo Golfeto, psiquiatra e psicóloga, respectivamente. Sim, esse filme é velho, no início de 2005, o pai de minha filha, o ator Jonas Golfeto, quando pedi para ficar com a filha durante minha internação, levou Dora para Ribeirão Preto, para ficar com os avós. Desde então, minha vida tornou-se uma guerra, cheia de pequenas batalhas. Mas nessa audiência emergencial, com minhas testemunhas Marcelo Santos, Paula Gil e Douglas Gonçalves, tudo parecia ter se resolvido rápido, até demais pelo tempo judicial. Cinco meses depois, ingenuamente, pensava que tudo ia bem, no caminho da compreensão e respeito. Enfim, queria me dar férias (mas com trabalho no meio, porque vejo matéria em tudo).
Em contato com meu amigo Chico, que na época trabalhava na assessoria de imprensa do Ministério da Saúde do Chile, procurei uma pauta para realizar a viagem, unindo assim o útil ao agradável. A então ministra Michelle Bachelet era candidata à presidência, já com 52% de intenção de votos para a eleição que aconteceria em dezembro de 2005, o que a tornaria a primeira presidente mulher na América Latina. Estava aí a pauta.
Me organizei, pedi para o pai de Dora trocar os 15 dias de férias, porque seria a melhor época para a viagem. Claro que só informei sobre a viagem 2 dias antes, por email, para que ficasse registrado pois, apesar de ingênua, não sou burra. Ainda liguei para o avô de Dora, caso a outra parte dissesse que não recebeu email. O avô ainda mostrou-se muito surpreso quando eu disse que viajaria para Santiago: "No Chile? O Jonas sabe disso?". Sim, meu senhor, comuniquei por email e, para que não haja dúvidas, já que Dora passará as férias com vocês, estou ligando para avisar e passar meu telefone de contato por lá, caso haja alguma emergência. E passei o número do celular do Chico.
No aeroporto de Guarulhos, antes de embarcar, já ganhei passagens de ida e volta para serem usadas no período de 1 ano. Havia mais passageiros do que poltonas e, se eu esperasse o próximo vôo, dali 3 horas, garantia as passagens. Aceitei, claro!
Sobrevoar a Cordilheria dos Andes é sentir a pequenez humana. Muito solitário, muito lindo. Ao chegar no Chile fui recepcionada por Chico, sua irmã Paulina, o primo Pat com sua filha, mãe e a namorada Sandra. Uma turma de gente boa. Ficamos na casa de Pat e Sandra, ambos publicitários, com uns horários bem malucos. Na época estava em cartaz o filme Mi Mejor Inimigo, produção chilena, com participação da produtora Sandra. Esse filme, poético (redundância, já que falo de Chile) e sensível, mostra uma guerra que quase aconteceu, entre Chile e Argentina e, como o título indica, todos se tornam amigos. Isso, um resumo bem resumido, fique claro e fica também a indicação do filme.
Política e Poesia
De qualquer lugar de Santiago avista-se a Cordilheira. Parece uma cidade européia, as pessoas não conversam pelas ruas ou filas, são muito silenciosos, talvez por serem um povo meio que exilados, entre montanhas de neve e o oceano pacífico. Era tratada com a máxima cordialidade quando falava que era brasileira. Sim, o Brasil é o país do futebol, tema inicial de qualquer conversa. Como não poderia deixar de ser visitei as moradas de Neruda. Em Santiago, a casa apelidada de La Chascona (A Descabelada), mesmo apelido de sua amante e amada Matilde, onde funciona um museu. Fui com Chico para Cartagena, próxima de Isla Negra, outra casa linda, parecia um navio e lá estava sendo comemorado os 100 anos de Neruda, programação especial. A outra casa de Neruda era em Valparaíso, também conheci e fotografei. Em Valparaíso encontramos um amigo de Chico, outro chileno politzado. Não sei se pela minha excelente companhia, mas todos que conheci eram pessoas especiais. Tudo na viagem foi muito especial.
Tanto para fazer, 13 dias foi muito pouco. No fim, não teve Bachellet, mas teve uma matéria linda, poética e romântica sobre Neruda, suas casas, sua poesia e sua trajetória sócio-política. Trocava emails quase diariamente com o pai de Dora, ligava dia sim, dia não para Dorinha. Numa das mensagens perguntei para o pai qual o presente que ela gostaria que eu levasse, ele respondeu que uma roupa bem quentinha e uma boneca de vermelho. E lá vamos eu e Chico atrás dessa boneca. Encontramos uma linda boneca de capa, botas e chapéu vermelho. E um poncho lindo, amarelo, com flore colorias, que guardo até hoje e que Miranda já começa a usar.
Eu estava com muita saudade de Dora e o Chico de Amanda, sua filha, então com 5 anos. Também ligava para ela quase diariamente, pois, assim como ele, morava em Copiapó, lá no extremo norte, quase no Deserto do Atacama. Combinamos que eu voltaria nas férias de verão (já que havia ganho passagem), com Dorinha, para viajarmos com as duas filhas.
Voltei. Ao me despedir de Chico, nem olhei para trás, pensei numa poesia de Neruda: "Vou-me embora: estou triste. Mas sempre estou triste. Vim dos teus braços. Não sei para onde vou." Me sentia assim, mas sabia que ia para os braços de Dorinha!
Chegando em São Paulo fui para o apartamento de um casal de amigos. O pai de Dora a levou no horário combinado. Que saudade. Dorinha não tirava os olhos de mim, nem eu dela. Estava mais branquinha e adorou os presentes (trouxe também alguns livros). Fomos para o Guarujá. Era julho! Em agosto de 2005, no final de semana do Dia dos Pais, o pai a buscou e nunca mais devolveu. Quinze dias depois fiquei sabendo que ele entrou com um agravo, dizendo que eu havia ido para o Chile, não havia comunicado e que havia preparado uma fuga! O juiz leu isso e, imediatamente, passou a guarda para Jonas Golfeto, me tirando o direito de visitas, já que eu poderia "fugir" com ela. Eu tinha todas as trocas de emails... mas meus advogados da época, Muruy de Oliveira e Jurrara Aguiar, perderam o prazo de recorrer do agravo!!!! E eu paguei para esses dois infelizes!
Depois uma sucessão de erros me trouxe onde estou agora. O resto é história.
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